A relação entre as companhias de e-commerce e as suas parceiras de logística foi modificada pela escalada de preços dos combustíveis, tornando a oferta de frete gratuito e de entregas rápidas cada vez mais escassa
Atualmente, é notório que o aumento contínuo no valor dos combustíveis provocou alterações na relação entre as companhias de e-commerce e as suas parceiras de logística. Observa-se que os contratos estão mais maleáveis, enquanto estratégias como o frete gratuito e entregas rápidas (em 24 horas ou até menos) são cada vez mais escassas, dada a ocorrência de reajustes inevitáveis.
Sob esse viés, Guilherme Juliani – CEO do grupo de logística Move3 – afirma que o cenário está se modificando rapidamente, graças à pressão de custos e à entrada de empresas de e-commerce asiáticas, como o AliExpress e a Shopee, fortes competidoras no país.
Diante deste contexto, o executivo argumenta que a logística possui um papel fundamental, e que algumas companhias de transporte que entraram em conflito de preços para atender o e-commerce estão, hoje, enfrentando sérias dificuldades financeiras.
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Diretora executiva da Abol discorre a respeito do atual cenário, em que 40% dos custos de um operador logístico são dedicados aos combustíveis
Marcella Cunha – diretora executiva da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol) – declara, por sua vez, que, perante um cenário de imprevisibilidade no setor dos combustíveis, as estratégias estão mudando, de modo que a entrega rápida e o frete gratuito devem ser reduzidos, haja vista o seu preço elevado e crescente.
De acordo com a diretora, determinar o valor do frete está mais complicado, uma vez que, hoje, 40% dos custos de um operador logístico estão relacionados aos combustíveis. A porcentagem pode, até mesmo, atingir os 60%, a depender da distância. Segundo ela, o operador logístico não consegue arcar com esse custo, precisando, assim, repassá-lo aos clientes.
O fundador da consultoria Varese Retail e especialista em varejo, Alberto Serrentino, explica que o varejo passa por um série de desafios no momento, associados não só ao aumento dos combustíveis. Para ele, o setor vivencia um ajuste importante e saudável capaz de amadurecer o mercado, ocasionando um maior rigor nas políticas internacionais.
Gigantes do e-commerce no Brasil alteram as suas estratégias de diferentes maneiras
Sendo assim, como já mencionado, as entregas gratuitas têm se tornado cada vez mais raras, sendo preciso que o consumidor compre mais para que tenha direito ao benefício. No Mercado Livre, por exemplo, as compras de supermercado deveriam atingir o valor de R$ 79,00 para garantir o frete grátis. Atualmente, porém, esse valor foi ampliado para R$ 199,00.
Em comunicado, a empresa expôs que, frente à situação econômica no Brasil e à alta dos combustíveis, foram realizadas algumas atualizações de políticas e custos de venda para produtos de consumo massivo, incluindo supermercados.
Por outro lado, no Magazine Luiza, somente aqueles que fazem compras pelo aplicativo é que têm acesso ao frete gratuito, embora isso não seja válido para todos os casos. A ideia por trás desta estratégia é a de que os clientes que instalam o aplicativo realizam compras