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Enquanto os EUA deslocam forças para a Venezuela, Brasil e Argentina realizam operação conjunta com 600 militares, navios, submarino e aeronaves

Publicado em 23/08/2025 às 11:44
Marinha, Brasil, Argentina, Operação
Tiro realizado pelo canhão de 4,5” da Fragata Independência (crédito: Marinha do Brasil)
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Brasil e Argentina encerram Operação Fraterno com 600 militares, navios, submarino e aeronaves, em meio a tensão crescente próxima à Venezuela

A Marinha do Brasil anunciou nesta sexta-feira (22) o encerramento de uma ação militar conjunta com a Armada Argentina. A movimentação ocorreu entre as águas do Rio de Janeiro e Salvador e envolveu mais de 600 militares, cinco navios, um submarino e duas aeronaves de guerra das duas nações.

Chamada de “Operação Fraterno”, a iniciativa começou em 7 de agosto e foi concluída no dia 15. O exercício aconteceu 24 horas antes da ordem do governo dos Estados Unidos para que três destróieres fossem deslocados a águas próximas à Venezuela.

Origem e evolução da operação

A Operação Fraterno surgiu na década de 1970, em meio à ditadura militar brasileira. Desde então, tornou-se um exercício anual que simboliza a cooperação entre os dois países. O mais importante é que, ao longo do tempo, a dimensão das manobras aumentou.

Em edições passadas, os exercícios aconteciam próximos à fronteira. Em 2023, por exemplo, as atividades se concentraram entre Rio Grande, Mar del Plata e Itajaí. Já no ano anterior, ocorreram entre Rio Grande (RS) e Puerto Belgrano, na Argentina.

Neste ano, a mudança chamou atenção. As manobras se deslocaram para a faixa que vai do Rio de Janeiro a Salvador, região mais próxima ao norte da América do Sul.

Expansão das forças empregadas

Outro aspecto de destaque foi a ampliação dos recursos mobilizados pelo Brasil. Em 2023, a participação nacional contou com 300 militares, um submarino, um avião e um navio.

Agora, os números praticamente dobraram: foram 600 militares, quatro navios, um submarino e duas aeronaves.

A lista incluiu a Fragata “Independência”, o Submarino “Tikuna”, os Navios-Patrulha “Macaé” e “Guaratuba”, o Navio-Varredor “Aratu”, além de duas aeronaves, um “Skyhawk” e um helicóptero “Wild Lynx”. Pela Argentina, esteve presente a Corveta “Espora”.

Encontros e treinamentos

Antes das atividades no mar, as equipes participaram de adestramentos em simuladores no Centro de Adestramento Almirante Marques de Leão (CAAML).

Também houve reuniões preparatórias, visitas aos navios, eventos esportivos no Complexo Naval de Mocanguê e a cerimônia de abertura oficial.

O Vice-Almirante Antonio Carlos Cambra, Comandante em Chefe da Esquadra brasileira, recebeu o Comandante do Grupo-Tarefa argentino, Capitán de Navio Ramón Gustavo Bravo, além do Capitán de Fragata Jorge Gabriel Caceres, comandante da Corveta “Espora”.

Ações no mar

As atividades práticas reforçaram a interoperabilidade entre as duas marinhas. Houve simulações de perseguição a embarcações inimigas, encenadas pelos patrulheiros “Macaé” e “Guaratuba”.

Também ocorreram exercícios de ataque conjunto contra o submarino “Tikuna” e passagem por áreas sob ameaça de aviões de caça, representadas pela aeronave AF-1.

Outro ponto de destaque foram os disparos de canhões antiaéreos contra alvos luminosos lançados no céu e tiros dos canhões principais contra um alvo flutuante no mar.

Além disso, militares treinaram abordagens a embarcações suspeitas e navegação em canais simulados com risco de minas, conduzida pelo navio “Aratu”.

O helicóptero Wild Lynx também desempenhou papel central nos exercícios, reforçando a integração aérea e naval.

Nota oficial da Marinha

Em comunicado, a Marinha do Brasil afirmou que a operação teve como meta “aperfeiçoar o adestramento das equipes de ambas as Marinhas e fomentar a cooperação, com ganhos operacionais decorrentes do intercâmbio de experiências”.

Segundo a nota, todas as atividades ocorreram em ambiente de profissionalismo, respeito mútuo e camaradagem.

Monitoramento de navios norte-americanos

Enquanto a operação se desenrolava, o governo brasileiro acompanhava outra movimentação no continente.

As Forças Armadas e o Itamaraty vêm monitorando o deslocamento de três navios militares dos Estados Unidos para próximo da Venezuela.

A decisão partiu do então presidente Donald Trump, que justificou a medida como forma de “frear o fluxo de drogas” vindas do país vizinho.

Dias antes, Washington havia dobrado a recompensa pelo assassinato do presidente Nicolás Maduro para US$ 50 milhões.

A Venezuela, em resposta, convocou milicianos para estarem de prontidão.

Por enquanto, o Brasil não deve se pronunciar sobre o tema, mas segue atento ao cenário. Portanto, o contraste entre o treinamento conjunto com a Argentina e a tensão na região caribenha revela o delicado equilíbrio que envolve a atuação naval brasileira.

Com informações de Diário do Centro do Mundo.

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Romário Pereira de Carvalho

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