Imagine comprar um carro novo, todo tecnológico, cheio de telas, mas descobrir que ele não aceita mais o seu Apple CarPlay ou Android Auto. É o que está prestes a acontecer com os novos modelos da Chevrolet. A decisão pegou muita gente de surpresa e levantou uma pergunta importante: como os motoristas vão parear o celular agora?
A resposta envolve mudanças profundas na forma como as montadoras enxergam o carro moderno — e também na relação entre você, o seu smartphone e o painel do veículo.
Por que a Chevrolet está abrindo mão do Apple CarPlay e Android Auto
O motivo pode parecer técnico, mas é também estratégico. A Chevrolet, que faz parte da General Motors (GM), decidiu seguir por um caminho próprio. A montadora quer deixar de depender dos sistemas da Apple e do Google para criar uma plataforma 100% sua, mais integrada ao carro e com controle total sobre a experiência do usuário.
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Traduzindo: em vez de espelhar a tela do seu celular no painel — como o Apple CarPlay e Android Auto fazem —, os carros novos terão um sistema próprio, que já vem com apps e funções parecidas com as do seu telefone. Só que tudo rodando direto no sistema do veículo, sem precisar conectar nada.
A ideia parece moderna, mas divide opiniões. De um lado, a GM afirma que o novo sistema será mais rápido, seguro e livre de travamentos. Do outro, muitos motoristas sentem que estão perdendo algo familiar — aquele jeito prático de plugar o cabo e ver o Waze, o Spotify e as mensagens na tela do carro.
O que vem no lugar dos sistemas tradicionais
O novo sistema da Chevrolet será baseado no Android Automotive, uma versão do Android feita para rodar dentro dos carros, sem depender do celular. Isso significa que o Google Maps, o YouTube Music e até o Google Assistant já estarão disponíveis direto na central multimídia, mesmo que você não use Android no seu smartphone.
Para quem tem iPhone, a mudança pode parecer ainda mais radical, já que o Apple CarPlay deixará de funcionar. Mas a GM promete que será possível conectar o telefone por Bluetooth e acessar funções básicas, como chamadas e áudio. O resto — como mapas e assistentes de voz — ficará por conta do sistema do carro.
A promessa é de uma experiência mais “automotiva” e menos “espelhada”. Na prática, você poderá dar comandos de voz, receber direções e ouvir música, tudo sem precisar tocar no celular. O carro se tornará, literalmente, um dispositivo inteligente sobre rodas.
O lado que ninguém conta: controle e dados
Por trás dessa mudança, há também uma questão que poucos comentam: o controle dos dados. Enquanto o Apple CarPlay e Android Auto pertencem a empresas de tecnologia, o novo sistema permitirá que a GM tenha acesso direto a informações sobre rotas, preferências e uso dos apps — o que pode ajudar a melhorar serviços e, claro, abrir novas oportunidades comerciais.
Isso pode significar atualizações automáticas, novos aplicativos e até pacotes de assinatura dentro do carro. Algo parecido com o que já acontece em smartphones, mas agora adaptado à rotina de quem dirige. É uma tendência global que promete transformar o painel em uma espécie de “hub digital”.
Como você vai parear o celular nos carros da nova geração
A dúvida de muitos motoristas é: “E eu, como vou parear meu celular agora?”. A resposta é simples, mas diferente do que se fazia até aqui. Nos novos modelos da Chevrolet, a conexão será feita principalmente por Bluetooth e Wi-Fi integrado, e não mais por cabo USB.
Você poderá usar seu smartphone apenas para espelhar notificações, chamadas e playlists. Todo o resto será controlado pelo sistema do carro. Em vez de abrir o Waze no celular, por exemplo, você vai abrir o Google Maps direto na central do veículo — que usará sua própria conexão de dados.
Na prática, o celular continuará sendo parte da experiência, mas não mais o centro dela. O carro vai se tornar o novo “aparelho principal”.
Uma mudança que vai além da tecnologia
A decisão da Chevrolet mostra como a indústria automotiva está migrando para um modelo em que o carro se comporta mais como um computador do que como uma máquina. Isso pode gerar resistência no início, mas é o tipo de mudança que acaba definindo o futuro.
Talvez, daqui a alguns anos, a pergunta “se tem Apple CarPlay e Android Auto” deixe de fazer sentido — porque todos os sistemas estarão integrados por padrão, sem precisar de cabos, nem espelhamento.



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