Primeira fazenda 100% robotizada do Brasil é anunciada em Goiás: 10 robôs Solix vão operar em 13 mil hectares, elevando produtividade e reduzindo custos no agronegócio.
No segundo semestre de 2025, o Brasil testemunha o nascimento de algo que parecia reservado ao futuro distante: a primeira fazenda robotizada integralmente autônoma em solo nacional. A Solinftec, gigante brasileira em inteligência artificial e robótica para o agronegócio, anunciou que vai iniciar as operações de uma unidade em Goiás com 13.000 hectares totalmente automatizados, contando desde o início com 10 robôs Solix controlando lavouras, sem intervenção humana.
A iniciativa marca não apenas um marco tecnológico, mas uma transformação estrutural no modo como se produz alimentos no Brasil com promessas de ganhos de eficiência, economia no uso de insumos e uma nova dimensão de escala para o campo brasileiro.
O que é essa fazenda robotizada e como ela vai operar
A unidade está localizada em Goiás e já em setembro de 2025 iniciará operações totalmente autônomas. Os robôs Solix assumem desde plantio, pulverização, manejo até operações de dessecação e pré-plantio, gerando dados, monitoramento e produtividade sem depender de mão de obra tradicional.
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Em entrevista, Emerson Crepaldi, COO para a América do Sul da Solinftec, afirmou que hoje já existem 40 robôs Solix atuando em grãos e 10 destinados à cana, e que até o fim do ano a previsão é expandir outros 40 robôs no Brasil e mais 40 nos Estados Unidos.
A empresa parceira desse projeto é o Grupo Baumgart, que investe nessa revolução tecnológica para escalar os ganhos do robô.
Ganhos demonstrados e resultados esperados
Os testes anteriores com Solix em culturas de grãos já mostraram resultados promissores:
- Redução de mais de 90% no uso de herbicidas em operações de pós-emergência, dessecação e pré-plantio.
- Nas lavouras de cana-de-açúcar, o robô conseguiu reduzir o volume de herbicida em 45% em aplicações de pós-emergência.
- Em grãos, a empresa relata que o uso desse sistema resultou em média de 10 sacas por hectare a mais em relação à pulverização convencional, além de diminuição de cerca de 85% no uso de produtos químicos.
Esses números já demonstram que a tecnologia não é apenas futurista, mas com impacto real em custos, produtividade e sustentabilidade.
Financiamento, crédito e escalabilidade
Para viabilizar essa fazenda, linhas de crédito tradicionais e agropecuárias serão usadas: Plano Safra, BNDES Finame ou financiamentos por bancos como o Banco do Brasil e parceiros privados estão entre as alternativas citadas.
Esse arranjo financeiro é essencial para viabilizar a escalada da automação no agronegócio brasileiro, especialmente para que pequenos e médios produtores possam aderir ao modelo futurista.
Desafios, riscos e implicações
Mesmo com as promessas, muitos desafios precisam ser vencidos:
- Manutenção e reparo de robôs em áreas rurais ainda dependem de logística complexa.
- A transição para robótica integral demanda altos investimentos iniciais, o que pode tornar o modelo inviável para produtores menores.
- Há o risco de desemprego no setor agrícola tradicional, com deslocamento da força de trabalho braçal.
- Regulamentações, segurança, infraestrutura de rede, sensores e energia local são exigências que precisam estar afinadas para não comprometer a operação autônoma.
O impacto no futuro do agronegócio brasileiro
Se essa unidade se provar sustentável e escalável, o Brasil poderá se tornar um refúgio global para produção automatizada de alimentos, com vantagem competitiva de custos, precisão e escala.
Além disso, modelos como esse ajudam a:
- Reduzir o uso de insumos químicos, contribuindo para a agricultura regenerativa e sustentável;
- Mitigar riscos climáticos e de mão de obra, ao depender de robôs em áreas remotas;
- Atrair capital e interesse internacional para a tecnologia brasileira no campo.
Um marco histórico no campo brasileiro
Com a inauguração da primeira fazenda 100% robotizada da América Latina, o Brasil assume um papel de destaque na corrida global pela automação agrícola.
A combinação de inteligência artificial, sensores de alta precisão e robótica de campo torna a fazenda de Goiás um laboratório vivo do futuro do agronegócio.
A era do trabalho braçal pode não ter acabado, mas o que está nascendo agora é um novo paradigma — onde o campo se move por algoritmos, câmeras e robôs que operam dia e noite com eficiência impossível para o esforço humano.