O porta-aviões chinês Fujian, primeiro da frota equipado com catapultas eletromagnéticas, avança nos testes de mar e se prepara para reforçar a Marinha do Exército de Libertação Popular.
O porta-aviões chinês Fujian (CV-18) voltou a chamar atenção ao realizar uma nova saída de testes no estuário do Rio Yangtzé. A movimentação sugere que a incorporação do navio-aeródromo à Marinha do Exército de Libertação Popular (PLA Navy) pode estar mais próxima do que se imaginava.
Com 48 horas de antecedência, a Administração de Segurança Marítima da China determinou restrições ao tráfego naval na região. A medida bloqueou a principal via de acesso ao estuário em horários específicos, entre 10h30 e 20h, com atenção especial ao período da tarde. O controle incluiu justamente o trecho que conecta a boia 302 ao estaleiro da Ilha de Changxing, local onde o Fujian está baseado.
Série de testes aproxima o navio do comissionamento
Desde que estreou no mar, o Fujian já cumpriu oito testes de navegação, marca semelhante à dos outros porta-aviões chineses, Liaoning e Shandong, antes de suas respectivas incorporações. O último teste havia ocorrido em junho. Desde então, o navio ficou três meses sem atividades públicas, o que levantou especulações sobre ajustes finais antes de sua estreia oficial.
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Um ponto de destaque nesta nova etapa foi o uso de um navio-tanque militar Tipo 637 para o reabastecimento. Até então, embarcações civis realizavam essa função. Analistas interpretaram essa mudança como um indício de que a embarcação se encontra em estágio avançado de preparação para operações reais.
Um marco tecnológico para a Marinha chinesa
O Fujian é o primeiro porta-aviões chinês equipado com catapultas eletromagnéticas, recurso que permite lançar aeronaves com maior eficiência e flexibilidade. Essa inovação é vista como um divisor de águas para a Marinha do PLA, colocando a China em um novo patamar tecnológico no setor naval.
Ainda assim, especialistas ressaltam que o país segue distante da supremacia norte-americana. Atualmente, os Estados Unidos contam com 11 porta-aviões em serviço ativo, enquanto a China, com a entrada do Fujian, passará a operar três unidades.
A iminente entrada em operação do Fujian é vista por analistas internacionais como um movimento crucial para o equilíbrio de poder no Pacífico. O navio deve desempenhar papel central na estratégia chinesa de projeção de força e consolidação de sua marinha como uma das mais influentes do mundo.
Para Pequim, o Fujian não é apenas mais um navio-aeródromo. Ele representa a ambição de criar uma marinha de classe mundial e aumentar a influência chinesa em regiões estratégicas. Com isso, o porta-aviões já se consolida como símbolo da ascensão militar e tecnológica do país no cenário global.