Uber investe bilhões em carros autônomos e firma acordo com montadora controlada pela Arábia Saudita; mudanças drásticas na mobilidade urbana e no futuro do trabalho podem acontecer nos próximos anos.
O cenário global de mobilidade urbana está diante de uma transformação sem precedentes, após o anúncio feito pela Uber sobre um acordo bilionário com a montadora norte-americana Lucid Motors para o desenvolvimento de carros autônomos.
O investimento de US$ 300 milhões, equivalente a aproximadamente R$ 1,6 bilhão na cotação de junho de 2025, marca um passo concreto rumo à substituição gradual de motoristas de aplicativo por veículos guiados por inteligência artificial.
O objetivo é claro: integrar ao menos 20 mil carros autônomos à frota da Uber nos próximos seis anos, em uma iniciativa que pode modificar profundamente a rotina de quem trabalha ou depende de transporte por aplicativo.
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Uber e Lucid Motors: parceria estratégica no setor de mobilidade
A parceria, confirmada no dia 17 de julho de 2025, prevê a produção de versões customizadas do SUV elétrico Gravity, projetadas especificamente para as necessidades do serviço de mobilidade urbana da Uber.
As entregas dos primeiros veículos estão programadas para o segundo semestre de 2026, de acordo com o comunicado das empresas.
Os novos automóveis vão operar sem motorista, utilizando avançados sistemas de direção autônoma, sensores, câmeras e inteligência artificial para realizar viagens em áreas urbanas, reduzindo a dependência de profissionais humanos para esse tipo de serviço.
A Lucid Motors, sediada na Califórnia, pertence ao grupo de empresas controladas pela família real da Arábia Saudita, que também administra a Saudi Aramco, maior companhia petrolífera do mundo.
O acordo com a Uber fortalece os laços entre o setor de tecnologia do Vale do Silício e o capital árabe, já que o chefe do fundo soberano saudita, Yasir Al-Rumayyan, está entre os principais acionistas da plataforma de mobilidade.
Impacto financeiro e reação do mercado
Com o fechamento do contrato, a Uber passou a deter 3% das ações da Lucid Motors.
A notícia repercutiu imediatamente nos mercados internacionais, com as ações da montadora registrando uma valorização expressiva de 40% em Wall Street no mesmo dia do anúncio, impulsionando o interesse global sobre o futuro do transporte urbano.
Avanço dos carros autônomos e desafios globais
Esse movimento, liderado pela Uber, acontece em meio à crescente adoção de veículos elétricos e autônomos em várias partes do mundo.
O avanço das tecnologias de direção automática, somado à pressão por soluções de mobilidade mais sustentáveis e eficientes, cria um ambiente propício para mudanças profundas no setor.
Países como Estados Unidos, China e Alemanha já realizam testes em larga escala com carros autônomos, enquanto gigantes da tecnologia e montadoras tradicionais intensificam os investimentos em inovação e pesquisa.
Situação no Brasil e adaptações necessárias
No Brasil, a discussão sobre a adoção de carros autônomos em larga escala ainda caminha em ritmo mais lento, principalmente devido à complexidade do trânsito urbano, desafios regulatórios e questões de infraestrutura.
No entanto, especialistas apontam que acordos internacionais como o firmado pela Uber tendem a acelerar o debate sobre o papel dos motoristas de aplicativo e a necessidade de adaptação profissional diante do avanço da automação.
Impacto social: futuro dos motoristas de aplicativo
O impacto social da substituição de motoristas humanos por robôs desperta questionamentos em diferentes setores da sociedade.
De acordo com dados recentes da Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (ABMT), cerca de 1,5 milhão de pessoas atuam como motoristas de aplicativo no país, sendo uma importante fonte de renda para milhares de famílias.
Com a previsão de entrada dos veículos autônomos a partir de 2026, sindicatos e entidades de classe já discutem estratégias para proteger os direitos desses profissionais e buscar alternativas de capacitação em outras áreas.
Segurança, regulação e confiança nos robôs
Especialistas em tecnologia destacam que o desenvolvimento de carros autônomos representa um marco para a mobilidade urbana, mas alertam para a necessidade de políticas públicas que garantam segurança, privacidade de dados e normas claras para o funcionamento dessas novas frotas.
A implementação em larga escala exige não apenas avanços tecnológicos, mas também mudanças em legislações, adequação de infraestrutura e diálogo com a sociedade civil para minimizar impactos sociais negativos.
Outro ponto importante diz respeito à segurança dos sistemas autônomos.
Empresas do setor afirmam que os veículos sem motorista são equipados com múltiplos sistemas de redundância, capazes de identificar e evitar obstáculos, além de atualizar rotas em tempo real.
Apesar disso, a comunidade científica reforça que a aceitação pública e a confiança nos robôs ainda dependem de testes em situações reais e de respostas rápidas a eventuais falhas.
Perspectivas econômicas e concorrência global
Além dos desafios tecnológicos, a adoção de veículos autônomos pode impactar diretamente a economia do setor de mobilidade urbana.
A expectativa é que a operação com robôs reduza custos logísticos, aumente a eficiência do serviço e diminua a emissão de poluentes, alinhando-se à demanda global por soluções mais sustentáveis.
Por outro lado, o fim da profissão motorista de app, ao menos nos moldes atuais, exigirá medidas de apoio e transição para quem depende dessa atividade.
Enquanto a Uber projeta a chegada dos primeiros carros autônomos para 2026, outros gigantes da mobilidade, como Tesla, Waymo e Baidu, também avançam no desenvolvimento de frotas sem motoristas.
O acordo com a Lucid Motors insere a Uber na disputa global por inovação no transporte, tornando o tema cada vez mais presente nas discussões sobre o futuro do trabalho e das cidades.
A pergunta que surge diante desse cenário é inevitável: como você acredita que a automação e a inteligência artificial devem impactar a profissão de motorista de aplicativo nos próximos anos?