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Explosão de buraco negro “Superman” brilha como 10 trilhões de sóis e intriga astrônomos

Escrito por Sara Aquino
Publicado em 08/11/2025 às 17:31
Astrônomos detectam o buraco negro “Superman”, cuja explosão brilhou como 10 trilhões de sóis e pode mudar o que sabemos sobre o universo.
Foto: IA
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Astrônomos detectam o buraco negro “Superman”, cuja explosão brilhou como 10 trilhões de sóis e pode mudar o que sabemos sobre o universo.

Uma explosão colossal detectada a 10 bilhões de anos-luz da Terra está redefinindo o entendimento dos cientistas sobre o comportamento dos buracos negros.

O fenômeno, apelidado de Superman, foi provocado por um buraco negro supermassivo que liberou energia equivalente ao brilho de 10 trilhões de sóis.

O evento, considerado a maior explosão já observada no universo, oferece novas pistas sobre a presença de estrelas gigantes próximas ao centro de galáxias distantes.

O acontecimento foi registrado por astrônomos em novembro de 2018 e recentemente confirmado em um estudo publicado na Nature Astronomy.

A pesquisa liderada por Matthew Graham, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), descreve o “Superman” como um caso tão extremo que desafia os padrões conhecidos de explosões de buracos negros.

Um buraco negro com apetite estelar

O fenômeno teve origem em um núcleo galáctico ativo (AGN) — uma região compacta e brilhante no coração de uma galáxia — onde um buraco negro supermassivo devora gás e poeira que formam um disco giratório ao seu redor.

Conforme o material é absorvido, ele se aquece e emite intensa radiação, gerando o espetáculo luminoso.

De acordo com os pesquisadores, a força da explosão indica que o buraco negro provavelmente engoliu uma estrela massiva, equivalente a 30 vezes a massa do Sol.

“Cerca de 1 em cada 10.000 AGNs apresenta atividade explosiva, mas este caso é tão extremo que representa um evento em um milhão”, explicou Graham.

O nome “Superman” não é apenas simbólico: o fenômeno foi 30 vezes mais brilhante que qualquer outro evento semelhante já documentado.

A equipe estima que o buraco negro envolvido tenha 500 milhões de vezes a massa solar, tornando a escala da destruição verdadeiramente cósmica.

De detecção comum a descoberta extraordinária

Inicialmente, o “Superman” parecia apenas mais um ponto luminoso captado pelo Zwicky Transient Facility (ZTF), do Observatório Palomar, nos Estados Unidos.

No entanto, ao revisitar os dados anos depois, os cientistas perceberam mudanças incomuns no brilho do objeto, descartando a hipótese de que fosse um blazar — tipo de buraco negro que lança jatos de energia pelo espaço.

Com o apoio de telescópios como o Observatório W. M. Keck, no Havaí, a equipe confirmou que se tratava de uma explosão incomum, muito mais intensa do que qualquer evento já catalogado.

“Esta é provavelmente a estrela mais massiva já vista sendo dilacerada por um buraco negro supermassivo”, afirmou a astrônoma K.E. Saavik Ford, coautora do estudo.

Quando uma estrela vira banquete

Os astrônomos acreditam que a explosão foi causada por um evento de ruptura por forças de maré — fenômeno que ocorre quando uma estrela chega perto demais de um buraco negro e é dilacerada pela gravidade extrema.

Graham comparou a cena a um “peixe ainda pela metade na garganta de uma baleia”, destacando que o buraco negro ainda continua “digerindo” a estrela.

O recorde anterior de brilho pertencia ao evento “Scary Barbie”, também observado pelo ZTF, mas o Superman superou esse feito com uma energia 30 vezes maior.

Segundo Ford, esses episódios revelam que estrelas gigantes continuam se formando e existindo nos discos de gás que circundam os buracos negros supermassivos.

Janela para o coração das galáxias

O evento não apenas impressiona pelo brilho intenso, mas também pelo impacto científico. A explosão de 10 trilhões de sóis ilumina a relação entre buracos negros e a evolução das galáxias.

A luz levou 10 bilhões de anos para alcançar a Terra, permitindo que astrônomos observem o passado remoto do universo.

Segundo Graham, o fenômeno também demonstra o efeito de dilatação do tempo cosmológico — em regiões tão distantes, o tempo flui de forma diferente devido à expansão do espaço.

“Sete anos aqui equivalem a dois lá. Estamos observando o evento em câmera lenta”, explicou.

O legado científico do “Superman”

Para os cientistas, cada nova detecção de explosão de buraco negro é uma oportunidade de estudar a física extrema do universo.

O professor Danny Milisavljevic, da Universidade Purdue, afirmou que o Superman desafia todos os modelos anteriores: “É uma classe emergente de transientes nucleares extremos, fenômenos que ainda estamos tentando compreender.”

Já o astrônomo Alex Filippenko, da Universidade da Califórnia, destacou o valor científico do evento: “Quando um buraco negro supermassivo entra em erupção, temos uma janela direta para observar algumas das forças mais poderosas do cosmos.”

Um novo capítulo na história do universo

Com a ajuda de instrumentos modernos, como o Observatório Vera C. Rubin, no Chile, os cientistas esperam encontrar novos eventos similares ao Superman.

Essas descobertas podem ajudar a decifrar como os buracos negros moldam o universo e influenciam a formação das galáxias ao seu redor.

Afinal, ao iluminar o cosmos com o brilho de 10 trilhões de sóis, o Superman mostra que mesmo nas regiões mais escuras do espaço, há explosões de energia capazes de revelar os mistérios mais profundos do universo.

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Sara Aquino

Farmacêutica Generalista e Redatora. Escrevo sobre Empregos, Cursos, Ciência, Tecnologia e Energia, Geopolítica, Economia. Apaixonada por leitura e escrita.

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