O financiamento de veículos é uma prática comum, mas muitas vezes esconde detalhes que só aparecem quando as contas são colocadas no papel. Juros, prazos e parcelas fixas podem transformar um bem aparentemente acessível em um compromisso de longo prazo que custa muito mais do que o imaginado.
Hoje em dia, o financiamento de uma moto vem se tornando um dos métodos de aquisição mais procurados. Uma moto no valor de R$ 26.000,00 pode parecer acessível quando o consumidor pensa em dividir o pagamento.
No entanto, a conta final mostra outra realidade. Com entrada de R$ 11.000,00, o financiamento segue para um prazo de três anos, totalizando 36 parcelas fixas.
A taxa usada na simulação é de 3,5% ao mês. Essa taxa não é definitiva, porque depende do score de crédito, das condições do banco, do prazo e até da idade do veículo.
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Quanto sai no bolso
Com essas condições, a parcela mensal ficaria em R$ 739,26. Multiplicando pelas 36 prestações, o valor chega a R$ 26.643,45.
Isso significa que, somente em parcelas, o comprador paga praticamente o valor da moto à vista. Além disso, esse montante não inclui a entrada inicial, que já foi de R$ 11.000,00.
Juros e porcentagem
Dentro desse total de parcelas, R$ 11.603,45 correspondem a juros. O número representa cerca de 44% do valor desembolsado ao longo dos três anos. Portanto, quase metade do que se paga não vai para o bem em si, mas para os encargos do financiamento.
O valor da moto de R$ 26.000,00, no fim, sai por R$ 37.643,45 quando somamos a entrada com todas as parcelas pagas.
A percepção do consumidor
O detalhe que chama a atenção é que, só com o valor das parcelas, o comprador praticamente paga outra moto. Dessa forma, a entrada inicial acaba sendo “perdida” dentro da conta, porque não reduz de forma significativa o impacto dos juros.
É por isso que muitos consumidores ficam surpresos quando fazem as contas detalhadas. O bem pode parecer acessível, mas a soma final revela um peso bem maior.
Opções além do financiamento
Mesmo com esse cenário, há quem opte por financiar porque não tem outra alternativa imediata. Afinal, se não for dessa forma, como ter acesso ao veículo?
No entanto, existem outras opções. Juntar o dinheiro e comprar à vista elimina os juros. Outra alternativa é participar de um consórcio, que distribui o valor em parcelas sem juros, embora com taxas administrativas e a incerteza do sorteio ou lance.
A importância da simulação
O caso mostra a importância de sempre simular antes de fechar o contrato. É comum olhar apenas para o valor da parcela e não calcular o total.
Quando o consumidor enxerga o número final, percebe o tamanho do acréscimo. Portanto, simular é essencial para evitar surpresas desagradáveis.
Experiências pessoais
Muitas pessoas compartilham diferentes trajetórias com financiamentos. Alguns relatam terem pago o dobro do valor inicial do veículo. Outros, que optaram pelo consórcio, dizem que economizaram, mas precisaram esperar mais tempo.
Quem conseguiu juntar e comprar à vista costuma destacar a sensação de liberdade. Sem parcelas, o bem passa a ser de fato do comprador no ato da compra.
O recado para quem financia
O exemplo da moto de R$ 26.000,00 deixa claro: financiar pode ser uma solução imediata, mas exige atenção redobrada.
O comprador precisa ter consciência de que, no fim, o valor será bem maior. E precisa decidir se vale a pena pagar essa diferença em troca da posse imediata do veículo.
A simulação mostra como o financiamento pode transformar um bem de R$ 26.000,00 em uma compra de quase R$ 38.000,00.
Essa diferença pode pesar no bolso e no orçamento de longo prazo. Por isso, a decisão deve ser feita com base em planejamento, comparação de opções e clareza sobre os custos reais.