Em uma medida histórica, a Comissão Europeia aprovou um plano para criar estoques de alimentos, remédios e materiais críticos, refletindo o temor crescente de um novo conflito no continente e a necessidade de autossuficiência.
Um movimento sem precedentes indica a gravidade da situação geopolítica atual: a Europa estocará suprimentos para a guerra. A decisão, formalizada pela Comissão Europeia em 9 de julho de 2025, estabelece uma nova estratégia de defesa civil e militar para o continente. O objetivo é preparar os países-membros para enfrentar crises de grande escala, desde catástrofes naturais e pandemias até, e principalmente, uma agressão armada direta.
A medida é uma resposta clara à percepção de que a ameaça representada pela Rússia de Vladimir Putin é real e iminente. Líderes europeus não escondem que o foco é se preparar para um cenário de conflito, onde a dependência externa poderia ser fatal. A iniciativa busca garantir que, em caso de ataque, a população e as forças armadas tenham os recursos necessários para resistir nos primeiros momentos críticos da crise.
O que será estocado?
O plano europeu é abrangente e foca em itens de uso dual, ou seja, que servem tanto para a população civil quanto para o esforço de guerra. A lista de suprimentos essenciais inclui:
-
Presidente da China Xi Jinping compra petróleo russo com até 40% de desconto e já economizou bilhões com guerra que não é sua
-
Exército Brasileiro terá general fixo na China, ao lado de Receita e PF, em embaixada com cinco militares
-
Pressionado por sanções dos EUA, Moraes tentou unir o STF, mas nem metade dos ministros aceitou o gesto, a divisão interna ficou impossível de esconder
-
Por que os EUA estão de olho nos portos brasileiros? Investimentos chineses levantam alerta sobre influência estrangeira
- Alimentos e água: Comida enlatada, água potável e purificadores para garantir a subsistência básica.
- Saúde e energia: Remédios, antibióticos, antídotos, geradores de energia e painéis solares.
- Infraestrutura e tecnologia: Pontes móveis, drones, equipamentos para reparo de cabos submarinos e matérias-primas críticas, como terras raras.
- Defesa CBRN: Estoques de equipamentos de descontaminação e kits de proteção contra ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares, incluindo os essenciais comprimidos de iodo.
Por que a Europa teme uma invasão?
O principal gatilho para esta preparação é a guerra na Ucrânia, que expôs a vulnerabilidade europeia, especialmente sua antiga dependência do gás russo. Agora, o temor é que, caso a Rússia obtenha uma vitória ou um cessar-fogo vantajoso, Putin se sinta encorajado a avançar sobre outros países.
Líderes como a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, afirmam que o exército russo poderia se reconstituir em poucos anos, representando uma ameaça direta a nações como os Países Bálticos, Finlândia, Suécia e Polônia. Analistas militares reforçam essa visão, argumentando que a economia russa, hoje totalmente militarizada, precisa de um estado de guerra contínuo para funcionar. A desmobilização de mais de um milhão de soldados e a transição de volta para uma economia civil teriam um custo social e financeiro altíssimo, que o regime talvez não queira ou não possa pagar.
Como os estoques funcionarão na prática?
A estratégia de estocagem foi dividida em níveis de impacto, baseada nas lições aprendidas com o conflito na Ucrânia:
Curto prazo (alto impacto): Nas primeiras 72 horas de um conflito, estoques de comida, água e remédios seriam distribuídos para a população em áreas de risco para prevenir o pânico e o colapso social. A recomendação é que cada família tenha autonomia para três dias.
Médio Prazo (médio impacto): Serão criados centros de armazenamento para matérias-primas em locais protegidos e dispersos pelo continente. O objetivo é reduzir a dependência de países como a China e garantir a produção da indústria de defesa.
Longo prazo (baixo impacto): Como os estoques são finitos, o plano prevê o preparo da indústria civil para uma rápida conversão para a produção de guerra, fabricando não apenas armas, mas também itens básicos como roupas e alimentos em um cenário de escassez.
A Europa estocará suprimentos para a guerra como parte de uma “preparação total”, um reconhecimento de que a paz no continente não é mais garantida. A iniciativa é um passo concreto para fortalecer sua resiliência e capacidade de dissuasão em um mundo cada vez mais instável.
O que você pensa sobre essa medida? Acredita que a preparação da Europa é um passo necessário para garantir a paz ou um sinal de que a guerra é inevitável? Deixe sua opinião nos comentários.