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Com energia solar e foco na preservação ambiental, o projeto BeeVolt, desenvolvido pela EDP em parceria com a Bee2Be e a ONG Orientavida, completa um ano unindo tecnologia limpa, capacitação comunitária e proteção das abelhas nativas em Roseira (SP).
O projeto BeeVolt, uma iniciativa da EDP em parceria com a startup Bee2Be e a ONG Orientavida, completa um ano neste mês, marcando também o Dia Nacional de Preservação das Abelhas. O programa combina energia solar, agricultura sustentável e preservação ambiental, transformando a Usina Solar de Roseira (SP) em um polo de inovação socioambiental, conforme noticiado nesta segunda, 06. A proposta agrivoltaica — que une geração solar com atividades agrícolas — abriga colmeias de abelhas nativas sem ferrão e promove educação ambiental, renda e inclusão social.
Expansão das colmeias e fortalecimento da biodiversidade
Inicialmente com 20 enxames, cada um contendo cerca de 600 abelhas, o BeeVolt já conta hoje com 48 colmeias e tem meta de alcançar 100 até abril de 2026. Além da produção de energia solar limpa, o projeto protege espécies ameaçadas e incentiva a polinização natural, beneficiando diretamente a biodiversidade local.
O destaque é para a abelha Mandaçaia (Melipona quadrifasciata anthidioides), espécie nativa sem ferrão em risco de extinção. Consideradas fundamentais para o equilíbrio ecológico, essas abelhas são responsáveis por cerca de 80% da polinização das plantas da região, incluindo árvores e frutas típicas como jabuticabeiras, uvaia, pitangueiras e araçá. Desde o início do projeto, estima-se que aproximadamente 630 hectares já tenham sido polinizados em Roseira e arredores.
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Abelhas como aliadas contra as mudanças climáticas
“Em tempos de mudanças climáticas, as abelhas tornam-se ainda mais relevantes. Como polinizadoras, garantem a regeneração de espécies vegetais nativas e fortalecem os ecossistemas. É por isso que esta colaboração com a EDP é tão valiosa: ao integrar a criação de abelhas sem ferrão às usinas solares, promovemos um efeito construtivo sobre o meio ambiente e o entorno social”, explica Vitor Costa, fundador da Bee2Be.
Um dos pilares do BeeVolt é o impacto social. Em março de 2025, sete moradores da região receberam treinamento em meliponicultura, manejo de colônias, confecção de ninhos-isca, biologia das abelhas e legislação sobre meliponários. O curso envolveu mulheres em situação de vulnerabilidade social e pessoas neurodivergentes, ampliando a inclusão e o acesso a novas oportunidades de renda.
Quatro das colmeias foram direcionadas à ONG Orientavida, que hoje mantém nove enxames ativos. A expectativa é que, nos próximos meses, a produção de mel e geoprópolis se torne fonte de renda para a comunidade local, fortalecendo o desenvolvimento econômico sustentável.
Energia solar beneficiando famílias e comunidades
Instalado na Usina Solar de Roseira, o BeeVolt é mais do que um projeto ambiental: trata-se de uma iniciativa de transformação social. A usina, inaugurada em fevereiro de 2024, possui capacidade de 75 kW — energia suficiente para abastecer cerca de 154 famílias na Favela dos Sonhos, em Ferraz de Vasconcelos (SP). A distribuição ocorre por meio de créditos de energia, garantindo economia direta nas contas de luz.
Entre março de 2024 e agosto de 2025, as famílias participantes já economizaram mais de R$ 110 mil, resultado de um investimento superior a R$ 500 mil da EDP, em parceria com a ONG Gerando Falcões.
“O projeto une preservação ambiental e transformação social, reforçando o compromisso da empresa com o desenvolvimento das comunidades onde está presente e com a transição energética justa. Trata-se de uma usina solar que beneficia a comunidade em diferentes esferas, seja por meio da geração de energia renovável, da proteção e incremento à biodiversidade da região e, também, pela conscientização, educação ambiental e geração de renda”, afirma Dominic Schmal, diretor de ESG da EDP na América do Sul.
Modelo global de replicabilidade sustentável
O BeeVolt faz parte do programa internacional Y.E.S. (You Empower Society), que reúne mais de 500 projetos sociais da EDP em diversos países. Um exemplo similar é o Solar Solidário, em Portugal, que leva energia solar e eletrodomésticos eficientes a famílias de baixa renda no bairro da Cova da Moura, em Lisboa.
Com a união entre energia solar, proteção ambiental e empoderamento social, o projeto de Roseira mostra como a transição energética pode ir muito além da geração de eletricidade, servindo de modelo replicável para comunidades no Brasil e no mundo.
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