Com área maior que Bélgica e Israel, Porto Velho concentra quase toda a população em uma zona urbana reduzida, mantém 14 distritos com acesso difícil, faz fronteira com a Bolívia e enfrenta desafios logísticos típicos da Amazônia.
Porto Velho, capital de Rondônia, é a maior capital do Brasil em extensão territorial.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município possui 34.091 km², o que o torna maior do que países como Bélgica (30.688 km²) e Israel (22.145 km²).
Apesar da dimensão, a área efetivamente urbanizada representa menos de 1% do território.
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A maior parte da superfície municipal é composta por florestas, rios e comunidades rurais ou ribeirinhas.
O núcleo urbano concentra a maior parte da população e da infraestrutura de serviços, enquanto os distritos mais afastados têm acesso limitado, principalmente durante o período chuvoso.
Extensão continental e baixa densidade populacional
Segundo o IBGE, Porto Velho tem cerca de 460 mil habitantes.
A densidade demográfica é de aproximadamente 13 pessoas por quilômetro quadrado, o que reflete uma ocupação muito dispersa em relação à extensão territorial.
Para efeito de comparação, a cidade de São Paulo, que é 22 vezes menor em área, apresenta densidade superior a 7.200 habitantes por quilômetro quadrado.
De acordo com especialistas em planejamento urbano, esse tipo de distribuição demográfica amplia o desafio de gestão pública, já que serviços como saúde, educação e transporte precisam atender comunidades separadas por longas distâncias e, em alguns casos, acessíveis apenas por via fluvial.
A manutenção de estradas vicinais, o abastecimento e a logística de atendimento emergencial também são afetados por essa dispersão territorial.

Fronteira internacional e distritos isolados
A localização geográfica de Porto Velho confere uma característica única entre as capitais brasileiras: é a única que possui fronteira internacional.
O município faz divisa com a Bolívia, por meio de distritos como Fortaleza do Abunã e Extrema, situados a cerca de 150 quilômetros da sede.
Essa particularidade influencia o comércio regional e a circulação de mercadorias, segundo dados da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico de Rondônia (Sedec-RO).
O município é dividido em 14 distritos administrativos, entre eles Abunã, Calama, Extrema, Nazaré, Nova Califórnia e São Carlos.
Em vários desses locais, o acesso ocorre apenas por embarcações durante determinados períodos do ano, de acordo com informações da Prefeitura de Porto Velho.
O deslocamento de moradores e o transporte de suprimentos dependem, em grande parte, do regime de chuvas e da navegabilidade dos rios.
Rio Madeira e a vida ribeirinha
O rio Madeira, um dos principais da região Norte, corta o território municipal e exerce papel central na economia local.

Ele é utilizado para o transporte de pessoas, produtos agrícolas e cargas diversas, além de abrigar comunidades ribeirinhas que mantêm atividades tradicionais, como pesca e agricultura de subsistência.
Durante o período conhecido regionalmente como “B-R-Ó BRÓ”, correspondente aos meses mais quentes e secos do ano, as temperaturas elevadas e o baixo índice de umidade do ar aumentam o risco de queimadas e dificultam o transporte fluvial em alguns trechos.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Porto Velho está entre as capitais mais quentes do país, com médias que podem ultrapassar 36 °C nos meses de setembro e outubro.
Impactos ambientais e desafios de fiscalização
A grande extensão territorial também tem implicações ambientais.
Especialistas em geografia e gestão territorial apontam que a baixa densidade populacional favorece a manutenção de grandes áreas de floresta preservada, o que contribui para o equilíbrio ecológico regional.
Por outro lado, as distâncias dificultam a fiscalização de atividades ilegais, como o desmatamento e a mineração em áreas remotas.
Segundo o IBGE, se Porto Velho fosse um país, teria espaço suficiente para abrigar na totalidade a Bélgica e parte de Israel.
Em contrapartida, Israel concentra cerca de 9,5 milhões de habitantes em 22.145 km², o que representa uma densidade demográfica aproximadamente 700 vezes maior do que a registrada em Porto Velho.
Cidade grande com aparência de vazia
A combinação de extensão, baixa densidade e predomínio de áreas naturais faz com que boa parte do território pareça inabitado em imagens de satélite.

Técnicos da área ambiental destacam que, embora a população esteja concentrada na zona urbana, o município mantém relevância estratégica por suas reservas florestais, recursos hídricos e posição fronteiriça.
De acordo com a Secretaria Municipal de Planejamento, os principais desafios de gestão incluem ampliar a conectividade entre distritos, garantir o acesso regular a serviços públicos e melhorar a infraestrutura de transporte.
Projetos de pavimentação e manutenção de vias ribeirinhas são recorrentes nas pautas de investimento estadual e federal.
Mesmo com as dificuldades logísticas, Porto Velho segue como principal centro político e econômico de Rondônia, abrigando instituições estaduais, universidades, serviços de saúde e comércio regional.
Fora da área urbana, as paisagens são formadas por rios, mata densa e pequenas comunidades, o que explica o contraste entre a imagem de “cidade grande” e a sensação de isolamento em boa parte do território.
Segundo urbanistas, essa configuração é típica de municípios amazônicos de grande porte, nos quais o adensamento urbano ocorre em pequenos núcleos cercados por extensas áreas naturais.
A situação reforça a importância de políticas públicas voltadas à mobilidade e ao ordenamento territorial na região.


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