Exército está no centro de um embate que pode mudar a Vila Mariana! Uma obra milionária ao lado do Ginásio do Ibirapuera enfrenta oposição feroz de moradores e da Prefeitura de São Paulo. A audiência pública está marcada e o futuro do bairro está em jogo.
O coração da Vila Mariana, tradicional bairro de São Paulo, está prestes a ser palco de um verdadeiro embate.
De um lado, o Exército Brasileiro, determinado a erguer um gigantesco prédio residencial ao lado de um dos maiores símbolos da cidade, o Ginásio do Ibirapuera.
Do outro, a Prefeitura de São Paulo e uma associação de moradores que estão dispostos a lutar para preservar a identidade local e as regras urbanísticas da área.
- Forças Armadas gastam R$ 800 milhões para contratar 12 mil militares aposentados com salários de até R$ 47 mil
- Guerra na Ucrânia ignorada no G20: Brasil frustra Zelensky, embaixador critica Lula e minimiza ameaças nucleares de Putin
- Exército do Brasil já tem data confirmada para a chegada de um dos helicópteros mais poderosos, com radar avançado, visão noturna e velocidade de 300 km/h
- Governo Lula estuda colocar fim à pensão para militares que foram expulsos do Exército para economizar R$ 25 MILHÕES por ano
Mas o que está em jogo, afinal? Uma obra milionária que, se concretizada, poderá mudar para sempre a paisagem da região.
Com previsão de custo de R$ 59 milhões, o edifício proposto terá 13 andares, superando os limites de altura permitidos até recentemente na área. E isso é apenas a ponta do iceberg.
A disputa, que envolve questões urbanísticas, culturais e legais, está longe de ser apenas uma construção comum.
Projeto milionário desafia limites urbanos
O centro da polêmica é um projeto do Exército Brasileiro para a construção de uma residência funcional, destinada a abrigar profissionais do novo Colégio Militar que está sendo instalado na Zona Norte de São Paulo.
O prédio, com 13 andares e 73 apartamentos, ficará localizado ao lado do Ginásio do Ibirapuera, um dos marcos arquitetônicos da capital paulista.
O custo estimado da obra é de R$ 59 milhões, e a previsão é que ela leve dois anos para ser concluída. A altura do edifício, de 45 metros, é o principal ponto de discórdia.
Até o início de 2024, a legislação local permitia construções de no máximo 28 metros nessa área, e a flexibilização das regras para que o Exército avance com a obra é motivo de debate.
Conflito com a Associação de Moradores
Além da questão da altura, a Associação de Moradores da Vila Mariana tem um motivo extra para se opor ao projeto: a preservação cultural e histórica da região.
De acordo com os moradores, a área ao redor do Ginásio do Ibirapuera passa por um processo de tombamento, o que coloca ainda mais barreiras para a construção de novos edifícios de grande porte.
Segundo a associação, a proposta do Exército não respeita a legislação municipal de zoneamento, que visa proteger o caráter histórico da região e controlar o impacto das construções no ambiente urbano.
A preocupação é que a construção de um prédio tão alto poderia descaracterizar o bairro e aumentar a pressão sobre os serviços públicos locais, como transporte e infraestrutura.
Audiência pública marcada para outubro
Diante da tensão crescente, uma audiência pública foi agendada para o dia 21 de outubro de 2024 na Secretaria de Urbanismo e Licenciamento de São Paulo.
O objetivo da reunião é discutir os detalhes da obra e analisar os argumentos de ambas as partes. Enquanto o Exército defende a necessidade do prédio para atender seus profissionais, moradores e a Prefeitura de São Paulo prometem questionar os impactos urbanos e legais do projeto.
A defesa do Exército: projeto essencial para o novo Colégio Militar
Para o Exército, a construção do edifício é parte fundamental da expansão do Colégio Militar de São Paulo, que atualmente funciona em uma instalação provisória no Campo de Marte, na Zona Norte da cidade.
Em nota, o Comando Militar do Sudeste argumentou que o prédio proposto, além de seguir as normas arquitetônicas vigentes, será essencial para acomodar os profissionais que atuarão no colégio.
O Exército destacou que os dois edifícios previstos, tanto o da Vila Mariana quanto outro no Quartel do Cambuci, seguem padrões arquitetônicos similares.
Isso, segundo o Comando, facilita a orçamentação, licitação e fiscalização das obras. Para eles, o cumprimento das normas locais está garantido, e o diálogo com a comunidade continuará.
“Os PNR (Próprio Nacional Residencial) seguem um padrão arquitetônico e urbanístico de acordo com as normas em vigor na região do bairro Paraíso, com altura menor que os atuais edifícios já construídos”, disse o Exército em nota à imprensa.
O impasse e o futuro da Vila Mariana
No entanto, o futuro da Vila Mariana ainda está em aberto. Caso a obra siga adiante, a paisagem do bairro pode sofrer uma transformação drástica.
Para muitos, a construção de um prédio tão alto ao lado do Ginásio do Ibirapuera pode comprometer a harmonia visual da região e abrir precedentes para outras construções de grande porte.
A decisão a ser tomada após a audiência pública terá implicações profundas não apenas para o bairro, mas para toda a cidade de São Paulo.
A tensão entre o desenvolvimento urbano e a preservação histórica é um dilema que a capital paulista enfrenta há décadas, e esse novo capítulo pode reescrever as regras do jogo.
Com a expansão do Colégio Militar em curso e o Exército determinado a concluir a obra, resta saber como a Prefeitura e os moradores da Vila Mariana irão se posicionar para equilibrar os interesses da cidade com a preservação do patrimônio cultural.