A pesquisa do Senai em parceria com a Codern avança na Margem Equatorial e indica como a energia eólica offshore pode acelerar a transição energética e impulsionar novos investimentos no Brasil
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Rio Grande do Norte (Senai-RN), o Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e a Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern) assinaram, em 28 de outubro de 2025, um acordo de cooperação técnica e científica voltado à expansão da energia eólica offshore na Margem Equatorial.
Margem Equatorial: nova fronteira da energia eólica offshore
Segundo uma matéria do site MegaWhat, o anúncio foi feito durante o Brasil WindPower, principal evento do setor no país. A iniciativa pode posicionar o Brasil como protagonista na transição energética global.
O foco está na Margem Equatorial, região litorânea que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte, com alto potencial para geração de energia limpa e renovável. A Margem Equatorial é considerada uma das áreas mais promissoras para o desenvolvimento da energia eólica offshore no país.
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Estudos do ISI-ER indicam que a região possui ventos constantes e profundidades ideais para instalação de turbinas em alto-mar. Além disso, a proximidade com centros urbanos e portos facilita a logística de escoamento da energia gerada.
Segundo o mapeamento realizado pelo Instituto Senai, cerca de 59,7 km de trechos no litoral do Rio Grande do Norte apresentam viabilidade para implantação de cabos submarinos e linhas de transmissão.
Esse dado reforça a importância da Margem Equatorial como vetor de crescimento sustentável e inovação tecnológica. A energia eólica offshore na Margem Equatorial pode se tornar um dos principais pilares da matriz energética brasileira.
Parceria entre Senai e Codern acelera a transição energética
O Senai-RN, em parceria com o Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), está desenvolvendo uma estrutura dedicada à gestão do primeiro projeto-piloto de energia eólica offshore do Brasil, já licenciado previamente pelo Ibama.
O objetivo é criar um ambiente técnico e operacional que permita acelerar pesquisas sobre essa fonte energética e fomentar a capacitação de profissionais e empresas, fortalecendo a cadeia produtiva nacional voltada para essa nova indústria. A área cedida para o projeto está situada a cerca de 330 quilômetros de Natal, e será equipada com instalações voltadas à formação de comunidades locais e suporte logístico ao projeto-piloto.
No âmbito de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), o centro funcionará como base para atividades como coleta de dados anemométricos e meteoceanográficos, além do desenvolvimento de tecnologias voltadas à transmissão de energia em ambientes subaquáticos.
A cessão do terreno será realizada em regime de comodato, com duração inicial de 20 anos. Essa iniciativa reforça o papel do Senai como catalisador da transição energética, promovendo conhecimento técnico, qualificação profissional e geração de oportunidades em uma das regiões mais promissoras da economia brasileira.
Energia eólica offshore: potencial técnico e desafios estruturais
A energia eólica offshore é uma das fontes mais promissoras para diversificação da matriz energética brasileira. De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o potencial técnico do Brasil para geração eólica em alto-mar ultrapassa 700 GW, o que equivale a mais de cinco vezes a capacidade instalada atual de todas as fontes no país.
Contudo, o desenvolvimento dessa tecnologia exige investimentos robustos em infraestrutura, regulação e capacitação. O acordo entre Senai e Codern surge como resposta a esses desafios, promovendo sinergia entre setor público, indústria e academia.
A Margem Equatorial desponta como protagonista nesse cenário, reunindo condições naturais e estratégicas para liderar o avanço da energia eólica offshore no Brasil.
Impactos econômicos e ambientais da energia eólica offshore
A transformação da Margem Equatorial em polo estratégico de energia eólica offshore pode gerar impactos significativos na economia brasileira. Estima-se que os projetos offshore movimentem bilhões em investimentos nos próximos anos, com efeitos diretos na cadeia produtiva, geração de empregos e arrecadação fiscal.
Do ponto de vista ambiental, a substituição de fontes fósseis por renováveis contribui para redução das emissões de gases de efeito estufa e mitigação das mudanças climáticas.
A energia eólica offshore, por ser limpa e abundante, é peça-chave na transição energética global. O Brasil tem a chance de se tornar referência mundial em energia renovável, combinando inovação, sustentabilidade e inclusão social.
Formação técnica e inovação: pilares do crescimento sustentável
A formação de profissionais qualificados é essencial para o sucesso dos projetos offshore. O Senai, reconhecido pela excelência em educação técnica, lidera programas de capacitação voltados às demandas do setor energético.
Além disso, o Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis atua na pesquisa aplicada, desenvolvendo soluções tecnológicas para otimizar a geração, transmissão e armazenamento de energia eólica offshore.
A Codern, responsável pela administração do Porto de Natal, desempenha papel estratégico na viabilização logística dos projetos de energia eólica offshore. A infraestrutura portuária é essencial para o transporte de equipamentos, montagem de turbinas e escoamento da energia gerada.
O acordo com o Senai prevê a modernização das instalações portuárias e a criação de uma base de apoio técnico e operacional. Isso inclui áreas para armazenamento, manutenção e testes de componentes offshore.
A união entre capacitação e inovação fortalece a competitividade do Brasil no mercado global de energia limpa. A Codern se consolida como agente facilitador da transição energética, conectando inovação tecnológica à logística eficiente.
Oportunidades de crescimento sustentável na Margem Equatorial
A Margem Equatorial reúne características únicas que favorecem o desenvolvimento sustentável. Além do potencial energético, a região possui biodiversidade rica, comunidades tradicionais e vocação para atividades econômicas como pesca, turismo e agricultura.
Os projetos de energia eólica offshore, quando planejados com responsabilidade, podem coexistir com essas atividades, promovendo inclusão social e proteção ambiental.
O envolvimento das comunidades locais é essencial para garantir que os benefícios sejam amplamente distribuídos. A Margem Equatorial pode se tornar exemplo de desenvolvimento sustentável, integrando energia limpa, justiça social e preservação ambiental.
Caminhos para o futuro da energia eólica offshore no Brasil
O acordo firmado entre Senai-RN, Codern e ISI-ER representa um marco na trajetória energética do Brasil. Ao transformar a Margem Equatorial em polo estratégico de energia eólica offshore, o país dá um passo decisivo rumo à transição energética sustentável.
A iniciativa combina potencial técnico, visão estratégica e compromisso socioambiental, criando oportunidades reais de crescimento econômico e inclusão social. Com investimentos em pesquisa, capacitação e infraestrutura, o Brasil se posiciona como líder na geração de energia limpa e renovável.
A Margem Equatorial, antes pouco explorada, agora se torna símbolo de inovação e esperança para um futuro energético mais justo e sustentável.



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