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Energia eólica enfrenta corte por excesso de produção e falhas na transmissão; prejuízos ultrapassam R$ 1 bilhão

Escrito por Rannyson Moura
Publicado em 07/11/2025 às 10:41
O Brasil registrou em outubro um corte de 37% na geração de energia eólica e solar, o terceiro mês seguido de redução. O excesso de produção e a falta de infraestrutura elétrica causaram prejuízos de mais de R$ 1 bilhão ao setor.
O Brasil registrou em outubro um corte de 37% na geração de energia eólica e solar, o terceiro mês seguido de redução. O excesso de produção e a falta de infraestrutura elétrica causaram prejuízos de mais de R$ 1 bilhão ao setor.
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O Brasil registrou em outubro um corte de 37% na geração de energia eólica e solar, o terceiro mês seguido de redução. O excesso de produção e a falta de infraestrutura elétrica causaram prejuízos de mais de R$ 1 bilhão ao setor.

O mês de outubro trouxe números preocupantes para o setor de energia eólica no Brasil. Segundo relatório da consultoria Volt Robotics, com base em dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), houve uma redução de 37% na capacidade de geração das usinas eólicas e solares. O corte representou um prejuízo estimado em R$ 1,1 bilhão, marcando o terceiro mês consecutivo de perdas significativas no setor.

A situação é resultado direta do fenômeno conhecido como curtailment, que ocorre quando há excesso de energia gerada e o sistema elétrico precisa limitar a produção para evitar sobrecargas. O ONS, responsável pelo equilíbrio entre oferta e demanda, precisou intervir diante do alto volume de eletricidade produzido, principalmente em regiões com forte incidência de vento e sol.

Perdas bilionárias e impacto na matriz eólica

No total, as usinas eólicas deixaram de gerar quase 4.600 GWh em outubro — um volume expressivo que resultou em perdas de R$ 741 milhões. Já as usinas solares também sofreram cortes de 37%, deixando de produzir 1.300 GWh e acumulando prejuízos de R$ 192 milhões.

Somando as duas fontes, o Brasil deixou de aproveitar cerca de 5.900 GWh de energia limpa no período. O resultado reforça um problema estrutural que vem se agravando ao longo de 2025, com cortes que já atingem 20,4% da produção potencial acumulada entre janeiro e outubro.

Esse cenário preocupa o setor, uma vez que o país é reconhecido mundialmente pela expansão rápida da energia eólica e solar, ambas pilares essenciais para a transição energética e para o cumprimento das metas de redução de carbono.

Estados mais afetados e gargalos na infraestrutura

Os estados mais prejudicados com o corte na geração foram Rio Grande do Norte, que lidera o ranking com 43,8% de redução, seguido por Ceará (34,9%) e Minas Gerais (30,8%). Essas regiões concentram grande parte dos parques eólicos e solares do país, localizados em áreas estratégicas para o aproveitamento dos ventos e da radiação solar.

Entretanto, a falta de linhas de transmissão adequadas tem dificultado o escoamento da energia gerada. O sistema elétrico brasileiro, segundo especialistas, ainda não está totalmente preparado para lidar com a intermitência e a intensidade de geração das fontes renováveis. Assim, quando há uma alta produção, é necessário reduzir temporariamente o fornecimento para manter o equilíbrio da rede.

Crescimento da microgeração e desequilíbrio no sistema elétrico

Outro fator que agrava o cenário é o avanço acelerado da micro e minigeração distribuída — sistemas de painéis solares instalados em telhados de residências e pequenas propriedades. Embora sejam fundamentais para democratizar o acesso à energia limpa, esses sistemas não são controlados diretamente pelo ONS, o que pode levar a um excesso de oferta nos horários de pico solar.

Em períodos de alta geração, especialmente entre o final do inverno e o início da primavera, o país enfrenta situações de sobrecarga semelhantes à de agosto, quando o setor elétrico quase sofreu um colapso momentâneo devido ao volume elevado de energia eólica e solar.

A expansão das fontes renováveis no Brasil segue em ritmo acelerado, mas o recente corte na geração evidencia a necessidade de investimentos urgentes em infraestrutura de transmissão e planejamento integrado. O desafio agora é garantir que a energia limpa produzida chegue ao consumidor final, sem prejuízos e sem desperdício de potencial renovável.

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Rannyson Moura

Graduado em Publicidade e Propaganda pela UERN; mestre em Comunicação Social pela UFMG e doutorando em Estudos de Linguagens pelo CEFET-MG. Atua como redator freelancer desde 2019, com textos publicados em sites como Baixaki, MinhaSérie e Letras.mus.br. Academicamente, tem trabalhos publicados em livros e apresentados em eventos da área. Entre os temas de pesquisa, destaca-se o interesse pelo mercado editorial a partir de um olhar que considera diferentes marcadores sociais.

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