A multinacional encerrará operações de manufatura na Índia, eliminará mais de 4.000 empregos e poderá encerrar a produção do Ford Ka e EcoSport.
A Ford Índia anunciou, em 9 de setembro, que encerrará suas operações de fabricação de automóveis na Índia, fechando duas fábricas em Maraimalainagar, um subúrbio de Chennai, no estado de Tamil Nadu, e em Sanand, no estado de Gujarat. Como resultado, mais de 4.000 trabalhadores em tempo integral da Ford, perderão seus empregos. Além disso, vários milhares de estagiários, trabalhadores contratados, trabalhadores de cantinas e zeladores perderão seus empregos, junto com dezenas de milhares de funcionários em fábricas de fornecedores e concessionárias de automóveis. No mercado brasileiro isso pode significar o fim do Ford Ka e EcoSport.
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Após o final da produção brasileira, mercados como o argentino, que recebiam o carro nacional, passaram a importar o EcoSport da Índia, que continuou com a produção do SUV e do Ka, vendido por lá como Figo. Os indianos já eram responsáveis também, pela produção do EcoSport para outros mercados.
Fechamento de fábrica da multinacional na índia pode sinalizar o fim do Ford KA e EcoSport.
Em um comunicado, o porta-voz da Ford, Sinead Phipps, disse que a empresa deixará de fabricar veículos à venda na Índia que incluem Figo, Aspire, Freestyle, EcoSport, KA e Endeavor, imediatamente. Assim que os suprimentos desses veículos forem vendidos, não haverá mais vendas na Índia.
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A fabricação de alguns desses veículos continuará para exportação na fábrica da Sanand, até o fechamento no final de 2021, e de Chennai, onde as fábricas de veículos e motores estão programadas para fechar em meados de 2022.
O impacto da saída da Ford se estenderá a centenas de concessionárias de automóveis, que empregam 40.000 pessoas em todo o país, indústrias auxiliares, MPMEs (micro, pequenas e médias empresas) que apoiaram as fábricas até agora. Chennai, conhecida como a “Detroit da Índia”, será atingida de maneira particularmente forte.
Fim de milhares de empregos.
Como resultado dos fechamentos da Ford, KE Raghunathan, Coordenador do Consórcio de Associações Indianas (CIA), disse: “mais de 4.000 PMEs (pequenas e médias empresas) serão fechadas”. Ele acrescentou: “Tamil Nadu é o mais atingido com esta decisão, pois é conhecido como a base de muitos gigantes do setor automotivo. Toda a infraestrutura criada para exportação de veículos e para o setor de logística também será atingida”.
Raghunathan alertou que cerca de 10.000 – 15.000 outros trabalhadores, podem ficar sem emprego devido ao impacto nas PME. Enquanto corta milhares de empregos por hora, a Ford planeja “expandir significativamente” o número de engenheiros de software, especialistas em TI, pesquisa, análise, engenharia e funcionários de finanças na Índia.
O país já abriga a segunda maior força de trabalho assalariada da Ford, depois da América do Norte, e espera expandir o uso de trabalhadores qualificados com salários mais baixos, para apoiar suas operações de negócios globais.
Mercado brasileiro também sofre impactos.
A Ford é a mais recente fabricante de veículos dos EUA, depois da General Motors (GM) e da empresa americana de motocicletas Harley-Davidson, a interromper a fabricação no quarto maior mercado automotivo do mundo nos últimos cinco anos. Em outras palavras, dezenas de milhares de empregos foram destruídos na Índia.
A Ford foi uma das primeiras montadoras globais a entrar no mercado indiano após o início das reformas econômicas pró-investidor em 1991. Anunciando sua decisão de se retirar, executivos corporativos disseram, “apesar de investir significativamente na Índia, a Ford acumulou mais de US $ 2 bilhões de perdas operacionais nos últimos 10 anos e a demanda por veículos novos tem sido muito mais fraca do que o previsto.”
Em janeiro, a Ford anunciou planos de fechar operações no Brasil, fechando três fábricas e eliminando mais de 5.000 empregos no setor automotivo no país latino-americano. Em março de 2019, a empresa anunciou planos de cortar 25.000 empregos em todo o mundo, incluindo 12.000 na Europa e mais de 5.000 somente na Alemanha.