Volkswagen deve encerrar a produção do Touareg em 2026, encerrando um ciclo de 24 anos e redirecionando seu foco para SUVs mais acessíveis, como T-Cross, Tiguan e Tayron, priorizando mercados sensíveis ao preço e à eletrificação.
A Volkswagen vai encerrar a trajetória do Touareg em 2026, segundo apuração publicada pela revista britânica Autocar em 6 de agosto de 2025, sem confirmação oficial da montadora até o momento.
A informação indica que não haverá sucessor direto e que a empresa concentrará investimentos em SUVs de maior volume, como T-Cross, Tiguan e o recém-chegado Tayron, reforçando uma estratégia voltada a modelos mais acessíveis.
Na prática, o fim do Volkswagen Touareg encerra uma jornada iniciada há 24 anos e reconfigura o papel da marca no topo do segmento.
-
Onix Plus 2026: combina desempenho, segurança e conforto para quem busca um sedã versátil no Brasil. Veja a análise completa da versão premier 1.0, preço e principais destaques do sedan
-
Bateria de R$ 70 mil, revisões acima da média e peças quase impossíveis: 4 carros usados de montadoras como Ford e Fiat que podem pesar no seu bolso
-
Com motor BlueFlex de 149 cm³, autonomia acima de 40 km/l e suspensão monoshock, Yamaha Fazer FZ15 ABS Connected 2025 se destaca com ABS e pneus largos na categoria 150 cc
-
Na faixa dos R$ 70 mil, Nissan Kicks 2017 1.6 faz até 14,7 km/L, roda mais de 700 km por tanque e segue entre os SUVs mais desejados do Brasil
O que se sabe até agora
Segundo o site Quatro Rodas, a produção global do SUV será descontinuada até 2026.
Sem plano de substituto direto, o fim do Volkswagen Touareg deixará o Tayron como o maior SUV da Volks em mercados como o Reino Unido.
A marca não comentou oficialmente, e, portanto, não é possível afirmar datas de linha de montagem além do que foi reportado por veículos especializados e documentos públicos.
Por que a decisão muda o tabuleiro
O Touareg sempre foi o esforço mais ambicioso da Volkswagen para disputar espaço entre os SUVs de luxo.
A aposentadoria do Touareg sinaliza uma guinada para modelos de alto giro e preço competitivo, sobretudo onde o consumidor é sensível a custos.
Nesse pacote entram T-Cross e Tiguan, pilares de rentabilidade, e plataformas compartilhadas que reduzem complexidade e aceleram lançamentos.
Também pesa o avanço de elétricos e híbridos plug-in, que exigem foco e orçamento em arquiteturas específicas.
Em vez de um quarto ciclo de vida, a montadora racionaliza o portfólio e deixa o topo do segmento premium para as marcas-irmãs do grupo, como Audi e Porsche.
Origem e legado de um projeto ousado
Lançado em 2002 (ano-modelo 2003), o Touareg nasceu de um projeto conjunto entre Volkswagen, Audi e Porsche.
Dessa colaboração surgiram também Audi Q7 e Porsche Cayenne, que compartilharam bases de engenharia.
O objetivo era claro: elevar a Volkswagen ao território premium com um SUV de luxo sob uma insígnia generalista.
Ao longo de três gerações, o Touareg acumulou feitos técnicos e versões pouco comuns no mercado, como o V10 TDI e configurações V8 e W12 em diferentes fases e regiões.
O modelo ultrapassou a marca de 1 milhão de unidades produzidas, consolidando seu papel histórico no catálogo global.
Essa trajetória ajuda a dimensionar o impacto simbólico do fim do Volkswagen Touareg.
Tayron ocupa espaço e amplia a oferta
Para preencher parte do vácuo que será deixado no topo da linha, a Volkswagen apresentou na Europa o Tayron, com cinco ou sete lugares.
O SUV teve estreia mundial em outubro de 2024 e começou a chegar às concessionárias europeias ao longo de 2025.
Entre os destaques, há opção híbrida plug-in com autonomia elétrica superior a 100 km (ciclo europeu), além de capacidade de reboque de até 2.500 kg em versões 2.0 TSI com tração integral.
Com posicionamento abaixo do Touareg, o Tayron mira famílias que precisam de espaço, mas evitam preços de luxo, alinhando-se à prioridade de volume.
Esse movimento reforça o foco em Tiguan, T-Cross e outros SUVs globais, enquanto a aposentadoria do Touareg reordena a prateleira superior da marca.
E no Brasil, o que muda
No mercado brasileiro, o Touareg teve duas gerações vendidas oficialmente e saiu de linha no início de 2019.
A decisão seguiu uma combinação de fatores: procura baixa por SUVs de luxo de marcas não premium, dólar alto e preços próximos a Audi Q7 e Porsche Cayenne.
Em 2018, por exemplo, o SUV somou apenas seis emplacamentos no país, sinal claro de retração.
Com a aposentadoria do Touareg, nada muda de imediato no Brasil, onde o papel de SUVs médios e compactos continua com Taos, T-Cross e, após sua volta, Tiguan.
O fim do Volkswagen Touareg consolida o cenário: o topo do luxo fica concentrado nas demais marcas do grupo, enquanto a Volks reforça o coração do portfólio.
Estados Unidos já haviam virado a página
Nos EUA, o Touareg saiu de cena após o ano-modelo 2017. A Volkswagen posicionou o Atlas como alternativa mais espaçosa e acessível, voltada ao público de três fileiras que domina as vendas por lá.
Isso explica por que a aposentadoria do Touareg agora tem contornos globais, mas impacto limitado no mercado norte-americano, que já operava sem o modelo há anos.
Para especialistas, o Touareg mostrou que a Volkswagen podia jogar no alto do segmento de SUVs, misturando engenharia refinada, capacidade fora de estrada e conforto de sedã.
No entanto, a aposentadoria do Touareg evidencia a mudança de prioridades: volume, eficiência e eletrificação agora ditam o ritmo.
Enquanto isso, o consumidor deverá encontrar mais opções de cinco e sete lugares em faixas de preço intermediárias, com foco em custo total de propriedade e conectividade.
Para você, a aposentadoria do Touareg é um passo natural diante do avanço de Tiguan, T-Cross e Tayron, ou a Volkswagen deveria manter um SUV de luxo como vitrine tecnológica?