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Fim do varejo tradicional? Crise econômica pode levar à queda de um dos setores mais importantes do mercado e transformar para sempre a forma como consumimos!

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 19/11/2024 às 08:39
Fim do varejo tradicional Crise econômica pode levar à queda de um dos setores mais importantes do mercado e transformar para sempre a forma como consumimos!
Foto: Ideogram

Com uma retração de 2,4% em setembro de 2024, o setor varejista acende um alerta para a economia. Entenda por que essa queda é preocupante e como ela pode afetar o seu bolso.

Setembro de 2024 trouxe um baque para o varejo brasileiro: uma queda de 2,4% nas vendas em comparação ao mês anterior. Essa é a maior retração do setor neste ano, acendendo um alerta vermelho para toda a economia. Mas por que o varejo é tão importante? E será que estamos vendo o começo do fim do varejo tradicional no Brasil? Vamos explorar essas questões e entender como essa crise pode impactar o nosso bolso.

Qual o papel do varejo na economia brasileira?

O varejo é um dos pilares da economia brasileira. Ele não só movimenta bilhões de reais em vendas, mas também é responsável por empregar milhões de pessoas. Mais do que isso, o setor atua como uma ponte crucial entre a produção industrial e o consumidor final. Quando o varejo vai mal, os efeitos se espalham por toda a cadeia produtiva.

Essa recente queda de 2,4% nas vendas, segundo o índice da Stone, não é apenas um número frio. É um reflexo do comportamento do consumidor e das dificuldades que muitas famílias estão enfrentando. Com menos dinheiro no bolso, as pessoas compram menos, afetando diretamente o faturamento do varejo e, por consequência, outros setores como a indústria e os serviços.

Fim do varejo tradicional? Um cenário preocupante

Há quem questione se estamos caminhando para o fim do varejo tradicional. A verdade é que o setor enfrenta uma tempestade perfeita: inflação alta, juros elevados e um nível preocupante de endividamento das famílias. Só em setembro, mais de 67 milhões de brasileiros estavam inadimplentes, de acordo com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o SPC Brasil.

Esse cenário reduz o poder de compra das pessoas e as faz priorizar gastos essenciais, como alimentação e contas básicas, deixando de lado outros itens que costumavam movimentar o varejo, como roupas, eletrodomésticos e móveis. E o resultado? Prateleiras mais cheias e caixas registradoras menos movimentadas.

Quem está sentindo a crise?

Alguns segmentos do varejo estão sofrendo mais do que outros. Em setembro, os setores de móveis e eletrodomésticos, vestuário e calçados registraram quedas acima de 3%. Esses números refletem uma mudança no comportamento do consumidor, que está mais cauteloso e focado em reduzir gastos.

Outro ponto que merece atenção é a desaceleração do consumo mesmo em períodos de promoções e liquidações, o que antes era uma tática para reverter cenários de crise. Parece que nem os descontos estão conseguindo atrair os consumidores de volta às lojas.

O que está por trás da situação?

Dois fatores principais ajudam a explicar esse momento complicado para o varejo: o alto endividamento das famílias e o custo de vida elevado. Quando as contas básicas, como energia, água e aluguel, consomem uma parte cada vez maior do orçamento, sobra pouco ou nada para o consumo no varejo.

Outro vilão é o cartão de crédito, que virou uma bola de neve para muitas pessoas. O aumento da inadimplência está diretamente ligado ao uso excessivo do crédito, que, combinado com os juros altos, faz com que as dívidas cresçam rapidamente. Isso acaba empurrando mais brasileiros para o SPC e Serasa, o que limita ainda mais o consumo.

A inflação também tem sido uma pedra no sapato. Embora o IPCA aponte uma inflação anual de cerca de 5%, muitos consumidores sentem que os preços estão subindo bem mais rápido. Alimentos, energia e combustíveis são exemplos de itens que, na prática, pesam cada vez mais no bolso.

Há esperança para o varejo?

Apesar do cenário desafiador, o varejo brasileiro já superou crises no passado. A diferença agora é que a recuperação depende não só de medidas econômicas, mas também de mudanças estruturais. Reduzir juros, controlar a inflação e promover o consumo consciente são passos fundamentais.

Outro ponto importante é a adaptação do varejo às novas realidades de consumo. Lojas físicas precisam oferecer experiências diferenciadas para atrair clientes, enquanto o e-commerce segue como uma alternativa viável para driblar a crise. A questão é: o varejo tradicional conseguirá se reinventar antes que seja tarde demais?

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Débora Araújo

Escrevo sobre energias renováveis, automóveis, ciência e tecnologia, indústria e as principais tendências do mercado de trabalho. Com um olhar atento às evoluções globais e atualizações diárias, dedico-me a compartilhar sempre informações relevantes.

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