O que esperar da economia brasileira até 2050?. Ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, aponta que a economia brasileira terá avanços estruturais, mas ainda enfrenta desafios fiscais e de produtividade
Pensar no futuro da economia brasileira até 2050 exige olhar para os erros do passado e os avanços conquistados desde o Plano Real. Para Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central e um dos arquitetos da estabilidade monetária, o país aprendeu muito com o combate à hiperinflação, mas ainda carrega uma herança de desorganização fiscal e baixa produtividade.
Segundo Franco, os próximos 30 anos devem ser melhores que os últimos 30, já que a moeda está protegida e a hiperinflação não voltará. Mas ele alerta: o maior desafio da economia brasileira será conciliar responsabilidade fiscal com ganhos de produtividade capazes de aproximar o país do grupo de nações ricas.
O legado da hiperinflação e a estabilidade monetária
O Brasil enfrentou 15 anos seguidos de hiperinflação, entre 1980 e 1994, o que deixou marcas profundas na economia brasileira e no comportamento da população. Esse trauma levou à criação do Plano Real, que reconstruiu o sistema monetário e blindou a moeda contra aventuras fiscais.
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Para Franco, o aprendizado foi duradouro. Hoje, o Banco Central independente e o sistema bancário regulado impedem que desequilíbrios fiscais se transformem em inflação explosiva. Isso significa que, até 2050, a estabilidade de preços deve ser preservada um ponto de partida essencial para o desenvolvimento.
O desafio fiscal que persiste
Apesar dos avanços monetários, a economia brasileira ainda sofre com a dificuldade em controlar gastos públicos. Franco critica a forma como o orçamento é construído: parlamentares aprovam despesas irreais, sem indicar fontes de receita compatíveis. Essa prática gera déficits recorrentes e pressiona a dívida pública.
A expectativa é que, até 2050, o país seja forçado a reformar profundamente sua estrutura orçamentária, criando regras mais rígidas para equilibrar despesas e receitas. Sem isso, a economia brasileira continuará a conviver com juros altos e baixo crescimento.
Produtividade: o caminho para o futuro
Se a estabilidade monetária está consolidada, a chave do futuro da economia brasileira está na produtividade. O país avançou pouco nesse campo nas últimas décadas, enquanto nações como a Coreia do Sul saltaram de um patamar semelhante ao do Brasil nos anos 1970 para níveis próximos aos dos Estados Unidos hoje.
Franco defende que o Brasil precisa apostar na abertura comercial, integração digital e fortalecimento das empresas mais produtivas muitas delas multinacionais que operam no país. Segundo dados do Banco Central, a produtividade dessas empresas chega a ser 20 vezes maior que a das companhias isoladas do mercado global.
O que esperar até 2050?
De acordo com Franco, a economia brasileira não voltará a viver hiperinflação, mas continuará vulnerável a crises fiscais se não enfrentar de frente a questão dos gastos públicos. O potencial de crescimento existe, mas depende de reformas estruturais e de maior abertura à globalização.
Ele projeta que os próximos 30 anos serão melhores que os últimos, mas alerta: sem resolver o problema fiscal e sem ganhos de produtividade, o Brasil continuará distante do status de país desenvolvido.
A fala de Gustavo Franco mostra que a economia brasileira até 2050 será moldada por dois grandes eixos: controle fiscal e produtividade. O país já aprendeu a controlar a inflação, mas ainda não encontrou uma forma sustentável de crescer.
E você, acredita que o Brasil conseguirá fazer as reformas necessárias para transformar a economia brasileira até 2050? Ou seguiremos presos ao velho ciclo de instabilidade? Deixe sua opinião nos comentários sua visão é fundamental para esse debate.