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Este é o motor Volkswagen que consumia mais óleo que gasolina

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 12/06/2025 às 10:35
Atualizado em 14/06/2025 às 19:18
A saga do EA111: o motor Volkswagen que ficou famoso por consumir mais óleo que gasolina
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Entenda as causas do consumo excessivo de óleo que afetou o Gol, Fox e Voyage, os custos para os proprietários e os cuidados essenciais ao comprar um usado com este motor Volkswagen

Entenda uma análise profunda sobre o problema crônico deste motor Volkswagen. Desvendamos as verdadeiras causas técnicas, a resposta da montadora e o que você precisa saber para não transformar o sonho do carro próprio em um pesadelo de manutenção.

O motor EA111 da Volkswagen equipou milhões de carros populares no Brasil, mas sua história ficou marcada por uma polêmica: um consumo excessivo de óleo lubrificante que frustrou milhares de proprietários e gerou a infame expressão de que ele “bebia mais óleo que gasolina”. Modelos como Gol, Fox e Voyage, fabricados principalmente entre 2008 e 2013, foram os mais afetados.

O que foi o problema do motor EA111? Do “consumo normal” ao pesadelo dos proprietários

O problema se concentrou nos modelos Volkswagen Gol G5, Fox e Voyage, equipados com o motor Volkswagen EA111 1.0 (VHT) e 1.6, fabricados principalmente entre 2008 e 2013. Proprietários começaram a relatar um consumo de óleo muito acima do esperado, exigindo reposições constantes entre as trocas programadas.

A polêmica se intensificou com a posição da Volkswagen. Nos manuais do proprietário, a empresa afirmava que um consumo de até 0,5 litro de óleo a cada 1.000 km era considerado “normal”. Para um carro popular, isso poderia significar a necessidade de adicionar até 5 litros de óleo entre as revisões de 10.000 km, um custo e um cuidado inesperados para muitos. Os sintomas mais comuns eram a baixa constante do nível de óleo, fumaça azulada saindo pelo escapamento e, em casos extremos, o “motor fundido” por falta de lubrificação.

Foi falha de projeto nos anéis e pistões?

Este é o motor Volkswagen que consumia mais óleo que gasolina

Muitos proprietários atribuíram o problema a uma falha de projeto nos anéis e pistões. No entanto, análises técnicas apontam para uma causa mais complexa e multifatorial.

O principal gatilho para os problemas teria sido uma mudança na especificação do óleo lubrificante promovida pela Volkswagen em abril de 2008. Este novo óleo, segundo investigações, reagia de forma adversa com o etanol, um combustível de uso massivo no Brasil, perdendo suas propriedades lubrificantes essenciais.

Essa lubrificação deficiente, por sua vez, expôs “sensibilidades” já existentes no projeto do motor Volkswagen EA111, como folgas excessivas em bronzinas e comandos, e possíveis falhas em válvulas reguladoras de pressão de óleo. Como consequência direta dessa falta de lubrificação adequada, ocorria o desgaste acelerado de componentes vitais, incluindo os anéis e pistões. Portanto, a falha destes componentes era o sintoma final de uma cascata de problemas, e não a causa raiz.

A resposta da Volkswagen, recalls, ações na justiça e a polêmica troca de motores

Com o aumento da pressão pública e da mídia, a Volkswagen se viu forçada a agir. Em 2009, a empresa emitiu uma nota de esclarecimento e, posteriormente, realizou campanhas de serviço. Um recall notório envolveu os modelos Gol, Voyage e Fox 1.0 VHT (2009/2010), incluindo a troca do óleo e a extensão da garantia do motor devido a um “déficit de lubrificação admitido pela fábrica”.

A resposta inicial, no entanto, foi considerada insuficiente por muitos, levando à intervenção do Ministério Público e a ações judiciais que obrigaram a Volkswagen a realizar recalls mais amplos, abrangendo cerca de 400 mil veículos por “desgaste prematuro de motor”. Em casos mais graves, a fábrica chegou a substituir blocos de motor inteiros, mas relatos indicam que, por vezes, essa troca foi feita sem a devida retificação na documentação do carro, um problema sério que pode afetar a legalidade e o valor de revenda do veículo.

