Frubana, startup que captou US$ 271 milhões, encerrou suas operações no Brasil. A empresa reestrutura seus negócios!
A Frubana, uma startup colombiana de tecnologia para o setor de alimentos, anunciou o encerramento de suas atividades no Brasil.
A decisão, que impacta o mercado de logística B2B no país, foi comunicada pela empresa aos seus parceiros e colaboradores, marcando o fim de uma operação que, apesar do crescimento, não atingiu a liderança de mercado esperada.
A medida é parte de uma reestruturação global da startup, que busca maior rentabilidade ao direcionar seus esforços e capital para os mercados onde já é líder, como a Colômbia e o México.
-
Uma das maiores fábricas de chocolate do Brasil decretou falência e muita gente nem sabe — entenda o que aconteceu com a gigante do setor
-
Megafusão pode criar novas ferrovias de US$ 190 bilhões de costa a costa
-
Nova fábrica da Mondial será construída no Brasil: Com investimento de R$ 45,7 milhões na Bahia, nova unidade vai gerar cerca de 1.400 vagas de emprego
-
Nova fábrica da multinacional japonesa Nissin Foods em Ponta Grossa vai gerar 550 empregos com R$ 1 bilhão em investimentos
A saída da Frubana do mercado brasileiro ocorre após a captação de um volume significativo de investimentos, incluindo um aporte de US$ 65 milhões em uma rodada Série C no início de 2022.
O fechamento das operações no Brasil reflete um cenário macroeconômico mais restritivo para o capital de risco e a necessidade das startups de priorizarem a lucratividade em detrimento do crescimento acelerado.
A estratégia da Frubana por rentabilidade
O que motivou a Frubana, que conecta produtores rurais a restaurantes e pequenos comércios, a deixar o mercado brasileiro foi uma avaliação interna sobre a viabilidade de longo prazo da operação.
A startup comunicou que, para alcançar a lucratividade desejada, optaria por concentrar sua atuação em países onde já detém uma posição de liderança.
O Brasil, apesar de ser o maior mercado da América Latina, exigiria um investimento contínuo e elevado para se consolidar, o que se tornou inviável no atual contexto econômico global.
A decisão segue uma tendência no ecossistema de startups, onde investidores e fundadores têm reavaliado as estratégias de expansão agressiva.
Assim, o foco se move do “crescimento a qualquer custo” para a sustentabilidade financeira, um movimento que tem se intensificado nos últimos anos.
A Frubana optou por uma estratégia de “volta às origens”, priorizando a rentabilidade nos países de sua fundação e consolidação.
O histórico de crescimento da startup no Brasil
Desde sua chegada ao Brasil, a Frubana demonstrou uma trajetória de crescimento. A empresa, que atua como uma agritech, usava tecnologia para otimizar a cadeia de suprimentos de alimentos.
A plataforma eliminava intermediários, conectando o campo diretamente à cozinha de restaurantes, o que prometia reduzir custos e desperdícios.
Para expandir sua operação no Brasil, a Frubana contou com um investimento expressivo. Em 2021, a startup captou US$ 100 milhões em uma rodada Série B, com participação de fundos de investimento renomados como o Tiger Global Management.
Apenas um ano depois, em 2022, a empresa levantou mais US$ 65 milhões na rodada Série C. Ao todo, a Frubana captou US$ 271 milhões para financiar suas operações na América Latina.
Apesar dos recursos, o mercado brasileiro, com suas particularidades logísticas e alta competitividade, exigiu um esforço maior do que o esperado.
A startup competia com outros players e precisou investir pesadamente para construir sua rede de logística.
O impacto da saída para clientes e colaboradores
O encerramento das operações da Frubana no Brasil traz consequências diretas para seus parceiros comerciais.
Centenas de restaurantes, bares e pequenos estabelecimentos que utilizavam a plataforma para comprar insumos foram informados sobre a descontinuação do serviço e precisam agora buscar novos fornecedores.
O mesmo se aplica a produtores rurais e atacadistas que vendiam seus produtos por meio da startup.
Além disso, a decisão resultou no desligamento de uma parte significativa da equipe que atuava no Brasil, incluindo profissionais das áreas de tecnologia, logística e atendimento ao cliente.
Enquanto isso, a empresa mantém suas operações ativas na Colômbia e no México, onde possui uma base de clientes e uma infraestrutura logística mais consolidadas.
A saída da Frubana representa, para o ecossistema de startup do Brasil, um lembrete da importância da busca por modelos de negócio rentáveis e sustentáveis.
O mercado brasileiro, por sua dimensão e complexidade, continua sendo um desafio para empresas que dependem de capital de risco para sua expansão.