Projeto pioneiro no DF usa tecnologia BIM para revolucionar a engenharia urbana, trazendo planejamento inteligente e execução mais eficiente
Imagine um canteiro de obras que você pode navegar como se fosse um jogo: mapas em 3D, simulações de tráfego e tubulações, tudo pronto antes da primeira pá. Essa é a revolução que chega à Ceilândia. O GDF acaba de inaugurar uma ambiciosa requalificação urbana no Pôr do Sol, e pela primeira vez no DF, um projeto de infraestrutura, construção e engenharia está sendo conduzido totalmente no BIM (Modelagem da Informação da Construção). O objetivo? Estratégia, transparência e eficiência em escala pública.
Tecnologia que transforma a gestão da obra pública
A adoção do BIM pela Secretaria de Obras e Infraestrutura do DF (SODF) representa uma virada de chave na maneira como se projeta e executa obras públicas. Ao substituir as antigas plantas 2D e documentos dispersos por um modelo digital unificado, o órgão passou a reunir todas as informações técnicas, desde as redes de drenagem e esgoto até a pavimentação e os elementos urbanísticos, em um único sistema tridimensional.
Esse ambiente virtual permite simular cada etapa com antecedência, prever interferências e refinar custos e prazos com precisão. Com isso, a construção deixa de depender de ajustes emergenciais e passa a operar sob controle integrado, transparente e eficiente, resultando em economia real para os cofres públicos.
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Intervenção urbana em larga escala
Durante apresentação oficial à comunidade do Pôr do Sol, a Secretaria de Obras detalhou a dimensão do projeto que está prestes a remodelar a malha urbana local.
A intervenção contempla a pavimentação de 150 vias; aproximadamente 27 quilômetros de extensão, com aplicação de asfalto nas avenidas principais e blocos intertravados nas ruas menores, garantindo melhor drenagem superficial.
A requalificação inclui ainda a instalação de 22 quilômetros de drenagem pluvial, 93 mil metros quadrados de calçadas acessíveis, cinco quilômetros de ciclovias e rotatórias, além de redes de água, esgoto e sinalização.
A execução será dividida em dois lotes: o primeiro terá edital lançado em julho, seguido pelo segundo em outubro. A previsão é que as obras comecem ainda em 2025, trazendo ao bairro uma infraestrutura urbana completa e planejada.
As frentes de trabalho já começaram a se mover no local, com etapas preliminares como terraplenagem, implantação de calçadas e redes técnicas em andamento. Esse início físico da obra reforça o caráter prático da modelagem BIM, que orienta cada decisão do canteiro com base em dados previamente simulados, minimizando incertezas e acelerando a execução.
O aval dos especialistas: inteligência e pioneirismo
Carlos Maciel, subsecretário de Projetos da Secretaria de Obras e Infraestrutura (SODF), destaca o caráter revolucionário do BIM na engenharia pública:
“Uma obra projetada em BIM é uma obra inteligente, pois toda a gestão pode ser feita de forma integrada, desde a concepção até a entrega final. O modelo reúne dados de todas as disciplinas envolvidas, como drenagem, pavimentação, calçadas, redes de água e esgoto, facilitando a tomada de decisões e o acompanhamento da execução.”
O secretário Valter Casimiro ressalta o pioneirismo do projeto: “O projeto do Pôr do Sol é o primeiro elaborado totalmente em BIM, mas não será o único. Estamos inaugurando um novo patamar de eficiência na infraestrutura do DF, com impacto direto na qualidade dos serviços públicos.”
Um modelo que já é referência nacional
Muito além de inovação tecnológica, o uso do BIM atende a diretrizes federais rigorosas, como as definidas pela Estratégia Nacional de Disseminação do BIM — iniciativa do Governo Federal que orienta a modernização da gestão pública nas obras brasileiras. Com sua aplicação integral no projeto do Pôr do Sol, o Distrito Federal se coloca na vanguarda da infraestrutura pública nacional, adotando uma metodologia que reduz retrabalho, assegura rastreabilidade dos processos, melhora o controle de custos e fortalece a transparência nas licitações. O reconhecimento do BIM como padrão técnico essencial já é endossado por instituições como o Confea e o Sinduscon-DF, e a SODF, alinhada a essa visão, oferece inclusive um manual oficial para aplicação da modelagem em projetos de urbanismo e engenharia.
O que vem pela frente: BIM como nova norma da engenharia pública
A aplicação do BIM no projeto do Pôr do Sol é apenas o início de uma mudança estrutural. Segundo o secretário Valter Casimiro, a Secretaria de Obras pretende adotar a metodologia em todos os seus futuros empreendimentos, consolidando um novo padrão de qualidade, controle e eficiência para a engenharia pública no DF. Com isso, a modelagem deixa de ser uma aposta tecnológica e passa a integrar a rotina institucional, alinhada às exigências legais, aos princípios do desenvolvimento sustentável e às melhores práticas internacionais de infraestrutura e construção. O Distrito Federal, ao investir nessa transição de forma sistemática, posiciona-se como referência concreta para outros estados que buscam modernizar suas políticas de obras públicas com responsabilidade e visão de longo prazo.
O projeto do Pôr do Sol marca um divisor de águas para a engenharia pública no DF. Não se trata apenas de pavimentação, mas da adoção de um modelo que alia planejamento inteligente, execução transparente e benefícios concretos para quem vive e circula pelo bairro.
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