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Enquanto a Petrobras aguarda aprovação do Ibama para explorar a Margem Equatorial, Guiana possui reserva bilionária de petróleo e extrai cerca de 375 mil barris diariamente

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 21/08/2023 às 11:32
A recente descoberta de uma vasta reserva de petróleo realizada pela Guiana localizada na Margem Equatorial chama a atenção da indústria global de energia. Por outro lado, a Petrobras ainda necessita da aprovação do Ibama para explorar a região.
Foto: Exxon
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A recente descoberta de uma vasta reserva de petróleo realizada pela Guiana localizada na Margem Equatorial chama a atenção da indústria global de energia. Por outro lado, a Petrobras ainda necessita da aprovação do Ibama para explorar a região.

Na última década, a região da Guiana tem estado no centro das atenções devido a uma descoberta impressionante: uma reserva de petróleo na Margem Equatorial que atingiu a marca de 11 bilhões de barris. Isso representa um marco significativo, equivalendo a aproximadamente 75% da reserva total de petróleo do Brasil, que engloba tanto o Pré-sal quanto todas as bacias produtoras. A Guiana, que já extrai 375 mil barris por dia, demonstrou um potencial surpreendente na exploração de petróleo, enquanto o país vizinho, o Suriname, identificou uma reserva de mais de 4 bilhões de barris, mas ainda não deu início à exploração comercial desse recurso valioso. Além disso, há também a Petrobras, que possui interesse em explorar a região, mas aguarda o aval do Ibama para isso.

Descoberta histórica coloca Guiana à frente na corrida pelo petróleo, enquanto Suriname também desponta no cenário petrolífero

Há cerca de oito anos, a Guiana lançou-se na busca pelo “ouro negro” em águas profundas, estendendo seus esforços da Margem Equatorial até o Rio Grande do Norte, no Brasil.

Atualmente, a Guiana lidera os esforços exploratórios nessa região e já leiloou concessões para 42 blocos destinados à exploração de petróleo.

No entanto, um desafio persistente tem sido a obtenção do licenciamento ambiental necessário para conduzir as pesquisas de maneira eficaz e sustentável.

O Poder360 relatou que o Suriname entrou na corrida do petróleo em 2020, e em apenas três anos conseguiu estabelecer um potencial de extração de 4 bilhões de barris, representando cerca de 27% das reservas do Brasil.

Paralelamente, ambos os países enfrentaram desafios semelhantes em termos de aprovação regulatória, construção de plataformas, licenciamento ambiental e contratação de recursos.

O Suriname está programado para iniciar operações em sua primeira plataforma somente em 2025, enquanto a Guiana, que começou a extração em 2019, atualmente produz 375 mil barris por dia por meio de duas plataformas.

O país planeja adicionar mais duas unidades até 2025, com a ambiciosa meta de elevar a produção para 1,2 milhão de barris diários até 2027, em comparação com a produção de junho de 2023 no Brasil, que atingiu 3,2 milhões de barris por dia.

Dentro do cenário brasileiro, a Margem Equatorial é uma área de grande potencial.

Composta por cinco bacias sedimentares — Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar — essa região já concedeu 42 blocos para exploração, o que atraiu investimentos de até R$ 11 bilhões para os próximos cinco anos.

O processo, no entanto, está sujeito à aprovação dos licenciamentos ambientais, um fator crucial para o equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação do meio ambiente.

Potencial da Margem Equatorial brasileira atrai investimentos, mas desafios ambientais e aprovação do Ibama dificultam

Recentemente, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou à Petrobras a licença ambiental para perfurar poços no bloco FZA-M-59, localizado na Bacia da Foz do Amazonas, questionando a capacidade da empresa de lidar com vazamentos.

A Petrobras, que planeja investir US$ 6 bilhões na exploração de petróleo no Brasil até 2026, com quase metade desse valor destinado à Margem Equatorial, aguarda a análise de novos documentos enviados ao órgão regulador.

Além da Petrobras, outras 13 empresas também desempenham um papel na Margem Equatorial brasileira, algumas como operadoras e outras com participações minoritárias nas concessões.

Entre elas, destaca-se a Shell, que opera dez blocos, e as empresas brasileiras Enauta e Prio (PetroRio), que contribuem para a dinâmica dessa importante região em ascensão no setor de petróleo.

O cenário da Margem Equatorial é um reflexo do potencial econômico e ambientalmente sensível que as descobertas de petróleo representam.

Enquanto a Guiana e o Suriname buscam desvendar suas reservas, o Brasil enfrenta desafios regulatórios e ambientais, equilibrando a busca por riqueza e crescimento com a necessidade de preservar o ecossistema marinho único.

O futuro da exploração de petróleo na Margem Equatorial promete moldar a indústria energética da região e, possivelmente, impactar as economias globais.

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Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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