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Férias de 60 dias podem chegar ao fim: nova proposta mira equilíbrio entre servidores e trabalhadores da iniciativa privada

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 27/08/2025 às 17:52
Reforma Administrativa pode acabar com férias de 60 dias, limitar home office e mudar carreiras públicas. Entenda as propostas.
Reforma Administrativa pode acabar com férias de 60 dias, limitar home office e mudar carreiras públicas. Entenda as propostas.
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Reforma Administrativa volta à pauta no Congresso com discussão sobre férias, home office e regras de carreira, em meio a um pacote de medidas que promete alterar rotinas e benefícios do funcionalismo público em todo o país.

De 60 dias de férias a home office: entenda as mudanças discutidas na Reforma Administrativa

A Câmara dos Deputados agendou para 3 de setembro uma comissão geral no Plenário para debater a PEC 32/2020, conhecida como Reforma Administrativa.

O anúncio foi feito pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que tem tratado o tema como prioridade neste semestre.

Segundo a Presidência da Câmara, o objetivo é discutir mudanças para modernizar o serviço público, reduzir distorções e elevar a eficiência do Estado.

O que vai a debate no Plenário

A comissão geral é uma sessão dedicada ao debate de um assunto relevante, sem votações, com participação de deputados e convidados.

É o passo inicial para levar o tema ao centro do Plenário e aferir o ambiente político para a votação dos textos. O encontro de 3 de setembro será o primeiro grande teste público da proposta neste segundo semestre.

Como a proposta está sendo construída

O desenho da reforma vem de um grupo de trabalho criado por Hugo Motta em 28 de maio de 2025 e coordenado pelo deputado Pedro Paulo (PSD-RJ).

O GT realizou audiências e trabalha em um pacote que deverá ser dividido em três frentes: uma PEC, um projeto de lei complementar e um projeto de lei ordinária.

A expectativa declarada por seus articuladores é concluir a redação e levar a voto a partir de setembro, desde que haja acordo entre líderes.

Férias: padronização em 30 dias

Um dos pontos com maior apelo é o fim das férias de 60 dias ainda vigentes em carreiras como magistratura e Ministério Público.

A regra a ser proposta deve fixar 30 dias por ano para todos os servidores, alinhando-se ao padrão da iniciativa privada. A medida é apresentada pelo relator como forma de “colocar todo mundo no mesmo plano”.

Aposentadoria compulsória como punição

A proposta também alcança o regime disciplinar, ao encerrar a aposentadoria compulsória como sanção para magistrados e membros do Ministério Público punidos por irregularidades.

Em manifestações públicas, Pedro Paulo tem chamado o tema de “um dos pontos mais importantes da Reforma Administrativa”.

Home office com regra nacional

Para o teletrabalho, o relator defende limitar o home office a um dia por semana como regra geral, com parâmetros nacionais. Hoje, cada órgão define o próprio modelo.

A padronização, segundo ele, busca assegurar presença mínima das equipes e uniformidade entre Poderes e entes.

Supersalários e estatais

Outra frente mira “penduricalhos” e verbas indenizatórias usadas de forma recorrente, além de mecanismos contra supersalários.

O relator informou que pretende submeter estatais não dependentes e não listadas em Bolsa ao teto constitucional, tema que abrange empresas como BNDES e Caixa e ainda é objeto de negociação com o governo.

Avaliação de desempenho e bônus

A reforma deve criar regras nacionais de avaliação de desempenho, com metas de produtividade e possibilidade de bônus por resultados, respeitados os limites fiscais.

O Ministério da Gestão defende parâmetros objetivos e considera necessária uma lei nacional para contratos temporários, outro eixo da proposta.

Carreiras e progressão

O desenho em discussão prevê carreiras com, no mínimo, 20 níveis e salário de ingresso limitado a aproximadamente 50% do valor do topo.

A meta, segundo o relator, é ampliar a trajetória de progressão e evitar que servidores ingressem próximos ao teto da carreira.

Concursos e estágio prático

Nos concursos públicos, além da prova, a proposta inclui uma etapa de “vínculo de experiência” de até dois anos, variando conforme o cargo.

A efetivação ocorreria apenas após avaliação nessa fase, uma espécie de estágio prático sob supervisão.

Contratações temporárias com regras

Também entra em pauta a ampliação e regulação de contratações temporárias por prazo determinado, com diretrizes nacionais.

A justificativa é dar segurança jurídica a práticas já adotadas em estados e municípios, sem substituir concursos onde são necessários.

Calendário e clima político

Hugo Motta reforçou que “essa discussão não pode mais ser adiada” e que a reforma trata da capacidade do Estado de servir com eficiência e justiça.

O relator, por sua vez, afirma que o pacote não tem meta de corte imediato de gastos, mas que muitas medidas devem gerar economia no curto, médio e longo prazos ao corrigir distorções. A intenção declarada é apresentar os textos e buscar votação em setembro, após a comissão geral.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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