1. Início
  2. / Energia Renovável
  3. / Expansão da matriz elétrica em julho é dominada por usinas renováveis
Tempo de leitura 6 min de leitura Comentários 0 comentários

Expansão da matriz elétrica em julho é dominada por usinas renováveis

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 06/08/2025 às 06:40
Painel solar e turbinas eólicas em campo aberto com céu azul parcialmente nublado.
Painéis solares e aerogeradores trabalhando juntos para gerar energia limpa em um dia parcialmente nublado.
  • Reação
Uma pessoa reagiu a isso.
Reagir ao artigo

Brasil avança na expansão da matriz elétrica com destaque para energia solar e eólica

A expansão da matriz elétrica no Brasil alcançou novos patamares em julho de 2025, impulsionada principalmente pelas fontes renováveis, como a solar e a eólica. Por isso, esse crescimento reflete um movimento constante em direção à diversificação e sustentabilidade na geração de energia. Um esforço que se consolidou ao longo das últimas décadas no país.

Este processo não ocorre por acaso. Ao longo dos anos, o Brasil tem buscado fortalecer sua segurança energética, diante de desafios climáticos e econômicos que afetam diretamente o setor elétrico. A necessidade de diversificar as fontes de energia geradas, portanto, se tornou prioridade para garantir o abastecimento confiável e sustentável.

O avanço da energia renovável e seus impactos

Desde o início do século XXI, o Brasil tem investido fortemente em fontes alternativas, especialmente ao aproveitar as condições naturais favoráveis à geração de energia solar e eólica.

Em julho, quatro novas usinas começaram a operar: três eólicas, com 61 megawatts (MW) de potência instalada, e uma solar fotovoltaica, com 45 MW. Com isso, esses empreendimentos marcaram o mês como um período de protagonismo das energias renováveis.

Ao longo de 2025, o país adicionou 4.211,13 MW à matriz elétrica. Deste total, mais da metade veio de 11 usinas termelétricas, com destaque para a UTE GNA II, no Rio de Janeiro, que adicionou 1,7 gigawatt (GW) em maio.

Apesar disso, as fontes limpas mantêm papel de liderança em expansão geográfica e tecnológica.

Além disso, estados como Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais se destacaram na entrada de novas usinas em operação. O Rio liderou com 1.672,60 MW, seguido pela Bahia com 687,70 MW e Minas com 553,25 MW.

Em junho, por exemplo, Minas teve o maior crescimento com a inauguração do parque solar Pedro Leopoldo I.

A expansão da matriz não está restrita somente à geração de energia. Ela traz também impactos socioeconômicos importantes para as regiões onde as usinas são implantadas, como a geração de empregos diretos e indiretos, além do estímulo ao desenvolvimento local.

Panorama regional e diversidade da matriz elétrica

A diversificação regional da matriz também merece destaque. De janeiro a julho, usinas em 14 estados entraram em operação.

Além das grandes usinas, projetos de menor porte como pequenas centrais hidrelétricas (95,85 MW) e centrais geradoras hidrelétricas (4,70 MW) ampliaram a rede de geração, fortalecendo assim a resiliência energética.

Em julho, 88 usinas entraram em operação em teste, somando 3.063 MW. Dentre elas, havia 45 usinas eólicas, 33 solares fotovoltaicas, seis termelétricas, duas pequenas centrais hidrelétricas, uma central geradora hidrelétrica e uma usina hidrelétrica tradicional.

Esses dados indicam, portanto, não apenas a diversidade de fontes, mas também a intensidade da fiscalização e do monitoramento do setor.

Conforme os dados do SIGA (Sistema de Informações de Geração da ANEEL), a capacidade total das usinas centralizadas chegou a 212,6 GW no início de agosto.

Do total fiscalizado, mais de 84% da potência instalada veio de fontes renováveis, o que reforça o protagonismo do Brasil na transição energética.

Essa capacidade expressiva demonstra o compromisso do país em investir em infraestrutura que apoia o crescimento sustentável. Investimentos contínuos em tecnologia e inovação no setor elétrico garantem a modernização da rede, aumentando a eficiência e a integração entre diferentes fontes.

