Fenômenos astronômicos e materiais artificiais liberam níveis de radiação tão intensos que podem desintegrar moléculas, atravessar barreiras físicas e até ameaçar a vida a anos-luz de distância.
Eventos cósmicos e substâncias criadas pela humanidade podem emitir níveis extremos de radiação, capazes de afetar moléculas, tecidos e estruturas a grandes distâncias. Esses fenômenos incluem explosões de raios gama, discos de acreção de buracos negros e fontes artificiais como o Cobalto-60, que representam ameaças incomuns e, em alguns casos, fatais, mesmo em exposições rápidas.
Radiação é energia em movimento pelo espaço e pode assumir diversas formas. O tipo mais perigoso para organismos vivos é a radiação ionizante, que possui energia suficiente para remover elétrons de átomos e gerar íons, causando danos ao DNA, mutações e doenças graves como câncer. Essa característica a torna uma ameaça invisível e de longo prazo.
Mesmo fenômenos cotidianos possuem níveis reduzidos dessa energia. Bananas, por exemplo, emitem 0,1 microsievert, enquanto um raio-x de tórax equivale a 0,05 milisievert, ou cerca de 500 bananas. Em contrapartida, objetos altamente radioativos podem emitir doses letais em segundos.
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Da Marie Curie a Chernobyl: exemplos históricos de materiais radioativos
Um dos itens mais conhecidos por seu potencial radioativo é o diário de Marie Curie, contaminado por rádio-226. A exposição ao caderno por apenas uma hora pode resultar em 60 milisieverts, o equivalente a 1.200 exames de raio-x. Embora não cause morte imediata, a convivência frequente com esse nível de radiação pode levar a sintomas graves de Síndrome Aguda de Radiação.
Outro exemplo marcante é o “Pé de Elefante”, massa formada durante o acidente de Chernobyl, em 1986. Quando se originou, essa substância emitia 1 sievert a cada 2 segundos, o equivalente a 10 milhões de bananas por segundo, sendo letal em exposições de poucos segundos. Hoje, mesmo após décadas, ainda libera níveis elevados de radiação, exigindo protocolos de segurança para qualquer aproximação.
Esses casos demonstram como materiais instáveis podem permanecer perigosos por séculos, devido às longas meias-vidas dos elementos radioativos, e como incidentes históricos ampliaram a compreensão dos riscos envolvidos.
Cobalto-60: a fonte radioativa mais mortal criada pelo homem
Entre os materiais produzidos pela humanidade, a pastilha de Cobalto-60 é uma das mais letais já manipuladas. Compacta, cabe na palma da mão e pode expor uma pessoa a mais de 50 sieverts por segundo, sendo que a dose letal para 50% das vítimas em 30 dias é de apenas 5 sieverts. Um único segundo de contato pode levar à morte em até 48 horas, com sintomas severos.
Apesar do risco, o Cobalto-60 tem uso controlado em radioterapia, esterilização e análise estrutural. Seu perigo extremo ocorre apenas em situações de manuseio inadequado, quando a proximidade expõe diretamente o corpo humano à radiação gama concentrada.
Segundo informações do canal Ciência Todo Dia, esses elementos ilustram como substâncias criadas para fins médicos e industriais podem se tornar ameaças fatais fora de ambientes controlados, exigindo normas rigorosas de segurança.
Fenômenos cósmicos: o ápice da radiação no universo
Em escalas astronômicas, discos de acreção de buracos negros supermassivos e explosões de raios gama representam os níveis mais extremos de radiação. A matéria acelerada ao redor dos buracos negros pode gerar doses de 20 sieverts por segundo mesmo a 60 milhões de quilômetros de distância, suficiente para causar radiação aguda imediata.
Já as explosões de raios gama concentram energia em feixes direcionados, capazes de manter potência mortal a centenas de anos-luz de distância. Um feixe desse tipo poderia causar destruição em larga escala na Terra se incidisse diretamente sobre o planeta, desintegrando moléculas, átomos e estruturas biológicas.
Esses eventos cósmicos mostram como a radiação pode ultrapassar qualquer barreira conhecida e representar riscos mesmo em distâncias astronômicas.