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Energia solar mais cara: mudanças na China podem elevar preços de equipamentos e armazenamento

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 03/10/2025 às 08:25
Técnico com capacete laranja e uniforme amarelo ajustando painéis solares em telhado.
Profissional realiza manutenção em painéis solares utilizando equipamentos de proteção individual, como capacete e uniforme de segurança.
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Entenda como políticas chinesas devem tornar a energia solar mais cara, elevando os custos de módulos e sistemas de armazenamento globalmente.

Nos últimos anos, a energia solar se tornou uma das fontes de eletricidade mais competitivas e promissoras do mundo.
Além disso, a expansão global da energia fotovoltaica permitiu que desenvolvedores, empresas e até consumidores residenciais tivessem acesso a sistemas mais eficientes e econômicos.

Entretanto, um novo cenário começa a se desenhar, indicando que a energia solar mais cara pode se tornar uma realidade nos próximos anos.
De fato, a principal razão para essa mudança envolve decisões políticas da China, maior produtora mundial de equipamentos solares e sistemas de armazenamento.

Historicamente, a China desempenhou um papel decisivo na democratização da energia solar.
Entre 2010 e 2024, o país investiu fortemente na produção de módulos fotovoltaicos e baterias, ampliando significativamente a capacidade instalada.

Como resultado, os preços globais desses equipamentos caíram drasticamente, beneficiando projetos em praticamente todos os continentes.

Consequentemente, esse período de preços baixos permitiu que a energia solar se tornasse acessível a grandes investidores e consumidores comuns. Isso acelerou, assim, a transição para fontes de energia limpa.

No entanto, relatórios recentes da consultoria Wood Mackenzie indicam que essa era de preços historicamente baixos está chegando ao fim.
Além disso, mudanças na política chinesa, combinadas com ajustes na produção e no setor fiscal, devem elevar significativamente os custos dos módulos solares e sistemas de armazenamento.

Portanto, o impacto atingirá globalmente os mercados, já que a China produz mais de 80% dos módulos solares e cerca de 90% das baterias de lítio-ferro-fosfato.
Além disso, a crescente demanda internacional por energia limpa pressiona ainda mais os preços.

Por exemplo, países que adotaram metas ambiciosas de descarbonização expandem investimentos em parques solares e soluções de armazenamento, sobrecarregando a cadeia de suprimento global.
Dessa forma, a combinação desses fatores cria um cenário em que a energia solar mais cara se torna inevitável, obrigando o setor a se adaptar rapidamente.

Consolidação da indústria e aumento do polissilício

Um dos principais motivos para a elevação dos preços envolve a consolidação da indústria de polissilício, material essencial na fabricação de células fotovoltaicas.
Nos últimos anos, a China ampliou rapidamente a capacidade de produção de polissilício, gerando excesso de oferta e, consequentemente, uma guerra de preços entre fabricantes.

Assim, esse cenário reduziu drasticamente as margens e, em alguns casos, causou prejuízos financeiros.
Para estabilizar o setor, o governo chinês limitou a expansão da capacidade e reduziu as taxas de utilização das fábricas, elevando os preços do polissilício em quase 50% em apenas um mês de 2025.

Portanto, esse ajuste estrutural mostra que o aumento da energia solar mais cara não representa um evento temporário, mas sim uma correção necessária para manter a sustentabilidade do mercado.

Outro elemento que pressiona os preços consiste na redução da produção de equipamentos solares e de armazenamento.
Além disso, a China desativou linhas antigas de produção, especialmente de células PERC, e limitou a operação das fábricas mais antigas a cerca de 55-70% da capacidade.

Dessa forma, essa diminuição afeta toda a cadeia de valor, do polissilício aos módulos completos, e contribui diretamente para o aumento dos custos.
Além disso, a dependência de tecnologias específicas para baterias e módulos cria desafios adicionais.

Por exemplo, produzir equipamentos modernos exige investimentos altos em pesquisa e desenvolvimento, refletindo nos preços finais.
Consequentemente, desenvolvedores que planejavam projetos baseados em preços reduzidos agora precisarão revisar suas estratégias e orçamentos.

Impacto fiscal e elevação de custos globais

Mudanças fiscais também influenciam a tendência de alta.
De fato, a partir do quarto trimestre de 2025, o governo chinês eliminará o reembolso de 13% do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) sobre exportações de módulos solares e sistemas de armazenamento.

Historicamente, esse incentivo fiscal permitiu que fabricantes chineses oferecessem preços muito competitivos no mercado internacional.
Sem o reembolso, os custos de aquisição de equipamentos aumentarão significativamente para os países importadores.

Portanto, nos Estados Unidos e em outras regiões que dependem fortemente de produtos chineses, os projetos solares terão de absorver essas despesas adicionais, elevando ainda mais a percepção de energia solar mais cara.

