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Esse gigante transformou o sertão brasileiro em cenário de outro planeta: Conheça o vulcão de 19 milhões de anos que nunca entrou em erupção, mas intriga cientistas e turistas no Brasil

Escrito por Flavia Marinho
Publicado em 10/11/2025 às 17:33
Esse gigante transformou o sertão brasileiro em cenário de outro planeta: Conheça o vulcão de 19 milhões de anos que nunca entrou em erupção, mas intriga cientistas e turistas no Brasil
Revelado o mistério do Pico do Cabugi: vulcão brasileiro no coração do Rio Grande do Norte que não teve força para explodir e preserva sua forma original há 19 milhões de anos
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Revelado o mistério do Pico do Cabugi: vulcão brasileiro no coração do Rio Grande do Norte que não teve força para explodir e preserva sua forma original há 19 milhões de anos

No interior do Rio Grande do Norte, uma montanha solitária domina o horizonte e guarda um segredo geológico que poucos brasileiros conhecem. O Pico do Cabugi, localizado no município de Angicos, é o único vulcão do Brasil que ainda preserva a sua forma original.

Com 590 metros de altitude, o gigante adormecido atrai aventureiros, cientistas e curiosos que desejam tocar a história geológica de um país que, oficialmente, não tem vulcões ativos.

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Um vulcão brasileiro que resistiu ao tempo

Pico do Cabugi é, na verdade, um neck vulcânico, o conduto solidificado de um antigo vulcão que não chegou a entrar em erupção completa.

Formado há cerca de 19,7 milhões de anos, durante o Mioceno, ele é composto por rochas alcalinas máficas como basanito e olivina-basalto, além de fragmentos ultramáficos trazidos do manto terrestre.

Essa estrutura foi estudada por geólogos brasileiros e descrita em detalhes pelo Serviço Geológico do Brasil (SIGEP), que o classifica como o registro mais jovem de atividade vulcânica em solo continental brasileiro.

Apesar de parecer um vulcão intacto, o Cabugi é o que resta de um antigo sistema magmático erodido com o passar do tempo. Por isso, os pesquisadores explicam que ele “nunca explodiu” de fato, apenas solidificou de dentro para fora, formando o cone perfeito que se vê hoje no sertão potiguar.

Trilha entre pedras, sol e história

Subir o Pico do Cabugi é uma experiência que combina esforço físico, contemplação e aprendizado. A trilha de ida e volta tem cerca de 4,8 quilômetros, com um ganho de elevação de 392 metros. O trajeto leva, em média, duas a duas horas e meia para ser completado, dependendo do ritmo e das pausas para fotos.

A primeira metade é feita por um caminho de terra firme, entre vegetação típica da Caatinga. Já o trecho final exige cuidado: são blocos de rochas vulcânicas soltas, expostas ao sol e sem sombra. Por isso, quem se aventura até o topo deve levar água, protetor solar, chapéu e calçado adequado.

A vista compensa o esforço do alto, é possível enxergar a cidade de Lajes e parte da BR-304 serpenteando o sertão.

Como chegar a esse gigante do Rio Grande do Norte localizado a 590 metros de altura

Pico do Cabugi está a aproximadamente 170 quilômetros de Natal, capital do estado. O acesso é feito pela BR-304, estrada que liga a capital potiguar ao interior. Saindo de Natal, a viagem leva pouco mais de duas horas até Angicos.

O início da trilha fica próximo à rodovia, em uma área rural de fácil acesso, embora a sinalização ainda seja modesta.

O pico está inserido no Parque Ecológico Estadual do Cabugi, criado pela Lei Estadual nº 5.823/1988 e regulamentado pelo Decreto nº 14.813/2000.

O parque tem mais de 2 mil hectares e é administrado pelo IDEMA-RN, com foco na preservação da geodiversidade e da vegetação nativa da Caatinga.

No entanto, a estrutura turística ainda é limitada, e a visitação ocorre de forma espontânea.

Melhor época e dicas para o turista no Brasil

A melhor época para visitar o Pico é entre junho e dezembro, período de estiagem no semiárido potiguar. Segundo o site AventureBox, o calor intenso é um desafio, e recomenda-se iniciar a subida logo ao amanhecer. À tarde, o pôr do sol tinge de dourado as encostas e cria um cenário digno de fotografia.

Como explica o guia local Francisco de Assis, que há anos acompanha visitantes na região, “o Cabugi é um presente da natureza, mas também uma prova da força do tempo. Aqui, a gente pisa onde a Terra ferveu há milhões de anos.”

O local também é usado como ponto de observação astronômica e espaço educativo para escolas do interior do estado. Em algumas épocas do ano, universidades do Nordeste realizam excursões geológicas e atividades de campo, reforçando o valor científico do pico.

O gigante que representa um estado inteiro

Mais do que uma atração natural, o Pico do Cabugi é um símbolo cultural do Rio Grande do Norte. Sua silhueta triangular aparece em brasões municipais, selos comemorativos e campanhas turísticas do governo estadual. Muitos o chamam de “Montanha Sagrada dos Potiguares”, e há quem defenda que o nome “Cabugi” venha do tupi, significando “morro pontudo”.

Portal do Turismo do RN destaca o local como um dos principais pontos turísticos do estado, junto com o Lajedo de Soledade, em Apodi, e o Parque das Dunas, em Natal. Por unir geologia, história e paisagem, o Cabugi vem ganhando espaço entre os destinos preferidos de trilheiros e fotógrafos de natureza.

O legado de um vulcão brasileiro que nunca explodiu

Pico do Cabugi continua a ser uma das formações mais intrigantes da geologia brasileira. Para muitos cientistas, ele representa a janela mais acessível para observar o interior do planeta sem precisar perfurar o solo.

Sua estrutura intacta é uma verdadeira aula a céu aberto sobre o passado vulcânico da cidade brasileira e de todo o Nordeste.

Em um país conhecido por suas praias e florestas, é surpreendente descobrir um antigo vulcão em pleno sertão. E talvez seja justamente essa singularidade que torne o Cabugi tão fascinante: ele é o lembrete de que o Brasil ainda guarda mistérios sob suas paisagens mais áridas.

Se você já visitou o Pico do Cabugi, ou se sonha em conhecer esse pedaço do sertão potiguar, conte nos comentários como foi sua experiência ou compartilhe este artigo com alguém que adoraria subir um vulcão no meio do Brasil.

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Flavia Marinho

Flavia Marinho é Engenheira pós-graduada, com vasta experiência na indústria de construção naval onshore e offshore. Nos últimos anos, tem se dedicado a escrever artigos para sites de notícias nas áreas militar, segurança, indústria, petróleo e gás, energia, construção naval, geopolítica, empregos e cursos. Entre em contato com flaviacamil@gmail.com para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não enviar currículo.

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