Os custos de reparo e a desvalorização do motor Volkswagen EA111

Para os proprietários, o impacto financeiro foi severo. A retífica completa do motor, muitas vezes a única solução, tinha um custo estimado em R$ 6.300 na época. Esse valor podia representar mais de 20% do valor de mercado de um Gol G5 usado, tornando o reparo economicamente inviável para muitos.

A má fama do motor Volkswagen EA111 gerou uma desvalorização acentuada desses modelos no mercado de usados. A reputação de “carro inquebrável” que modelos como o Gol ostentavam foi abalada, e a desconfiança se instalou entre os compradores.

O que fazer se você tem ou quer comprar um carro com este motor Volkswagen

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Apesar do histórico, é possível conviver com o motor EA111, mas com cuidados redobrados.

Para Proprietários:

Vigilância constante: verifique o nível do óleo do motor com frequência, idealmente a cada abastecimento.

Manutenção rigorosa: utilize exclusivamente o óleo com a especificação correta (geralmente sintético 5W40 com norma VW 502.00) e respeite os intervalos de troca.

Atenção aos sinais: não ignore ruídos, fumaça ou consumo elevado. Procure um mecânico de confiança imediatamente.

Para compradores de usados:

Inspeção profissional: antes de comprar, leve o carro a um mecânico experiente para uma avaliação completa do motor.

Verifique o número do motor: compare o número gravado no bloco do motor com o da documentação do veículo. Divergências são um grande sinal de alerta.

Considere alternativas: avalie se o preço mais baixo compensa o risco. Modelos de outras marcas ou da própria VW com motores mais recentes, como o EA211, podem ser opções mais seguras.

A saga do motor Volkswagen EA111 serve como uma importante lição sobre a necessidade de manutenção preventiva e os riscos de problemas crônicos na indústria automotiva.

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Ricardo
Ricardo
14/06/2025 16:54

O bobagem. Era vendedor nesta época. Rodei com dois gols g5 1.0 um 2010 fiz 238mil km sem passar em oficina o outro 192mil 2013 sem nenhum problema e depois uma saveiro Cross mais 160 mil só troquei uma bobina e cabos de vela. Isso é igual ao câmbio power schift do focus. Meu carro particular era um focus titanium 2014 e depois 2016 fastback titanium. Sem problemas de câmbio. O maior problema dos veículos é o cupim de ferro. E a mania de usar óleos é peças de baixo custo e usar até moer. Ai reclamar.

DINN
DINN
14/06/2025 12:17

O maior FIASCO e demora em reconhecer um VÍCIO OCULTO. não existe outro Adjetivo a colocar, a VW foi desonesta ao extremo com os seus clientes, imagine depois de 400 mil casos ela RECONHECE ainda Sob Júdice o defeito de projeto no motor VHT EA111 QUE P…A louca essa VW hein!! Desde esse epis**** NUNCA MAIS comprei um VW
CARROS sem Acabamento e CAROS
e quando tem acabamento cobram os olhos da CARA. Nunca mais VW

José Laerte Santana Vieira
José Laerte Santana Vieira
13/06/2025 17:47

Olá, discordo em partes do seu comentário a respeito do motor VW EA111 sobre o consumo de óleo lubrificante. Sou proprietário de um CrossFox ano 2007 1.6 flex, com 172.000 km rodados adquirido Zero Km no mesmo ano em uma concessionária VW. Nunca coloquei uma gota de óleo no motor para completar. Só coloco óleo no período das trocas na quantidade recomendada pelo fabricante. Grato.

Marcio Turci Goulart
Marcio Turci Goulart
Em resposta a  José Laerte Santana Vieira
14/06/2025 15:24

Mas a reportagem não cita modelos 2007 seriam modelos de 2008 a 2013. Preste atenção no que lê antes de comentar.

JosevLuiz
JosevLuiz
Em resposta a  José Laerte Santana Vieira
17/06/2025 13:59

Interpretar texto faz parte do bom entendimento, motores fabricados de 2008 a 2013….e não o seu 2007, entendeu????

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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