Com financiamento do diretor de ‘O Senhor dos Anéis’, a Colossal Biosciences anunciou seu plano mais recente: a empresa quer ressuscitar a ave gigante moa, extinta há 600 anos, mas cientistas alertam para os riscos.
A Colossal Biosciences, uma empresa de biotecnologia conhecida por seus ambiciosos projetos de “desextinção”, anunciou seu mais novo alvo: a moa. A notícia de que a empresa quer ressuscitar a ave gigante, que podia atingir mais de três metros de altura, reacendeu o debate sobre os limites da ciência e da ética. O projeto, que parece saído de um filme de ficção científica, conta com um investidor de peso e uma metodologia inovadora.
A iniciativa, no entanto, não é um consenso na comunidade científica. Enquanto alguns veem a possibilidade de corrigir erros do passado e restaurar ecossistemas, outros alertam para os riscos imprevisíveis de reintroduzir uma espécie extinta na natureza e para o perigo de desviar o foco da conservação de animais que ainda lutam para sobreviver.
Como a empresa quer ressuscitar a ave gigante?
O plano da Colossal Biosciences é uma jornada complexa de engenharia genética. O processo para trazer a moa de volta à vida se baseia em tecnologia de ponta e em uma parceria com o Centro de Pesquisa Ngāi Tahu, da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia.
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O passo a passo do projeto inclui:
Coleta de DNA antigo: cientistas irão analisar fósseis bem preservados da moa para extrair e sequenciar seu genoma completo.
Edição genética: com o genoma da moa mapeado, eles irão comparar com o de seu parente vivo mais próximo, a ema. Usando a tecnologia CRISPR, eles editarão os genes da ema para que correspondam aos da moa.
Incubação e nascimento: o embrião geneticamente modificado será incubado, com a expectativa de que nasça um filhote com as características da moa.
Reintrodução na natureza: após o nascimento, os animais serão criados em cativeiro e, posteriormente, soltos em “locais de renaturalização” — áreas controladas na Nova Zelândia.
A empresa, sediada no Texas, estima que o projeto pode levar de cinco a dez anos para apresentar os primeiros resultados concretos.
É um investimento milionário
Por trás da ambição científica, há uma figura de Hollywood. O cineasta Peter Jackson, diretor da saga “O Senhor dos Anéis”, é um dos principais investidores do projeto. Neozelandês e um colecionador apaixonado por ossos de moa, Jackson aportou mais de US$ 15 milhões (cerca de R$ 83 milhões) na iniciativa.
Sua participação não apenas viabilizou financeiramente o projeto, mas também trouxe um enorme apelo popular e cultural, especialmente na Nova Zelândia, onde a moa faz parte da mitologia e da história do povo Maori.
Um projeto que divide a comunidade científica
Apesar do entusiasmo, a notícia de que a empresa quer ressuscitar a ave gigante foi recebida com ceticismo por parte de muitos especialistas. O ecologista Stuart Pimm, da Universidade Duke, que não está envolvido no projeto, levantou questões cruciais sobre a viabilidade e os riscos da iniciativa.
“É possível devolver uma espécie à natureza depois de exterminá-la?”, questionou Pimm, que considera “extremamente improvável” que a reintrodução seja feita de forma significativa e segura. Ele alerta que a moa, com seus mais de três metros de altura, seria um animal potencialmente perigoso.
As principais críticas ao projeto são:
Riscos ecológicos: a reintrodução de uma espécie extinta há 600 anos em um ecossistema que já mudou pode causar desequilíbrios imprevisíveis.
Questões éticas: muitos cientistas argumentam que os recursos e a atenção dedicados a projetos de “desextinção” seriam mais bem empregados na conservação de espécies que estão atualmente à beira da extinção.
Outros projetos de desextinção da Colossal
A moa não é o primeiro animal na mira da Colossal. A empresa já trabalha em outros projetos igualmente ambiciosos, mostrando que seu objetivo é criar uma plataforma para reverter a extinção.
Em abril de 2025, a empresa anunciou o nascimento dos primeiros filhotes de lobo-terrível (dire wolf), uma espécie extinta há cerca de 10 mil anos, recriados a partir de DNA de fósseis. Antes disso, em março, revelou a criação de um “camundongo-lanoso”, um roedor geneticamente modificado com características do mamute-lanoso, outro passo em direção à ressurreição do gigante da Era do Gelo.
O que você acha da ideia de trazer animais extintos de volta à vida? É um avanço científico fascinante ou um risco desnecessário para o planeta? Deixe sua opinião nos comentários!