A varejista de eletrônicos Fast Shop enfrenta uma reestruturação profunda, com fechamento de lojas e centro de distribuição, após investigação do Ministério Público sobre suposto esquema de créditos irregulares de ICMS.
A Fast Shop deu início a um fechamento de 11 lojas — cerca de 15% da rede — e de um centro de distribuição como parte de uma reestruturação que busca reduzir custos e reorganizar a operação após os desdobramentos da Operação Ícaro, investigação do Ministério Público de São Paulo sobre liberação irregular de créditos de ICMS.
Em nota, a companhia afirmou que “reavalia constantemente a sua estrutura e operação, inclusive de lojas físicas, com a priorização de pontos de venda que estejam alinhados à sua estratégia”.
Segundo dados utilizados pelo setor e reportados por veículos especializados, a rede opera aproximadamente 80 unidades no país, incluindo as bandeiras Fast Shop e M1, além de lojas A2You focadas em produtos Apple.
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Fechamentos em etapas e praças afetadas
O cronograma prevê três ondas de encerramentos.
A primeira está marcada para 8 de outubro, alcançando as lojas A2You dos shoppings Barigui (Curitiba), Aricanduva, Boulevard Tatuapé e Interlagos (São Paulo).
Na sequência, em 12 de outubro, a empresa desativa operações nos shoppings Iguatemi Salvador, M1 Itaquera, M1 SP Market, SP Market (todos em SP) e RioMar Fortaleza (CE), além do centro de distribuição em Fortaleza.
O ciclo se encerra em 31 de outubro, com o fechamento das unidades Barra Salvador (BA) e M1 Litoral Plaza, em Praia Grande (SP).
As datas e locais constam de comunicação interna citada por colunas de negócios e por publicações do setor de varejo.
Ainda que a empresa não detalhe números de demissões, a redução do parque de lojas indica um ajuste relevante no custo fixo e na cobertura geográfica.
Em paralelo, a rede mantém o e-commerce e as demais unidades em funcionamento.
O objetivo, segundo a própria mensagem corporativa, é priorizar pontos de venda com maior aderência à estratégia atual.
O que é a Operação Ícaro e por que ela pesa sobre a rede
Deflagrada em 12 de agosto, a Operação Ícaro apura suposto esquema de liberação indevida de créditos de ICMS mediante pagamento de propina a servidores públicos.
O auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, que atuou na Diretoria de Fiscalização da Sefaz-SP, aparece como um dos principais alvos do caso.
A investigação também envolveu empresários do varejo, incluindo a Fast Shop, e prendeu o dono da Ultrafarma naquele momento inicial da operação.
Documentos do MP-SP descrevem a aceleração indevida de ressarcimentos tributários como o núcleo do benefício irregular.
De acordo com relatos oficiais e decisões decorrentes do caso, a apuração do MP-SP se concentra em pedidos de ressarcimento de ICMS na modalidade de substituição tributária.
O tema é sensível para redes de eletrônicos, cujo fluxo de crédito e débito tributário costuma ser elevado e com forte impacto no capital de giro.
Acordo com o MP-SP: R$ 100 milhões e exigências de compliance
Em setembro, dois sócios e um diretor da Fast Shop firmaram acordo de não persecução penal com o MP-SP, prevendo pagamento de R$ 100 milhões a título de prestação pecuniária penal e a implementação de um programa de compliance.
O MP informou que os débitos tributários eventualmente devidos serão tratados à parte, e que o desembolso será parcelado.
Essa composição não encerra discussões fiscais, mas encerra a persecução penal nas condições pactuadas.
Conforme nota pública, a agência ministerial destacou a preocupação com a manutenção das atividades e dos empregos, condicionando o acordo à adoção de controles internos mais rigorosos.
Esse pacote de medidas busca reduzir o risco de reincidência e dar previsibilidade aos credores e parceiros comerciais da varejista.
Nova liderança interina e foco em eficiência
Para conduzir a fase mais crítica da reorganização, a rede nomeou Rodrigo Ogawa como CEO interino em setembro.
Profissional associado a mandatos de reestruturação e gestão de crise, Ogawa assumiu com a missão imediata de estabilizar a operação e recompor a confiança do mercado.
Em paralelo, a companhia reforçou em mensagens internas que as lojas físicas seguem estratégicas, mas exigem revisão de performance e rentabilidade ponto a ponto.
A decisão de condensar a rede física ocorre após meses de estresse reputacional e financeiro.
Publicações setoriais relatam ajustes adicionais, como racionalização de diretorias e revisão de portfólio, embora a empresa não tenha detalhado publicamente mudança de estrutura organizacional além do comando interino.
A própria comunicação institucional reforça a busca por “maior eficiência operacional”, frase recorrente em ciclos de turnaround no varejo.
Situação fiscal e próximos passos
Com o acordo penal assinado, a Fast Shop ainda precisa endereçar obrigações fiscais que, segundo o MP-SP, correm em processos próprios.
O compromisso de compliance passa a ser condição de credibilidade para fornecedores, shoppings e bancos, enquanto o fechamento escalonado das lojas redistribui custos e estoque no curto prazo.
Em nota, a empresa reiterou que “reavalia constantemente” sua malha e que prioriza endereços com maior alinhamento estratégico — mensagem que, no varejo de eletrônicos, costuma refletir seletividade em praças com fluxo consistente e tíquete médio elevado.
Enquanto isso, consumidores e parceiros comerciais acompanham os desdobramentos.
Os próximos marcos operacionais são as datas já comunicadas para encerramento de unidades em 8, 12 e 31 de outubro, quando se conclui a atual rodada de cortes físicos, incluindo o fechamento do CD de Fortaleza.
Resta saber como a combinação de acordo judicial, ajustes de rede e reforço de governança se traduzirá em fôlego financeiro no quarto trimestre.
A pergunta que paira sobre o mercado é se a estratégia de cortes e compliance será suficiente para preservar o negócio e recuperar a confiança de clientes, fornecedores e shoppings.
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