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Empresa desenvolve dispositivo 100% nacional e coloca Brasil na vanguarda da tecnologia militar

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 02/09/2023 às 14:23
Empresa desenvolve dispositivo 100% nacional e coloca Brasil na vanguarda da tecnologia militar
Foto: Divulgação

O exército brasileiro acaba de receber uma nova tecnologia militar totalmente nacional. Trata-se de um novo dispositivo térmico capaz de ser acoplado em capacetes, fuzis e metralhadoras.

O Exército Brasileiro recebeu a entrega do lote-piloto do Monóculo de Imagem Térmica OLHAR, representando assim um marco para a base industrial de Defesa e Segurança do país. Fabricado pela OPTO Space & Defense, empresa do Grupo AKAER, com tecnologia totalmente brasileira, o equipamento entrega o mais avançado em microeletrônica, óptica e mecânica de precisão para atender aos rigorosos requisitos operacionais e técnicos do Sistema Combatente Brasileiro (COBRA).

Terceira fase da iniciativa de tecnologia militar é encerrada

O OLHAR é responsável por captar a emissão térmica dos corpos e pode ser utilizado para localizar pessoas, animais e objetos quentes mesmo em condições adversas de ausência de luz, poeira, fumaça e nevoeiro, além de elementos de camuflagem.

Devido a suas dimensões menores, o dispositivo entregue ao exército brasileiro pode ser operado de forma manual ou acoplado a capacetes, metralhadoras e fuzis. A nova tecnologia militar conta, ainda, com a possibilidade de troca de lentes para realizar disparos de alta precisão.

De acordo com o Exército Brasileiro em comunicado oficial, a produção do lote-piloto do Monóculo OLHAR é um marco essencial no avanço de equipamentos de imagem térmica no Brasil, mostrando que tanto a indústria nacional quanto o Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação do Exército (SCTIEx) possui plenas condições de prover a Força Terrestre com Sistemas e Materiais de Emprego Militar de ótima qualidade.

Já de acordo com o CEO do Grupo AKAER, Cesar Silva, a nova tecnologia militar permite ajuste para otimização da imagem de acordo com as características de cada local, entregando ao Exército Brasileiro as melhores condições de visibilidade em atividade. O executivo destaca que, para a empresa, é motivo de orgulho estar à frente de um projeto deste tamanho.

Projeto está em desenvolvimento desde 2019

Em julho deste ano, militares do Centro Tecnológico do Exército (CTEx) realizaram o recebimento do lote-piloto de 21 unidades do monóculo, finalizando a terceira fase do projeto, que começou em 2019. As duas etapas anteriores compreenderam a produção e a avaliação dos protótipos.

Segundo o Exército Brasileiro, a fase de testes mostrou que o equipamento alcança distâncias de detecção, reconhecimento e identificação, compatíveis com os melhores monóculos termais do mercado. A quarta e última etapa, que já está em andamento, consiste na avaliação do lote-piloto.

O OLHAR compõe a segunda geração de monóculos desenvolvidos pelo Grupo AKAER com tecnologia totalmente nacional. Esta é uma evolução do OLHAR VND-X1, que começou a ser construído em 2007 para um projeto de desenvolvimento do CTEx e teve subvenção da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), empresa pública de incentivo à inovação, ciência e tecnologia.

Em 2019, o equipamento evoluiu para a atual versão com melhorias de várias funcionalidades, tornando-se mais leve, menor e com melhora na resolução, além de outras inovações.

Entenda como funciona a imagem térmica

As ondas infravermelhas têm usos muito comuns, incluindo controle remoto, lâmpadas de calor e geração de imagens da Terra. Eles também são comumente utilizados por caçadores e também por militares e policiais.

É importante destacar que a imagem térmica não consegue ver as pessoas por meio das paredes. Só é possível detectar coisas em sua linha de visão que emitem calor. Também não é possível ser utilizado para detectar se um suspeito está carregando armas em algum lugar do corpo.

Ele pode ser utilizado para ver as pessoas no escuro e detectar bem outras fontes de calor. Uma câmera de imagem térmica possui uma lente exclusiva que possibilita que a energia infravermelha passe por ela. Em seguida, a luz de foco alcança um sensor que faz a varredura das informações e desenha em vários milhares de pontos no campo de visão. 

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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