6Quatro antigas capitais nordestinas perderam espaço para novos centros políticos e econômicos, mas ainda guardam um passado marcante que explica mudanças profundas na organização territorial e no surgimento das atuais cidades-sede dos estados.
As transformações administrativas no Nordeste brasileiro deixaram marcas profundas em diversas cidades que, apesar de já terem sido capitais, perderam esse status com o passar dos séculos.
Quatro grandes cidades nordestinas compartilham essa trajetória: nasceram como polos administrativos e políticos, mas viram a centralidade migrar para outros municípios escolhidos por questões estratégicas, econômicas e logísticas.
Aquiraz: o primeiro núcleo administrativo do Ceará
Aquiraz se consolidou como a primeira capital da capitania do Ceará no final do século XVII. Oficialmente vila desde 1699 e instalada como sede administrativa a partir de 1713, a cidade concentrava a estrutura colonial portuguesa na região.
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Porém, em 1726, a capitalidade foi transferida para Fortaleza, que apresentava melhor posição militar, facilidade de defesa e potencial econômico maior.
O legado histórico permanece evidente no centro antigo, marcado por construções coloniais que preservam o papel de Aquiraz na formação do estado.
Marechal Deodoro: berço da província e do primeiro presidente da República
Em Alagoas, a antiga Vila Madalena – depois chamada Alagoas da Lagoa do Sul e hoje conhecida como Marechal Deodoro – foi a capital provincial de 1817 a 1839.
A mudança do governo para Maceió foi motivada pelo dinamismo do porto, essencial para o escoamento da produção local.
A antiga capital mantém importância histórica não apenas por sua arquitetura e preservação urbana, mas por ter sido o local de nascimento de Manuel Deodoro da Fonseca, que proclamaria a República décadas depois.
Oeiras: a primeira capital do Piauí e a troca pela navegação fluvial
No Piauí, Oeiras ocupou o posto de capital desde sua elevação a cidade, em meados do século XVIII, permanecendo como principal centro político até 1852. Nesse ano, a administração foi transferida para Teresina, planejada às margens do Rio Parnaíba.
A localização estratégica e a possibilidade de navegação fluvial impulsionaram a mudança, tornando Teresina mais adequada ao crescimento econômico.
Oeiras, por sua vez, preservou o papel simbólico e cultural, refletido no conjunto urbano histórico reconhecido nacionalmente.
São Cristóvão: de centro político a patrimônio sergipano
Fundada no século XVI, São Cristóvão foi a capital de Sergipe até 1855, quando a sede administrativa se mudou para Aracaju. A escolha da nova capital resultou de uma necessidade de modernização: Aracaju foi projetada com ruas mais amplas, melhor acesso ao mar e capacidade para atender ao crescimento da província.
Com a perda da capitalidade, São Cristóvão transformou sua identidade. Hoje, seus conjuntos arquitetônicos – incluindo a Praça São Francisco, Patrimônio Mundial da UNESCO – reforçam sua posição de cidade histórica essencial para compreender a formação de Sergipe.
O legado das antigas capitais nordestinas
As histórias de Aquiraz, Marechal Deodoro, Oeiras e São Cristóvão revelam um padrão comum no desenvolvimento regional. As mudanças não foram mero detalhe administrativo: elas redefiniram fluxos econômicos, reorganizaram populações e criaram novos polos urbanos.
Embora não sejam mais capitais, essas cidades continuam a desempenhar papel fundamental na memória cultural e histórica dos seus estados, funcionando como testemunhos vivos do período colonial e imperial brasileiro.



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