Histórico da transição energética no Brasil

O Brasil tem longa tradição na utilização de fontes hidráulicas, que já foram responsáveis por mais de 90% da geração nacional.

Entretanto, a partir da década de 2000, com o crescimento da demanda e a necessidade de reduzir a dependência de hidrelétricas sujeitas a variações climáticas, o país passou a estimular novas fontes.

Não por acaso, a energia eólica começou a ganhar força a partir de 2009, com a realização de leilões específicos para o setor.

Já a energia solar passou a se expandir com mais intensidade a partir de 2012, após melhorias nas políticas de incentivos, como o aumento da competitividade tecnológica e o barateamento de equipamentos.

Além dessas fontes, o Brasil tem estudado o potencial de outras alternativas renováveis, como a biomassa e o biogás, que podem complementar o sistema de geração e contribuir para a redução das emissões de carbono.

As termelétricas, mesmo não sendo renováveis, têm papel estratégico no fornecimento de base e segurança energética.

Por outro lado, o foco do país segue sendo a ampliação da matriz limpa, com ações coordenadas entre o setor público e os investidores privados.

A trajetória mostra que a matriz elétrica brasileira está cada vez mais diversificada, menos vulnerável e preparada para os desafios futuros do setor.

Monitoramento e acesso à informação

A ANEEL realiza o acompanhamento rigoroso de cada projeto em andamento. Para isso, ferramentas como o painel RALIE, atualizado mensalmente, permitem o acesso facilitado aos dados das novas usinas, facilitando assim a transparência para a sociedade e o planejamento do setor.

Esse painel apresenta informações detalhadas por ano, região, tipo de fonte e estágio das obras.

Por meio do Relatório de Acompanhamento de Empreendimentos de Geração de Energia Elétrica (Rapeel), as empresas fornecem dados de campo, que são avaliados por técnicos da agência reguladora.

Graças a esses mecanismos, o controle e a análise oferecem uma visão abrangente sobre a expansão da matriz elétrica e permitem o acompanhamento das metas de sustentabilidade e modernização do sistema elétrico brasileiro.

Essa transparência é fundamental para que a sociedade entenda o progresso e para que os investidores tenham confiança na segurança jurídica e econômica dos projetos.

O futuro da expansão da matriz elétrica

O caminho da expansão da matriz elétrica no Brasil aponta para um futuro onde as fontes renováveis terão peso ainda maior.

Nesse sentido, a capacidade de integrar novas tecnologias, como o armazenamento por baterias e as redes inteligentes, será fundamental para consolidar esse avanço.

Além disso, projetos híbridos, que combinam fontes como solar e eólica em um mesmo local, também surgem como tendência.

A descentralização da geração com usinas menores e próximas dos centros de consumo deve ampliar a segurança energética e reduzir perdas na distribuição.

Adicionalmente, políticas públicas que garantam previsibilidade regulatória e incentivos financeiros continuarão sendo essenciais para atrair investimentos de longo prazo.

De fato, a estabilidade nas regras e a clareza nos processos de licenciamento definem a velocidade de crescimento da matriz.

Investir em capacitação técnica e inovação será um diferencial competitivo do Brasil no cenário global, além de permitir que o país avance na agenda de sustentabilidade ambiental e energética.

A expansão da matriz elétrica no Brasil em julho de 2025 reafirma um movimento histórico em favor da energia limpa, eficiente e regionalmente diversificada.

Com apoio de políticas públicas e o engajamento do setor privado, o país avança na construção de um sistema mais resiliente, moderno e alinhado às metas globais de sustentabilidade.

Portanto, esse avanço não representa apenas números em megawatts, mas sim um passo concreto para garantir o fornecimento contínuo de energia de forma mais equilibrada, sustentável e adaptada à realidade climática e econômica do século XXI.

YouTube Video
Fontes de energia no Brasil (matriz energética) – Brasil Escola

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x