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Estrangeiros querem investir, mas o Brasil impõe limites: Lei 5.709 reacende o embate entre capital internacional e proteção do território nacional

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 15/10/2025 às 22:30
Estátua da Justiça sobre mapa do Brasil, simbolizando a Lei 5.709 e o controle das terras nacionais pelo capital estrangeiro.
Estátua da Justiça posicionada sobre um mapa do Brasil faz referência à Lei 5.709, que regula a compra de terras por estrangeiros e protege a soberania nacional.
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Professor da UFRRJ alerta que o país precisa equilibrar soberania e investimento estrangeiro para evitar riscos sociais e ambientais

O controle da propriedade de terras rurais por estrangeiros voltou ao centro das atenções no Brasil. O debate ganhou força com a Lei nº 5.709, de 7 de outubro de 1971, que restringe a compra de imóveis rurais por estrangeiros. A legislação, criada para proteger a soberania nacional, voltou à pauta após novas interpretações e discussões acadêmicas sobre sua atualização.

O economista e sociólogo Sérgio Pereira Leite, professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), explica que a lei ainda cumpre papel essencial, mas pode ser aprimorada. Em setembro de 2024, em entrevista à revista Consultor Jurídico (ConJur), ele afirmou que o Brasil pode permitir a participação de capital estrangeiro, desde que respeite os limites legais. Segundo ele, é possível criar novos modelos de investimento sem transferir o domínio das propriedades para empresas internacionais.

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Leite defende que o Estado brasileiro acerta ao manter regras rígidas sobre a aquisição de terras. Essa conduta, segundo ele, protege o país de efeitos sociais e econômicos negativos. Além disso, evita a concentração fundiária, garante a segurança alimentar e impede deslocamentos forçados de comunidades tradicionais. O professor ressalta que qualquer abertura ao capital internacional precisa ser avaliada com cautela, priorizando o interesse nacional e o equilíbrio ambiental.

Risco de perda de soberania e impacto ambiental

O professor alertou que afrouxar as regras da Lei 5.709 pode abrir brechas para o domínio indireto das terras brasileiras. Esse risco cresce com o avanço do agronegócio e o interesse global por recursos naturais. Ele afirmou que é necessário proteger o território de práticas especulativas, garantindo a fiscalização e o uso sustentável da terra.

Além disso, o debate ganhou destaque com a aproximação da COP-30, que ocorrerá em Belém (PA), em 2025. O evento reunirá líderes mundiais para discutir as mudanças climáticas e a preservação ambiental. Segundo Leite, o Brasil precisa fortalecer seus mecanismos de controle e avaliar os impactos ambientais dos investimentos estrangeiros. Dessa forma, o país atrai capital sustentável e preserva a soberania territorial.

Debate reacende em meio à pressão global

As declarações de Leite foram feitas durante o Simpósio Internacional sobre Propriedade e Estrangeiros, realizado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) entre 29 e 30 de setembro de 2024. Durante o evento, ele destacou que a regulação fundiária é uma questão de defesa nacional. Para o professor, a Lei 5.709 protege o território brasileiro e impede que corporações internacionais controlem o campo.

Ele defendeu que qualquer revisão da lei deve ocorrer de forma transparente, com critérios técnicos e ambientais bem definidos. Assim, o Brasil consegue atrair investimentos produtivos e sustentáveis, sem comprometer a integridade do território nacional. Leite afirmou ainda que a regulação fundiária é essencial para o equilíbrio entre soberania e desenvolvimento econômico.

Caminhos para um equilíbrio estratégico

O professor ressaltou que o Brasil precisa equilibrar abertura econômica e segurança territorial. Ele acredita que a Lei 5.709 deve continuar atuando como escudo jurídico contra a especulação fundiária estrangeira. Ao mesmo tempo, o país pode estimular parcerias produtivas, desde que dentro das normas nacionais e com fiscalização efetiva.

Dessa forma, o debate sobre o controle de terras por estrangeiros segue entre os temas mais sensíveis da agenda política. Com a COP-30 se aproximando, cresce a expectativa de que o Brasil estabeleça novas diretrizes para o uso do solo. O desafio é conciliar soberania, sustentabilidade e inclusão social, sem ceder à pressão de grandes investidores internacionais.

E você? Acredita que o Brasil deve abrir espaço para o capital estrangeiro investir em suas terras ou manter o controle rígido para proteger sua soberania e o meio ambiente?

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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

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