Embora esses fatores representem desafios, especialistas destacam que o cenário também traz oportunidades para o setor.
De fato, a correção de preços permite que fabricantes invistam novamente em inovação e tecnologia, garantindo maior qualidade e eficiência nos equipamentos produzidos.

Para os desenvolvedores, a mudança exige planejamento mais cuidadoso e negociação de contratos, mas também fortalece a sustentabilidade de longo prazo da indústria.
Além disso, o aumento de preços pode incentivar a pesquisa em novas soluções de armazenamento, como baterias de fluxo e tecnologias híbridas.

Essas soluções ajudam a reduzir custos e melhorar a durabilidade dos sistemas.
Assim, esse tipo de inovação será fundamental para manter a competitividade do setor frente a desafios estruturais e regulatórios.

Portanto, ao final, a tendência é que a energia solar continue a crescer de forma estruturada, ainda que com custos mais elevados no curto prazo.

Contexto histórico e ciclos de preços

A história da energia solar mostra que os preços não permanecem estáticos por longos períodos.
Desde os primeiros módulos comerciais nos anos 1970, a indústria passou por ciclos de alta e baixa, sempre influenciados por avanços tecnológicos, políticas governamentais e dinâmicas de oferta e demanda.

Assim, a atual elevação dos preços reflete um momento de ajuste estrutural, semelhante ao que ocorreu em outras fases históricas, quando o setor precisou se reorganizar para continuar crescendo de forma saudável.

Além disso, a concentração da produção em um único país evidencia a importância de diversificação nas cadeias de suprimento.
Dessa forma, países e empresas que dependem exclusivamente de produtos chineses ficam mais vulneráveis a mudanças políticas e econômicas.

Consequentemente, esse cenário reforça a necessidade de investir em soluções locais, parcerias estratégicas e tecnologias alternativas, tornando o mercado mais resiliente e competitivo.
Além disso, a tendência de alta incentiva governos e empresas a considerar políticas de incentivo à produção interna e ao desenvolvimento de tecnologia nacional.

Dessa forma, fortalece-se ecossistemas locais de energia renovável e reduz-se a vulnerabilidade a flutuações internacionais.

Implicações para novos projetos e perspectivas de longo prazo

Na prática, o aumento da energia solar mais cara afetará principalmente novos projetos e contratos firmados após a implementação das medidas chinesas.
Além disso, desenvolvedores que já possuem acordos anteriores podem manter preços mais baixos, mas aqueles que buscam equipamentos para produção futura precisarão considerar o impacto das novas tarifas e limites de produção.

Dessa forma, essa realidade exige planejamento financeiro mais rigoroso, análise de fornecedores alternativos e atenção constante às tendências globais de mercado.
Por outro lado, a perspectiva de longo prazo continua positiva.

De fato, a demanda por energia limpa e renovável cresce de forma consistente, impulsionada por compromissos climáticos, metas de descarbonização e avanços tecnológicos.
Mesmo com preços mais altos, a energia solar continua sendo uma das opções mais viáveis para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e mitigar impactos ambientais.

Assim, a mudança nos custos deve ser vista como parte de um processo de amadurecimento do setor, que busca equilibrar crescimento, inovação e sustentabilidade econômica.
Além disso, o aumento de custos incentiva a adoção de práticas mais eficientes, como o uso de sistemas fotovoltaicos integrados à rede, armazenamento inteligente e otimização da manutenção.

Dessa forma, esses ajustes permitem que projetos mantenham a rentabilidade mesmo diante da elevação da energia solar mais cara.

Ajuste estrutural e oportunidades para o setor

Em conclusão, a elevação dos preços de módulos solares e sistemas de armazenamento reflete uma mudança estrutural no mercado global de energia solar.
De fato, as políticas chinesas, a consolidação da indústria, os cortes de produção e a retirada de incentivos fiscais moldam um novo cenário, no qual a energia solar mais cara se tornará inevitável.

Embora isso represente desafios para desenvolvedores e investidores, também oferece oportunidades para inovação, planejamento estratégico e fortalecimento da indústria a longo prazo.
Dessa forma, compreender essa dinâmica histórica e econômica ajuda qualquer pessoa envolvida no setor de energia limpa a tomar decisões conscientes e sustentáveis.

Além disso, a energia solar continua sendo uma fonte vital para o futuro energético do planeta.
O aumento de preços, longe de ser um retrocesso, sinaliza maturidade e ajuste necessário para que a indústria prospere de maneira estruturada, garantindo que os próximos anos tragam crescimento, inovação e maior estabilidade no fornecimento global de equipamentos e sistemas de armazenamento.

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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