O estudo da Embrapa apresenta o maior raio‑x de solos do Brasil em Mato Grosso do Sul, com mapeamento de mais de 3.500 amostras. Entenda os impactos para produtores, meio ambiente e planejamento agrícola.
Mato Grosso do Sul acaba de ganhar o maior raio‑x de solos já realizado no Brasil, com diagnóstico detalhado conduzido pela Embrapa em parceria com o governo estadual. A apresentação ocorreu no dia 9 de outubro de 2025 em Campo Grande, no auditório da Famasul.
O estudo foi elaborado pela Embrapa Solos (RJ) com a SEMADESC e envolveu análise de mais de 3.500 pontos de amostragem e 3.000 perfis de solo em todo o estado.
O trabalho tem como objetivo mapear aptidões agrícolas, vulnerabilidades ambientais e suportar decisões para uso sustentável da terra.
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O que é esse “raio‑x de solos” e por que é importante
Esse diagnóstico é, na prática, um zoneamento agroecológico que integra dados físicos, químicos e biológicos do solo.
É chamado de “maior raio‑x de solos do Brasil” pela amplitude do levantamento no estado.
Com ele, se melhora o entendimento da aptidão da terra, das regiões com riscos de erosão ou degradação, e das zonas mais propícias para culturas específicas.
Como foi realizado o estudo da Embrapa e sua amplitude
O levantamento foi dividido em três fases, passando por 11, 22 e 46 municípios em etapas sucessivas.
A planície pantaneira foi excluída por se tratar de área de preservação ambiental.
Foram abertas análises de perfil de solo, testes de infiltração de água e coleta em milhares de pontos.
As amostras foram analisadas em laboratórios da Embrapa Solos (RJ) e da Esalq/USP.
Resultados principais do maior raio‑x de solos no MS
O estado possui aproximadamente 234 mil km² aptos para uso agropecuário, cerca de 65% da área total estadual.
Nas áreas mapeadas, identificaram-se zonas agroecológicas, restrições ambientais, disponibilidade hídrica e aptidão para culturas diversas.
Foram mapeadas culturas como soja, milho, trigo, arroz, cana, grãos e forrageiras.
O estudo também identificou fragilidades ambientais, como suscetibilidade à erosão ou degradação.
Quem participou e qual o papel da Embrapa
O diagnóstico foi resultado de cooperação entre SEMADESC (Secretaria de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia do MS) e Embrapa Solos (RJ).
Durante o evento, estiveram presentes autoridades estaduais, representantes da agricultura, técnicos, pesquisadores e produtores.
A chefe de pesquisa da Embrapa Solos, Cláudia Pozzi Jantalia, destacou que o estado agora dispõe do maior volume de dados de solo do Brasil.
Segundo ela:
“Este estudo… resultou em Mato Grosso do Sul como o estado com o maior volume de dados sobre solos do Brasil.”
Impactos esperados para produtores e planejamento
Segurança para investimentos agrícolas
Produtores poderão consultar mapas de aptidão do solo antes de escolher áreas para expansão.
Conservação ambiental e manejo sustentável
Com a identificação de zonas com risco de degradação, será possível antecipar ações de preservação.
Apoio à assistência técnica
A Embrapa reforça que é fundamental capacitar técnicos para repassar o conhecimento aos produtores.
A chefe de pesquisa afirma que os técnicos devem compreender os processos de formação do solo.
Disponibilidade dos dados e acesso público
O zoneamento completo será disponibilizado no portal PronaSolos, programa da Embrapa Solos.
Também será acessível por meio da plataforma “MS em Mapas” e aplicativo com acesso off‑line.
Esses recursos permitirão que técnicos e produtores acessem mapas mesmo sem conexão constante.
Desafios e limitações do estudo da Embrapa
A vastidão territorial de Mato Grosso do Sul implica grande diversidade de solos, o que exige atualização contínua dos dados.
A exclusão da planície pantaneira limita a abrangência para algumas partes do ecossistema estadual.
Além disso, interpretar corretamente os mapas exige conhecimento técnico e cuidado para aplicação no campo.
Com o estudo que representa o maior raio‑x de solos do Brasil, o Mato Grosso do Sul dá um passo decisivo rumo ao uso mais racional e sustentável do solo.
A Embrapa, ao lado do governo estadual, construiu uma base de dados robusta, que deverá servir de referência para planejamento agrícola, conservação ambiental e segurança nos investimentos rurais.