O futuro da exploração espacial: NASA revela plano audacioso de enviar um enxame de robôs voadores, inspirados em abelhas, para desbravar e revelar os segredos ocultos de Marte
A exploração de Marte pela NASA está prestes a ganhar uma nova e inovadora ferramenta: robôs voadores inspirados em abelhas, que poderão zumbir pela superfície do planeta vermelho, coletando dados cruciais para a ciência.
Esse conceito, batizado de “Marsbees”, está sendo desenvolvido pelo Institute for Advanced Concepts (NIAC) da NASA e representa uma solução promissora para os desafios impostos pelo ambiente inóspito de Marte.
O conceito dos Marsbees
Os Marsbees são robôs aéreos bioinspirados, com asas flexíveis que batem eficientemente, lembrando o voo de insetos e pássaros migratórios, como borboletas-monarcas e albatrozes-errantes. Esses animais são conhecidos por suas longas jornadas de migração, apesar de seu tamanho relativamente pequeno.
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Borboletas-monarcas, por exemplo, podem voar até 4.000 quilômetros, enquanto albatrozes-errantes conseguem percorrer impressionantes 12.000 quilômetros em um único voo. A eficiência aerodinâmica desses animais está sendo estudada para melhorar o design dos Marsbees, que poderão voar longas distâncias com o mínimo de energia, mesmo na atmosfera rarefeita de Marte.
Com asas leves e flexíveis, os Marsbees conseguirão sustentar seu voo de maneira eficiente, adaptando-se às condições atmosféricas adversas de Marte. Eles serão equipados com câmera estéreo coloridas, sensores de navegação, inclinômetros e outros instrumentos de alta precisão, além de sistemas de comunicação que permitirão a troca de informações entre os robôs e as bases de operação.
Missão e capacidades dos Marsbees
A missão dos Marsbees é complementar e ampliar as capacidades dos rovers que já participam da exploração de Marte. Atualmente, veículos terrestres como o Perseverance e o Curiosity se movem lentamente pela superfície do planeta, enfrentando limitações em termos de alcance e mobilidade.
Com a adição dos Marsbees, a NASA espera adicionar uma “terceira dimensão” às capacidades de exploração, permitindo que os robôs voadores construam mapas topográficos tridimensionais detalhados da superfície marciana.
Esses pequenos robôs também podem ser utilizados para tarefas específicas, como a amostragem atmosférica, carregando sensores de pressão e temperatura, ou analisadores espectrais, que poderão identificar minerais na superfície de Marte.
Nesse contexto, o rover atuaria como uma estação de recarga e um ponto de coleta de dados, permitindo que os Marsbees retornem após cumprirem suas missões e se preparem para novas explorações.
Desafios e soluções aerodinâmicas
Voar em Marte não é uma tarefa simples. Embora a gravidade do planeta seja cerca de 38% da terrestre, a atmosfera de Marte tem apenas 1,3% da densidade do ar na Terra, tornando extremamente difícil gerar sustentação suficiente para manter um objeto no ar.
O helicóptero Ingenuity, que faz parte da missão Mars 2020, demonstrou ser possível voar em Marte, girando suas lâminas a uma velocidade de 2.700 rotações por minuto – cinco vezes mais rápido do que os helicópteros terrestres. Contudo, esse tipo de voo consome muita energia, resultando em tempos curtos de voo, como os três minutos que o Ingenuity é capaz de voar em uma única missão.
Os Marsbees, por sua vez, serão projetados para voos mais longos e eficientes. Com uma autonomia de voo de 80 minutos e alcance de 2,5 quilômetros, eles poderão cobrir áreas muito maiores do que o Ingenuity, utilizando menos energia e oferecendo maior flexibilidade às missões da NASA.
Isso será essencial para futuras missões de exploração humana, que estão nos planos da agência e de empresas privadas como a SpaceX e a Boeing.
O futuro da exploração marciana
A utilização de um enxame de robôs voadores pode transformar como exploramos Marte. Além de aumentar a capacidade de exploração, a presença de vários Marsbees voando em formação permitirá que as missões sejam resilientes a falhas de componentes individuais. Se um robô apresentar problemas, outros poderão continuar a missão, garantindo a coleta contínua de dados.
A NASA tem como um dos seus principais objetivos determinar a habitabilidade de Marte, realizar medições meteorológicas detalhadas e preparar o terreno para futuras missões tripuladas.
O desenvolvimento dos Marsbees pode ser uma peça crucial nesse quebra-cabeça, oferecendo um sistema de exploração robusto, eficiente e adaptável às condições extremas do planeta.
Desde as primeiras missões a Marte, na década de 1960, a humanidade tem avançado significativamente na exploração do planeta vermelho. Com os Marsbees, a NASA espera continuar essa trajetória, abrindo novas possibilidades para a ciência e, eventualmente, para a presença humana em Marte.