CNI destaca propostas para o avanço da agenda climática global em Dubai.
Dentre os eventos mais significativos do mundo na questão ambiental, a Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP28) é uma reunião que captura os olhares de todos. No período de 30 de novembro a 12 de dezembro, em Dubai, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) destaca propostas cruciais para o Brasil nas discussões.
Estratégias de Implementação Nacionais
O documento intitulado “Visão da Indústria para a COP28” elenca propostas que refletem a perspectiva industrial brasileira para a evolução da agenda climática. Entre elas, a Contribuição Nacionalmente Determinadas (NDC) ocupa uma posição de destaque. Originada do Acordo de Paris, a NDC é a resposta de cada nação à questão: “O que você fará para reduzir as emissões de carbono e limitar o aquecimento global a 1,5 ºC?”.
Na COP-28, um dos focos será o Balanço Global (Global Stocktake – GST), mecanismo que avalia o progresso coletivo em relação aos compromissos assumidos no Acordo de Paris. Para a CNI, é fundamental que o Brasil comunique de maneira transparente as ações e políticas que irá adotar para atingir as metas da NDC.
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Desafios do Mercado de Carbono
O mercado de carbono é outra esfera de intensos debates. Enquanto as COPs anteriores avançaram em algumas regras, a COP28 se vê diante da discussão de pontos como o artigo 6.2. Ele trata da possibilidade de um país transferir resultados de redução de emissões de GEE para outro. A CNI insiste que o Brasil mantenha um olhar atento à criação de um mercado de carbono nacional.
Ainda no mercado de carbono, o artigo 6.4 será crucial para a indústria, já que abre espaço para investimentos em projetos de redução de GEE e geração de créditos, a serem usados no mercado global de carbono.
A indústria também aguarda uma transição justa dos projetos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) para o novo Mecanismo de Desenvolvimento Sustentável (MDS). O MDL já trouxe cerca de US$ 32 bilhões em investimentos para o Brasil nos últimos 15 anos, com uma significativa redução nas emissões de GEE.
Financiamento e Ações de Adaptação Climática
A expectativa é alta em relação ao compromisso dos países desenvolvidos de fornecer anualmente US$ 100 bilhões para nações em desenvolvimento. No entanto, as perguntas permanecem: os países cumprirão? E o que acontecerá com os valores pendentes dos anos anteriores?
Além disso, a CNI defende uma abordagem igualitária para as agendas de mitigação e adaptação. O Brasil, com suas particularidades climáticas, precisa estar preparado e ter estratégias claras para enfrentar os desafios ambientais. A CNI sugere a criação da Estratégia Nacional de Adaptação como instrumento para guiar as ações do país e identificar as necessidades de financiamento climático.
Em resumo, a COP28 é uma oportunidade ímpar para o Brasil solidificar seu compromisso com o clima, com a CNI desempenhando um papel vital ao trazer a perspectiva industrial à mesa de negociações.
Fonte: Jornalismo – CNI