Acordo de US$ 2,1 bilhões para 24 jatos E195-E2 impulsiona ações da Embraer, que recentemente saiu de lista de taxação de 50% dos EUA.
A Embraer anunciou um acordo histórico com o grupo Latam, avaliado em US$ 2,1 bilhões, para a aquisição de 24 aeronaves modelo E195-E2. O contrato, que ainda inclui opções de compra para mais 50 unidades, representa um fortalecimento significativo das operações regionais da companhia aérea e um impulso robusto para a indústria aeroespacial brasileira. As primeiras entregas estão programadas para o segundo semestre de 2026.
A notícia ganha ainda mais relevância no cenário internacional. Conforme informações da Agência Brasil, o anúncio ocorre após a Embraer conseguir escapar de um “tarifaço” de 50% que seria imposto pelos Estados Unidos, na gestão Trump, sobre produtos brasileiros. A fabricante foi incluída em uma lista de exceções no final de julho, livrando componentes chave de aviação da taxação e garantindo sua competitividade no mercado global.
Os detalhes do acordo Latam e o E195-E2
O modelo escolhido pela Latam, o Embraer E195-E2, é a maior aeronave da família E-Jets E2 e destaca-se pela alta eficiência de combustível e versatilidade operacional. Segundo Roberto Alvo, CEO do LATAM Airlines Group, a decisão foi estratégica. “A decisão do grupo LATAM é baseada na excelente eficiência do Embraer E195-E2 e sua versatilidade, que nos permitirão seguir em nossa trajetória de crescimento com rentabilidade”, afirmou Alvo em nota divulgada e repercutida pela Agência Brasil.
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Com essa aquisição, a Latam busca ampliar sua conectividade e abrir novos destinos. A aeronave tem capacidade de voo em escala continental, permitindo, por exemplo, ligar São Paulo a Lima, no Peru, com eficiência. Atualmente, o grupo Latam opera frotas majoritariamente da Boeing e Airbus; a adição dos jatos da Embraer diversifica suas operações de curta e média distância. A fabricante brasileira já é a principal fornecedora da Azul Linhas Aéreas, líder nesse segmento regional.
A tensão comercial e a exceção de Trump
O sucesso comercial do acordo bilionário quase foi ofuscado por barreiras comerciais significativas. Produtos da Embraer estavam originalmente na mira de uma pesada tarifa de 50% imposta pela administração Trump aos Estados Unidos sobre uma vasta gama de produtos brasileiros, o que poderia inviabilizar a competitividade dos jatos e componentes brasileiros no maior mercado do mundo.
No entanto, segundo a Agência Brasil, a fabricante brasileira conseguiu uma vitória crucial no final de julho. O governo dos EUA anunciou uma lista de aproximadamente 700 produtos que seriam considerados exceções à regra. Nesta lista constavam aeronaves, motores, peças e componentes de aviação, livrando efetivamente a Embraer e seus fornecedores da taxação punitiva e mantendo o caminho aberto para negociações robustas.
Impacto econômico e reação do governo
A reação ao acordo foi imediata, tanto no governo quanto no mercado financeiro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou o anúncio em suas redes sociais, destacando que a compra consolida a Embraer “como uma das maiores fabricantes de aeronaves do mundo e fortalece nossa indústria e nosso setor aéreo”. Lula enfatizou o potencial de “mais emprego, renda e desenvolvimento para o Brasil”.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, também citado pela Agência Brasil, detalhou o impacto na geração de empregos. Costa Filho estima que os investimentos irão gerar mais de 2 mil empregos diretos, além de impulsionar a conectividade na América do Sul. “Isso dialoga com o crescimento da aviação, com o fortalecimento do turismo de negócios e de lazer, que geram emprego e renda no Brasil”, afirmou o ministro em nota.
O veredito do mercado financeiro
O mercado financeiro reagiu com forte otimismo à dupla notícia: a isenção da tarifa americana e o contrato bilionário com a Latam. A confiança na saúde financeira e na carteira de pedidos (backlog) da Embraer foi refletida diretamente no pregão. As ações da companhia tiveram um dia de forte valorização.
Na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, os papéis da Embraer (EMBR3) fecharam com uma alta expressiva de 4,63%. O movimento positivo se repetiu no mercado internacional, onde a empresa também é listada. Na Bolsa de Nova York (NYSE), as ações subiram 4,02%. A compradora, Latam, também viu suas ações em Nova York avançarem 0,95%.
O cenário parece duplamente positivo para a Embraer: livrou-se de uma tarifa pesada e fechou um contrato bilionário. Mas qual o impacto real disso para o passageiro? Você acha que essa expansão da Latam com jatos brasileiros vai melhorar as rotas regionais onde você mora? Deixe sua opinião nos comentários, queremos saber como essa notícia afeta o seu dia a dia.