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Ex-presidente do Banco Central alerta que economia brasileira segue travada por déficit fiscal

Publicado em 28/08/2025 às 10:38
Economia brasileira pode perder décadas de avanço se não enfrentar gastos públicos descontrolados, alerta Gustavo Franco sobre risco de novo ciclo de estagnação
Economia brasileira pode perder décadas de avanço se não enfrentar gastos públicos descontrolados, alerta Gustavo Franco sobre risco de novo ciclo de estagnação
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O que esperar da economia brasileira até 2050?. Ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, aponta que a economia brasileira terá avanços estruturais, mas ainda enfrenta desafios fiscais e de produtividade

Pensar no futuro da economia brasileira até 2050 exige olhar para os erros do passado e os avanços conquistados desde o Plano Real. Para Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central e um dos arquitetos da estabilidade monetária, o país aprendeu muito com o combate à hiperinflação, mas ainda carrega uma herança de desorganização fiscal e baixa produtividade.

Segundo Franco, os próximos 30 anos devem ser melhores que os últimos 30, já que a moeda está protegida e a hiperinflação não voltará. Mas ele alerta: o maior desafio da economia brasileira será conciliar responsabilidade fiscal com ganhos de produtividade capazes de aproximar o país do grupo de nações ricas.

O legado da hiperinflação e a estabilidade monetária

O Brasil enfrentou 15 anos seguidos de hiperinflação, entre 1980 e 1994, o que deixou marcas profundas na economia brasileira e no comportamento da população. Esse trauma levou à criação do Plano Real, que reconstruiu o sistema monetário e blindou a moeda contra aventuras fiscais.

Para Franco, o aprendizado foi duradouro. Hoje, o Banco Central independente e o sistema bancário regulado impedem que desequilíbrios fiscais se transformem em inflação explosiva. Isso significa que, até 2050, a estabilidade de preços deve ser preservada um ponto de partida essencial para o desenvolvimento.

O desafio fiscal que persiste

Apesar dos avanços monetários, a economia brasileira ainda sofre com a dificuldade em controlar gastos públicos. Franco critica a forma como o orçamento é construído: parlamentares aprovam despesas irreais, sem indicar fontes de receita compatíveis. Essa prática gera déficits recorrentes e pressiona a dívida pública.

A expectativa é que, até 2050, o país seja forçado a reformar profundamente sua estrutura orçamentária, criando regras mais rígidas para equilibrar despesas e receitas. Sem isso, a economia brasileira continuará a conviver com juros altos e baixo crescimento.

Produtividade: o caminho para o futuro

Se a estabilidade monetária está consolidada, a chave do futuro da economia brasileira está na produtividade. O país avançou pouco nesse campo nas últimas décadas, enquanto nações como a Coreia do Sul saltaram de um patamar semelhante ao do Brasil nos anos 1970 para níveis próximos aos dos Estados Unidos hoje.

Franco defende que o Brasil precisa apostar na abertura comercial, integração digital e fortalecimento das empresas mais produtivas muitas delas multinacionais que operam no país. Segundo dados do Banco Central, a produtividade dessas empresas chega a ser 20 vezes maior que a das companhias isoladas do mercado global.

O que esperar até 2050?

De acordo com Franco, a economia brasileira não voltará a viver hiperinflação, mas continuará vulnerável a crises fiscais se não enfrentar de frente a questão dos gastos públicos. O potencial de crescimento existe, mas depende de reformas estruturais e de maior abertura à globalização.

Ele projeta que os próximos 30 anos serão melhores que os últimos, mas alerta: sem resolver o problema fiscal e sem ganhos de produtividade, o Brasil continuará distante do status de país desenvolvido.

A fala de Gustavo Franco mostra que a economia brasileira até 2050 será moldada por dois grandes eixos: controle fiscal e produtividade. O país já aprendeu a controlar a inflação, mas ainda não encontrou uma forma sustentável de crescer.

E você, acredita que o Brasil conseguirá fazer as reformas necessárias para transformar a economia brasileira até 2050? Ou seguiremos presos ao velho ciclo de instabilidade? Deixe sua opinião nos comentários sua visão é fundamental para esse debate.

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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