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EUA entram com bilhões em startup de terras raras para desafiar domínio chinês e criar superpotência tecnológica do futuro

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 05/11/2025 às 20:20
Caminhões de mineração transportando minério em grande mina a céu aberto nos Estados Unidos, representando a expansão da indústria de terras raras.
Imagem mostra operação de mineração a céu aberto com caminhões de grande porte, ilustrando o avanço dos EUA na produção e refino de minerais críticos.
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Acordo bilionário impulsiona a produção de ímãs críticos nos Estados Unidos

No dia 3 de novembro de 2025, o governo dos Estados Unidos anunciou um acordo de US$ 1,4 bilhão com as empresas Vulcan Elements e ReElement Technologies.
O investimento marca um passo decisivo para fortalecer a cadeia produtiva de terras raras no país.
O projeto tem como objetivo diminuir a dependência da China, que domina 70% da mineração e 90% do refino global desses minerais estratégicos.
Esses elementos são amplamente usados em motores elétricos, drones, satélites e equipamentos de defesa.
O plano prevê a construção de uma fábrica nacional de ímãs de terras raras, com capacidade de até 10 mil toneladas por ano.
Além disso, haverá a ampliação da reciclagem e do refino de minerais críticos vindos de resíduos eletrônicos e ímãs descartados.
A nova unidade será responsável pela etapa final da cadeia de valor, convertendo metais raros em ímãs permanentes de alto desempenho.
Esses ímãs são essenciais para os setores industriais e militares, considerados estratégicos para a economia americana.

Estrutura de financiamento público e privado fortalece o setor

O financiamento do projeto será dividido entre recursos públicos e capital privado.
A Vulcan Elements receberá US$ 620 milhões em empréstimo direto do Office of Strategic Capital, órgão vinculado ao Departamento de Defesa dos EUA.
Esse departamento apoia projetos considerados vitais para a segurança nacional.
Além disso, o Departamento de Comércio concederá US$ 50 milhões em incentivos fiscais para acelerar o início da produção.
US$ 550 milhões virão de investidores privados e das próprias empresas participantes.
A ReElement Technologies também ampliará suas unidades de reciclagem e processamento.
Essa expansão será financiada por US$ 80 milhões adicionais do mesmo Office of Strategic Capital.
A estrutura mista de investimentos reforça o propósito de garantir autonomia industrial e reduzir vulnerabilidades externas em cadeias críticas.

Governo americano ganha participação acionária nas startups

Como contrapartida ao apoio público, o governo dos Estados Unidos passará a ter participação acionária direta nas empresas, o que marca uma nova fase na política industrial do país.
Assim, o Departamento de Defesa receberá warrants, ou seja, opções de compra de ações na Vulcan Elements e na ReElement Technologies, garantindo influência direta na governança das companhias.
Enquanto isso, o Departamento de Comércio ficará com US$ 50 milhões em ações diretas da Vulcan Elements, fortalecendo o elo entre o Estado e o setor tecnológico.
Essa decisão representa uma mudança estratégica profunda, pois o governo se torna acionista de empresas de tecnologia crítica, assegurando maior controle estatal sobre a produção e a distribuição desses materiais.
Portanto, as ações ampliam a segurança nacional e estimulam a inovação tecnológica doméstica, além de consolidar um modelo de investimento híbrido entre Estado e iniciativa privada.

Cadeia de produção totalmente integrada e nacionalizada

A nova planta industrial garantirá uma cadeia produtiva 100% integrada em território americano, o que fortalecerá o ecossistema produtivo do país.
Inicialmente, o processo começa com a reciclagem de ímãs descartados e resíduos eletrônicos, passando depois pelo refino de óxidos de terras raras.
Posteriormente, chega à fabricação dos ímãs permanentes, todos produzidos dentro dos Estados Unidos, o que elimina dependências externas.
A ReElement Technologies cuidará da produção de óxidos de alta pureza, fundamentais para o setor industrial e energético.
Enquanto isso, a Vulcan Elements ficará responsável pela fundição dos metais e pela produção dos ímãs finais, completando o ciclo industrial.
Dessa forma, os Estados Unidos buscam reconstruir uma indústria estratégica que, por décadas, esteve concentrada na China, o que demonstra clara mudança de postura econômica e geopolítica.
Consequentemente, a estratégia reforça a autossuficiência tecnológica e amplia a competitividade global americana, fortalecendo sua presença nos mercados emergentes.

Impactos estratégicos e tecnológicos do projeto

A iniciativa surge em um momento decisivo para a segurança energética e tecnológica dos Estados Unidos, segundo a Reuters e a Associated Press (AP).
O projeto está alinhado às diretrizes do Departamento de Energia (DOE) e às metas do Inflation Reduction Act, que prioriza investimentos em minerais críticos e cadeias produtivas sustentáveis.
Além disso, o acordo reforça o setor de defesa e a indústria automotiva elétrica, permitindo o desenvolvimento de tecnologias limpas e seguras.
Assim, o investimento posiciona os EUA como líder emergente na reciclagem de terras raras e referência mundial em produção sustentável de materiais estratégicos.
Por consequência, o país reduz sua dependência externa, aumenta sua resiliência econômica e fortalece o controle sobre cadeias essenciais à inovação global.

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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

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