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EUA que nada! Café brasileiro conquista a China com aval para 183 exportadores e acordo bilionário com rede local

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 03/08/2025 às 18:39
China habilita 183 exportadores de café brasileiro, ampliando acordos bilionários e fortalecendo o Brasil no mercado asiático. Consumo cresce.
China habilita 183 exportadores de café brasileiro, ampliando acordos bilionários e fortalecendo o Brasil no mercado asiático. Consumo cresce.
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China abre portas para mais de 180 exportadores de café do Brasil, reforçando acordos bilionários e ampliando o protagonismo do país no mercado asiático. Consumo local cresce e impulsiona cenário promissor para produtores brasileiros.

A China ampliou o espaço para o café brasileiro em seu mercado ao habilitar, 183 novas empresas brasileiras para exportação do produto, revelou o jornal Folha de S. Paulo neste sábado (02).

O anúncio foi feito pela Administração Aduaneira Geral da China e divulgado por meio das redes sociais da Embaixada da China no Brasil, além de compartilhado oficialmente pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

A medida entra em vigor com validade de cinco anos, estabelecendo um novo marco nas relações comerciais entre Brasil e China no setor cafeeiro.

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Exportadores de café brasileiros e tarifas dos EUA

A decisão chinesa foi anunciada no mesmo dia em que o governo dos Estados Unidos, sob comando do presidente Donald Trump, determinou a aplicação de uma tarifa de 50% sobre o café brasileiro.

Atualmente, o Brasil responde por cerca de um terço das 25 milhões de sacas consumidas anualmente pelos norte-americanos.

A nova taxação cria desafios para os exportadores brasileiros nos EUA, mas, ao mesmo tempo, reforça o protagonismo do Brasil no mercado chinês e asiático.

Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), as exportações brasileiras para a China ainda eram modestas até meados deste ano, totalizando 538 mil sacas nos primeiros seis meses de 2025.

No entanto, a expectativa de crescimento é significativa, impulsionada por acordos firmados com grandes redes locais.

China habilita 183 exportadores de café brasileiro, ampliando acordos bilionários e fortalecendo o Brasil no mercado asiático. Consumo cresce.
China habilita 183 exportadores de café brasileiro, ampliando acordos bilionários e fortalecendo o Brasil no mercado asiático. Consumo cresce.

O principal exemplo é a parceria com a Luckin Coffee, maior rede de cafeterias da China, que vem superando concorrentes internacionais como a Starbucks no mercado chinês.

Parcerias estratégicas com a Luckin Coffee

Em junho de 2024, durante missão da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Atração de Investimentos) a Pequim, a Luckin Coffee e representantes do agronegócio brasileiro fecharam um acordo para a compra de 120 mil toneladas de café brasileiro até 2029.

Esse volume foi ampliado em novembro do mesmo ano, quando as duas partes decidiram dobrar a meta para 240 mil toneladas, sinalizando o apetite crescente do consumidor chinês pelo café nacional.

A agência ApexBrasil tem sido um dos principais articuladores dessas parcerias, atuando em feiras, rodadas de negócio e eventos de promoção do café brasileiro no país asiático.

Crescimento do consumo de café na China

A ascensão do café brasileiro na China acompanha uma mudança nos hábitos de consumo locais.

Em 2023, a média per capita era de 16,7 xícaras por ano, segundo dados do setor.

Em 2024, esse número subiu para 22,22 xícaras, e as previsões indicam que, até o final do ano, o consumo chegue a cerca de 30 xícaras anuais por pessoa.

Embora o índice esteja longe da média global, de aproximadamente 150 xícaras por ano, o potencial de crescimento é considerado expressivo por analistas e especialistas do mercado de café.

Ampliação das exportações brasileiras

De acordo com a Administração Aduaneira Geral da China, a habilitação dos exportadores faz parte de um movimento mais amplo de aproximação comercial com o Brasil.

Além do café, outros setores do agronegócio foram beneficiados na mesma ocasião:

  • 30 empresas brasileiras receberam autorização para exportar gergelim
  • 46 foram habilitadas para vender farinhas de aves e suínos para o mercado chinês

Todas essas permissões passaram a valer em 30 de julho de 2025, fortalecendo a presença do agronegócio brasileiro na China.

Diplomacia e comércio internacional

A postura do governo chinês diante das tensões comerciais globais também foi evidenciada.

No início da mesma semana, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, declarou: “A China está disposta a trabalhar com o Brasil, outros países da América Latina e do Brics para defender o sistema multilateral de comércio centrado na OMC [Organização Mundial do Comércio] e salvaguardar a justiça internacional”.

A declaração reforça o interesse chinês em diversificar fornecedores e buscar parcerias de longo prazo com países estratégicos, como o Brasil.

Protagonismo do café brasileiro no mercado chinês

China habilita 183 exportadores de café brasileiro, ampliando acordos bilionários e fortalecendo o Brasil no mercado asiático. Consumo cresce.
China habilita 183 exportadores de café brasileiro, ampliando acordos bilionários e fortalecendo o Brasil no mercado asiático. Consumo cresce.

O crescimento do café brasileiro na China tem provocado movimentos estratégicos entre os principais players globais do setor.

Com a Luckin Coffee expandindo sua presença e desbancando a americana Starbucks em número de lojas no país, cresce também a influência do Brasil como fornecedor de matéria-prima de qualidade para atender à demanda asiática.

Segundo especialistas, a escolha do café brasileiro se deve à sua qualidade reconhecida, à regularidade da produção e à capacidade logística instalada no Brasil.

Potencial de crescimento para produtores brasileiros

Dados da Organização Internacional do Café (OIC) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil reforçam a relevância do mercado chinês para o futuro das exportações brasileiras.

A China, que há menos de uma década tinha consumo restrito ao chá, tornou-se um dos principais mercados emergentes para o café mundial.

O país asiático aparece, atualmente, entre os dez maiores importadores de café do Brasil, e a tendência é de ascensão contínua nos próximos anos.

O aumento da exportação de café para a China também deve impulsionar a economia de regiões produtoras no Brasil, especialmente Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia e Rondônia, estados líderes na produção nacional.

O setor cafeeiro brasileiro, responsável por milhões de empregos diretos e indiretos, vê na abertura do mercado chinês uma oportunidade estratégica para diversificar destinos e garantir maior estabilidade diante de oscilações internacionais.

Relações comerciais e histórico sino-brasileiro

A relação comercial sino-brasileira no agronegócio ganhou força especialmente a partir da década de 2010, com avanços significativos em acordos sanitários, parcerias tecnológicas e missões de promoção comercial.

O Brasil já é o principal fornecedor de soja, carne bovina e carne de frango para a China, e o café caminha para ocupar posição semelhante nos próximos anos, conforme sinalizam os dados recentes.

Em um cenário global marcado por tensões comerciais e políticas, o café brasileiro conquista a China e amplia sua presença internacional, contando com acordos bilionários, reconhecimento de qualidade e uma demanda em expansão.

Diante desse panorama, você acredita que o café nacional pode assumir papel de liderança absoluta no mercado asiático nos próximos anos? Qual o impacto desse movimento para a economia brasileira e para os consumidores do país?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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