Engenharia chinesa é acusada por queda de prédio novo em Bangkok durante terremoto sentido em março. Falhas na construção (‘Tofu-Dreg’) seriam a causa real, não apenas o abalo sísmico.
Um terremoto ocorrido em Mianmar em março de 2025 foi sentido com força em Bangkok, capital da Tailândia. Enquanto muitos prédios balançaram mas resistiram, um edifício novo, ainda em construção, desabou completamente. O incidente levantou sérias acusações contra a qualidade da engenharia chinesa, responsável pela obra, ligando o colapso ao fenômeno conhecido como “Tofu-Dreg”.
Terremoto em Mianmar atinge Bangkok; prédio novo desaba
O terremoto com epicentro em Mianmar, ocorrido em 27 de março de 2025, causou tremores significativos na relativamente distante Bangkok. Vídeos mostraram prédios altos balançando e objetos caindo. No entanto, a maioria das construções modernas da cidade, preparadas para atividade sísmica, permaneceu de pé. A exceção foi um prédio recém-construído, ainda em fase de obras, que ruiu de forma espetacular durante os tremores, causando mortes entre os trabalhadores presentes.
Acusações de ‘Tofu-Dreg’: a suspeita recai sobre a engenharia chinesa
O fato de um prédio novo desabar enquanto outros resistiram gerou suspeitas imediatas. As atenções se voltaram para a construtora, a estatal chinesa CRC10 (China Railway Number 10 Engineering Company). A obra fazia parte da iniciativa “Belt and Road” (Nova Rota da Seda) da China e seria destinada a um órgão do governo tailandês.
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Rapidamente surgiram acusações de que a queda foi um exemplo de “Tofu-Dreg”. Este é um termo popular na China para descrever obras de engenharia malfeitas, com materiais de baixa qualidade, que desmoronam facilmente.
Evidências e alegações de falhas na construção
As suspeitas sobre a engenharia chinesa foram reforçadas por alguns fatos. Logo após o colapso, trabalhadores chineses teriam sido vistos retirando documentos da obra apressadamente. Isso levantou questões sobre o que tentavam esconder. Investigações preliminares e observações dos escombros, segundo a fonte, apontam para graves falhas construtivas.
Alega-se o uso de vergalhões de aço de qualidade duvidosa ou falsificados. Há indicações de que o concreto não aderiu corretamente ao aço, sugerindo problemas na concretagem ou no tempo de cura. O projeto também estaria atrasado, o que pode ter levado à pressa e ao uso de materiais inadequados.
Engenharia chinesa em xeque: outros casos e alerta para o Brasil
A construtora chinesa CRC10, responsável pelo prédio que caiu, estaria envolvida em outros projetos na Tailândia com problemas estruturais, muitos ligados à Rota da Seda. A fonte cita ainda o exemplo de uma usina hidrelétrica no Equador, construída por um consórcio chinês, que apresentou inúmeras falhas.
Esses casos levantam questionamentos sobre os padrões da engenharia chinesa em projetos internacionais. O alerta se estende ao Brasil, onde diversas empresas de engenharia chinesa atuam, mesmo o país não fazendo parte oficial da Rota da Seda.
Terremoto foi o gatilho, mas construção falha seria a causa real
A conclusão que emerge das informações apresentadas é que o terremoto de Mianmar foi o gatilho, mas não a causa fundamental do colapso. A verdadeira causa seria a má qualidade da construção, resultado de práticas inadequadas atribuídas à engenharia chinesa “Tofu-Dreg”.
O prédio não possuía as características necessárias para suportar um abalo sísmico que outras construções resistiram. A queda antes da ocupação total do edifício, embora trágica pelas mortes ocorridas, evitou um desastre de proporções ainda maiores.