Estado abriga seis projetos de complexos eólicos offshore em licenciamento ambiental, destacando o potencial do Brasil na expansão da energia eólica offshore e onshore.
O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou a criação do Grupo de Trabalho Eólica Offshore, conforme noticiado nesta segunda, 06. O objetivo é elaborar diretrizes e definir o desenho do primeiro leilão de cessão de uso do mar, inspirado nos leilões de óleo e gás. Coordenado pelo Ministério de Minas e Energia, o grupo contará com a participação de três instituições federais e poderá incluir representantes do setor privado e da sociedade civil.
“Uma vez feito esse primeiro leilão, os ganhadores — e é possível que teremos ganhadores também no Espírito Santo, que tem bom potencial —, com esse título em mãos, vão estudar a área e conseguir licença ambiental para a implantação do projeto”, afirma Elbia Gannoum, presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica).
Espírito Santo concentra seis projetos em licenciamento
No Espírito Santo, atualmente, há seis projetos de complexos eólicos offshore com processo de licenciamento ambiental aberto no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Nenhum deles está em andamento, segundo o órgão, pois os empreendedores aguardam a publicação de regulamentações específicas do setor.
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Os parques eólicos offshore recebem esse nome porque suas turbinas ficam instaladas no mar, fora da área terrestre. As pás captam a energia do vento e a transformam em energia mecânica, transmitida a um gerador elétrico dentro da turbina. Em seguida, a eletricidade é enviada por cabos submarinos até uma subestação terrestre, onde é integrada à rede elétrica.
Lei das Eólicas Offshore e o caminho para implementação
A Lei nº 15.097/2025, conhecida como Lei das Eólicas Offshore, foi aprovada em dezembro de 2024 e sancionada pelo presidente Lula em janeiro de 2025. A lei estabelece que a exploração de recursos no mar depende de autorização da União, abrindo caminho para regulamentações específicas e futuros leilões.
Elbia Gannoum reforça que o processo está dentro do cronograma esperado, considerando que a eólica offshore é recente no Brasil. “É uma das economias que mais cresce e tem o maior potencial eólico onshore no mundo. E agora, nos últimos quatro, cinco anos, sabendo que já existia um grande potencial eólico offshore, nós começamos a desenvolver as condições do país também para fazer eólicas offshore”, explicou.
Dentro de cinco anos, os projetos eólicos offshore no Brasil devem começar a sair do papel. Como uma das potências mundiais em energias renováveis, o país deverá contar com parques eólicos em maior número, tanto onshore quanto offshore.
Atualmente, o Ibama analisa mais de 100 projetos de eólica offshore na costa brasileira. O potencial do país para esse tipo de energia é estimado em cerca de 700 gigawatts em áreas com profundidade de até 50 metros, conforme o Roadmap Eólica Offshore Brasil, publicado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Redução de custos e avanços tecnológicos
A tecnologia eólica offshore tem registrado queda nos custos de instalação e operação. Estudos apontam que os custos devem cair mais de 10% até 2025 e cerca de um terço até 2035. Essa tendência torna os projetos mais viáveis economicamente e reforça o potencial do Brasil como protagonista no setor de energia eólica.
Além disso, a proximidade com portos estratégicos e a infraestrutura logística permitem que as empresas reduzam prazos e custos de implantação. A experiência brasileira em parques onshore, combinada com a adoção de novas tecnologias offshore, cria um cenário promissor para a expansão da matriz renovável nacional.
O desenvolvimento da energia eólica, especialmente offshore, contribui diretamente para a transição energética do Brasil. Com menor emissão de gases poluentes e aproveitamento de recursos naturais abundantes, a eólica se consolida como alternativa competitiva e sustentável.
A expectativa é que, nos próximos anos, a eólica offshore complemente a matriz onshore, gerando empregos qualificados e movimentando investimentos em regiões estratégicas, como o Espírito Santo e o Nordeste. O crescimento do setor também deve atrair empresas nacionais e internacionais, consolidando o país como referência global em energia limpa.



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