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Exército e moradores entram em guerra por obra milionária que pode transformar a Vila Mariana: prédio de 13 andares ao lado do Ibirapuera desafia leis da cidade

Escrito por Ana Alice
Publicado em 24/10/2024 às 19:16
Conflito urbano: exército tenta construir prédio gigante na Vila Mariana, enquanto moradores e Prefeitura lutam para preservar a região.(Imagem: Reprodução/Canva)
Conflito urbano: exército tenta construir prédio gigante na Vila Mariana, enquanto moradores e Prefeitura lutam para preservar a região.(Imagem: Reprodução/Canva)

Exército está no centro de um embate que pode mudar a Vila Mariana! Uma obra milionária ao lado do Ginásio do Ibirapuera enfrenta oposição feroz de moradores e da Prefeitura de São Paulo. A audiência pública está marcada e o futuro do bairro está em jogo.

O coração da Vila Mariana, tradicional bairro de São Paulo, está prestes a ser palco de um verdadeiro embate.

De um lado, o Exército Brasileiro, determinado a erguer um gigantesco prédio residencial ao lado de um dos maiores símbolos da cidade, o Ginásio do Ibirapuera.

Do outro, a Prefeitura de São Paulo e uma associação de moradores que estão dispostos a lutar para preservar a identidade local e as regras urbanísticas da área.

Mas o que está em jogo, afinal? Uma obra milionária que, se concretizada, poderá mudar para sempre a paisagem da região.

Com previsão de custo de R$ 59 milhões, o edifício proposto terá 13 andares, superando os limites de altura permitidos até recentemente na área. E isso é apenas a ponta do iceberg.

A disputa, que envolve questões urbanísticas, culturais e legais, está longe de ser apenas uma construção comum.

Projeto milionário desafia limites urbanos

O centro da polêmica é um projeto do Exército Brasileiro para a construção de uma residência funcional, destinada a abrigar profissionais do novo Colégio Militar que está sendo instalado na Zona Norte de São Paulo.

O prédio, com 13 andares e 73 apartamentos, ficará localizado ao lado do Ginásio do Ibirapuera, um dos marcos arquitetônicos da capital paulista.

O custo estimado da obra é de R$ 59 milhões, e a previsão é que ela leve dois anos para ser concluída. A altura do edifício, de 45 metros, é o principal ponto de discórdia.

Até o início de 2024, a legislação local permitia construções de no máximo 28 metros nessa área, e a flexibilização das regras para que o Exército avance com a obra é motivo de debate.

Conflito com a Associação de Moradores

Além da questão da altura, a Associação de Moradores da Vila Mariana tem um motivo extra para se opor ao projeto: a preservação cultural e histórica da região.

De acordo com os moradores, a área ao redor do Ginásio do Ibirapuera passa por um processo de tombamento, o que coloca ainda mais barreiras para a construção de novos edifícios de grande porte.

Segundo a associação, a proposta do Exército não respeita a legislação municipal de zoneamento, que visa proteger o caráter histórico da região e controlar o impacto das construções no ambiente urbano.

A preocupação é que a construção de um prédio tão alto poderia descaracterizar o bairro e aumentar a pressão sobre os serviços públicos locais, como transporte e infraestrutura.

Audiência pública marcada para outubro

Diante da tensão crescente, uma audiência pública foi agendada para o dia 21 de outubro de 2024 na Secretaria de Urbanismo e Licenciamento de São Paulo.

O objetivo da reunião é discutir os detalhes da obra e analisar os argumentos de ambas as partes. Enquanto o Exército defende a necessidade do prédio para atender seus profissionais, moradores e a Prefeitura de São Paulo prometem questionar os impactos urbanos e legais do projeto.

A defesa do Exército: projeto essencial para o novo Colégio Militar

Para o Exército, a construção do edifício é parte fundamental da expansão do Colégio Militar de São Paulo, que atualmente funciona em uma instalação provisória no Campo de Marte, na Zona Norte da cidade.

Em nota, o Comando Militar do Sudeste argumentou que o prédio proposto, além de seguir as normas arquitetônicas vigentes, será essencial para acomodar os profissionais que atuarão no colégio.

O Exército destacou que os dois edifícios previstos, tanto o da Vila Mariana quanto outro no Quartel do Cambuci, seguem padrões arquitetônicos similares.

Isso, segundo o Comando, facilita a orçamentação, licitação e fiscalização das obras. Para eles, o cumprimento das normas locais está garantido, e o diálogo com a comunidade continuará.

“Os PNR (Próprio Nacional Residencial) seguem um padrão arquitetônico e urbanístico de acordo com as normas em vigor na região do bairro Paraíso, com altura menor que os atuais edifícios já construídos”, disse o Exército em nota à imprensa.

O impasse e o futuro da Vila Mariana

No entanto, o futuro da Vila Mariana ainda está em aberto. Caso a obra siga adiante, a paisagem do bairro pode sofrer uma transformação drástica.

Para muitos, a construção de um prédio tão alto ao lado do Ginásio do Ibirapuera pode comprometer a harmonia visual da região e abrir precedentes para outras construções de grande porte.

A decisão a ser tomada após a audiência pública terá implicações profundas não apenas para o bairro, mas para toda a cidade de São Paulo.

A tensão entre o desenvolvimento urbano e a preservação histórica é um dilema que a capital paulista enfrenta há décadas, e esse novo capítulo pode reescrever as regras do jogo.

Com a expansão do Colégio Militar em curso e o Exército determinado a concluir a obra, resta saber como a Prefeitura e os moradores da Vila Mariana irão se posicionar para equilibrar os interesses da cidade com a preservação do patrimônio cultural.

Qual será o destino da Vila Mariana? A construção desse megaedifício vai realmente melhorar a vida da comunidade ou trará mais problemas para o bairro? Deixe sua opinião nos comentários!

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