Em uma ilha no meio de um rio na China, uma família desafia o tempo e a geografia: há mais de duas décadas, vive cercada por montanhas, natureza e tranquilidade, sem temer as enchentes que assustariam qualquer um.
No coração da província de Sichuan, uma família decidiu transformar o isolamento em estilo de vida. Há mais de 20 anos, o casal Yang construiu sua casa em uma ilha no meio do rio Jinkou, uma região de cânions profundos e penhascos íngremes, onde a natureza é tão grandiosa quanto desafiadora. O local, de difícil acesso, exige travessias por pontes de corrente e trilhas escavadas na rocha, mas também oferece uma paz quase mítica, em contraste com o ritmo frenético das cidades chinesas.
Apesar dos riscos aparentes, os moradores garantem que o nível da água nunca ameaça o local. Eles se orgulham de viver cercados por plantações, cachoeiras e árvores frutíferas, com energia elétrica, internet e água de nascente. O que para muitos seria isolamento extremo, para eles é sinônimo de liberdade, segurança e harmonia com o ambiente.
Uma ilha no meio de um rio na China que se tornou lar

A ilha onde vive a família Yang está localizada no Grand Canyon do Rio Jinkou, uma das paisagens mais espetaculares do sudoeste da China.
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Cercada por montanhas verdes e vales profundos, ela é o ponto de encontro de três cidades: Liangshan, Leshan e Hanyang.
A casa de dois andares, construída com esforço quase artesanal, foi erguida pouco a pouco desde os anos 2000, com materiais transportados por cabos de aço e trilhas escarpadas.
Nada ali foi simples. No passado, não havia estrada, eletricidade nem ponte.
Tudo precisou ser feito pelas próprias mãos, com apoio eventual da usina elétrica próxima.
O tio Yang lembra que, antes da estrada, o acesso era por teleféricos improvisados ou longas escaladas em penhascos.
Hoje, triciclos conseguem cruzar a ponte de ferro até a ilha, um símbolo do progresso que chegou sem apagar o modo de vida tradicional.
Simplicidade e autossuficiência em meio à natureza
O cotidiano na ilha é regido pelas estações e pelo ritmo do rio.
A família cultiva nogueiras, abóboras, tomates e pimentas, e usa água pura da nascente para beber e irrigar.
Há energia elétrica e até uma TV instalada na área externa, onde eles costumam assistir programas enquanto fazem as refeições.
Borboletas coloridas, figueiras e flores venenosas usadas como repelente completam o cenário bucólico.
Apesar da aparente vulnerabilidade, o local é seguro.
O próprio Yang afirma que o nível da água jamais chegou a ameaçar a ilha, nem mesmo durante enchentes ou terremotos, o mais forte deles, em 2008, passou sem causar danos.
As montanhas ao redor são formadas por rochas sólidas, o que torna o terreno estável e resistente.
O equilíbrio entre isolamento e plenitude
Viver ali é, segundo o casal, viver “como no paraíso”.
O ar puro, o som das águas e o silêncio das noites substituem o barulho urbano e a pressa da vida moderna.
A ilha representa uma escolha deliberada por uma existência simples, autônoma e em harmonia com a paisagem.
Mesmo com o avanço tecnológico e o desenvolvimento das cidades vizinhas, o casal não demonstra intenção de partir.
A cada visitante curioso, como a exploradora Xiaoxue que documentou o local, a reação é a mesma: surpresa com a tranquilidade, o equilíbrio e a resiliência dessa vida fora do tempo.
É uma história que desafia o senso comum sobre conforto, segurança e pertencimento.
Em uma era marcada por conexões digitais e rotinas aceleradas, a história dessa família mostra que a plenitude pode estar no isolamento e na convivência direta com a natureza.
Mais do que curiosidade geográfica, trata-se de uma lição sobre simplicidade e coragem.
Você conseguiria viver por 20 anos em uma ilha no meio de um rio na China, longe da cidade e cercado apenas pela natureza?


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