União Europeia libera exportação de frango do Brasil após meses de suspensão por gripe aviária. Setor prevê recuperação no mercado global.
A União Europeia voltou a autorizar a compra de frango e peru brasileiros nesta segunda-feira (22), após quase cinco meses de suspensão motivada por um foco de gripe aviária em uma granja no Rio Grande do Sul.
A decisão foi comunicada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária e reconhece oficialmente o Brasil como país livre da doença, segundo critérios da OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal).
A medida é vista como fundamental para reaquecer a exportação da carne de aves brasileiras, que havia sido duramente impactada desde maio.
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Como será a retomada das exportações de frango
O regulamento europeu foi publicado nesta segunda, mas entra em vigor nesta terça-feira (23). A liberação seguirá um processo escalonado:
Todo o Brasil, exceto o Rio Grande do Sul: exportações autorizadas desde 18 de setembro;
Rio Grande do Sul (exceto a área foco): retomada a partir de 2 de outubro;
Raio de 10 km em torno da granja afetada: exportações liberadas em 16 de outubro.
Essa diferenciação busca garantir segurança sanitária e reforçar a confiança da União Europeia na produção brasileira.
Reconhecimento internacional e papel da OMSA
O Brasil declarou-se livre da gripe aviária em 18 de junho de 2025, após o fim do vazio sanitário estabelecido em função do caso registrado em Montenegro (RS).
A notificação oficial foi enviada à OMSA, que validou o status sanitário em setembro. Esse reconhecimento foi decisivo para a União Europeia reabrir o mercado ao frango brasileiro.
Segundo o governo federal, mais de 40 países haviam adotado algum tipo de restrição às aves brasileiras desde a confirmação do foco no Rio Grande do Sul.
Com a reclassificação sanitária, vários mercados já retomaram a compra de frango.
Impactos econômicos e expectativa do setor
De janeiro a agosto de 2025, o Brasil exportou 3,28 milhões de toneladas de carne de frango, movimentando US$ 6,15 bilhões em receita.
O setor, um dos pilares do agronegócio nacional, viu sua participação internacional ameaçada durante o período de suspensão, já que a União Europeia é considerada um dos principais parceiros comerciais.
Agora, com a reabertura gradual, frigoríficos e produtores esperam recuperar espaço e ampliar a competitividade no cenário global.
Ainda assim, o setor mantém cautela em relação a outros mercados, especialmente a China.
China mantém auditoria antes de liberar compras
Diferente da União Europeia, a China ainda não retomou a importação de frango brasileiro.
O país iniciou nesta segunda-feira uma auditoria em frigoríficos nacionais para avaliar os controles sanitários relacionados à influenza aviária.
Essa missão técnica é considerada fundamental para que o governo chinês volte a abrir seu mercado ao Brasil.
Como a China figura entre os maiores compradores de proteína animal, a expectativa é que a liberação ocorra nas próximas semanas, garantindo um novo impulso às exportações.
O que a retomada significa para o Brasil
A decisão da União Europeia reforça a confiança internacional na qualidade e no controle sanitário da carne de frango produzida no Brasil.
Além disso, mostra a importância da rápida resposta do país frente a emergências sanitárias, evitando que um único foco de gripe aviária comprometa todo o setor.
A expectativa agora é que, com a liberação europeia e a possível reabertura do mercado chinês, o Brasil recupere plenamente o ritmo de exportação, mantendo sua posição de liderança mundial no fornecimento de carne de aves.