Em alta histórica, a mineração de ouro coloca a Bahia entre os principais polos do país, com recordes de produção, avanço nas exportações e novos projetos industriais.
A Bahia vive um novo ciclo do ouro. Em 2024, o estado registrou desempenho recorde nas exportações de ouro, e em 2025 o setor segue acelerando, com crescimento expressivo da produção mineral e anúncios de metas robustas das mineradoras que operam no território baiano. Os números recentes reforçam o papel do estado como polo estratégico da mineração no Brasil.
De acordo com dados compilados pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) com base na ANM, as exportações minerais baianas somaram US$ 754,48 milhões no primeiro semestre de 2025, dos quais US$ 444,81 milhões vieram do ouro. O desempenho de 2024 já havia sido forte: US$ 747 milhões em ouro exportados, o melhor resultado da série recente.
A produção nacional de ouro alcançou 81,5 toneladas em 2023, e a Bahia figura entre os destaques do país, com operações relevantes em Jacobina, Santa Luz e Fazenda Brasileiro. O quadro reforça a tendência de maior peso do ouro na matriz mineral baiana.
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Ouro em números na Bahia, produção, exportações e ranking
Entre 2019 e 2024, a Bahia comercializou 53,9 toneladas de ouro, com liderança de Jacobina no período. Em 2024, o estado alcançou US$ 747 milhões em exportações de ouro e manteve-se entre os polos mais relevantes da mineração nacional. Esses dados, publicados por entidades setoriais com base na ANM, consolidam o momento do setor.
Já em 2025, a Bahia acelerou. De janeiro a junho, as exportações minerais somaram US$ 754,48 milhões, com o ouro respondendo pela maior fatia da receita. O movimento reforça a trajetória de crescimento do segmento e a atratividade do estado para novos investimentos.
No plano nacional, a ANM reporta 81,5 t de ouro em 2023, com pressão por maior rastreabilidade e conformidade para coibir ilícitos, fator que também impacta positivamente a confiança do mercado.
Jacobina e o “Bahia Complex”, quem puxa a fila
A mina de Jacobina, operada pela Pan American Silver (JMC), bateu seu recorde histórico em 2024, com 197 mil onças de ouro produzidas, e segue como um dos pilares da indústria mineral baiana. A operação passa por otimizações para ganhos de produtividade de longo prazo.
No centro-norte do estado, a Equinox Gold opera o chamado “Bahia Complex” — que reúne Santa Luz e Fazenda Brasileiro — com guidance de 125 mil a 145 mil onças de ouro em 2025. A empresa indica recuperação acima de 90% em Fazenda e custos alinhados ao setor.
A combinação de escala em Jacobina e rampa operacional no complexo da Equinox eleva a previsibilidade de oferta do estado, reduz riscos e atrai cadeias de fornecedores para o interior baiano, com efeitos diretos sobre emprego e renda.
Emprego, renda e CFEM: o efeito multiplicador no interior
Além da produção, a mineração de ouro tem forte impacto fiscal e social. Para cada 1 emprego direto, 11 indiretos são gerados nas cadeias de bens e serviços, segundo o IBRAM, parâmetro adotado por órgãos estaduais como a CBPM. Isso amplia o dinamismo de comércio, hospedagem e construção nos municípios mineradores.
A arrecadação de CFEM (royalties) também cresce e fortalece os orçamentos municipais, com Jacobina figurando entre os maiores beneficiários do Nordeste. Esses recursos sustentam investimentos locais em infraestrutura, capacitação e serviços públicos, integrando a agenda ESG do setor.
Com a produção mineral baiana em alta, avanço de 31% no 1º semestre de 2025 frente a 2024 —, o efeito multiplicador tende a se intensificar, desde que projetos e licenciamentos caminhem com segurança jurídica e previsibilidade.
Desafios e agenda ESG: licença social, rastreabilidade e clima
A expansão do ouro traz desafios: rastreabilidade da origem, conformidade ambiental, gestão hídrica e emissões. O Sumário Mineral da ANM enfatiza a necessidade de controle e combate a ilícitos, elevando o padrão de governança e transparência na cadeia.
No campo ESG, a indústria aponta eletrificação de equipamentos, eficiência energética e descarbonização como caminhos para reduzir impactos e aumentar a produtividade. Materiais setoriais divulgados pelo IBRAM destacam tendências e metas tecnológicas para a próxima década.
A manutenção da licença social para operar, com diálogo com comunidades, monitoramento ambiental e benefícios locais tangíveis, será decisiva para sustentar o ciclo do ouro na Bahia e evitar gargalos regulatórios.
E você, acha que o ciclo do ouro na Bahia está sendo bem aproveitado? Comente se os royalties e os empregos estão chegando de forma justa ao seu município, se a fiscalização ambiental é suficiente e o que falta para transformar essa riqueza mineral em desenvolvimento permanente.


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