Exercício entre 3 e 9 de outubro reúne Exército, Marinha e FAB em Roraima e Amapá, ao mesmo tempo em que os EUA deslocam sete a oito navios de guerra e um submarino para o sul do Caribe, elevando tensões.
A Operação Atlas 2025 terá sua fase principal de 3 a 9 de outubro com a concentração de tropas em Boa Vista (RR) e ações também no Amapá, num esforço de prontidão e integração das Forças Armadas na Amazônia. Segundo o Ministério da Defesa e veículos nacionais, o exercício envolve cerca de 10 mil militares, configurando a maior concentração militar do país neste ano.
A mobilização coincide com a escalada entre Estados Unidos e Venezuela. Washington ampliou a presença naval no sul do Caribe, com sete a oito navios de guerra e um submarino nuclear, e confirmou ataques letais contra embarcações apontadas como envolvidas com o tráfico de drogas, o que elevou o alerta em Caracas.
No Brasil, a operação é coordenada pelo Ministério da Defesa e integra ações em múltiplos domínios — terrestre, fluvial, marítimo e aéreo — enfatizando logística na região amazônica, área crítica para a defesa e a soberania.
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Operação Atlas 2025: objetivos, fases e onde ocorre
A Atlas 2025 testa prontidão operacional, interoperabilidade e logística em ambiente amazônico. O foco é garantir resposta rápida em cenários de conflito e emergências, com emprego conjunto de Exército, Marinha e Força Aérea.
O exercício foi estruturado em etapas: planejamento (em julho), deslocamento estratégico (setembro-outubro) e execução no terreno na primeira quinzena de outubro, com ações em Roraima, Amapá, Amazonas e Pará. A fase principal se dá em Boa Vista, com apronto operacional e simulações.
De acordo com o Exército e a imprensa, a mobilização reúne cerca de 10 mil militares. O Exército empregará 105 organizações militares, 434 viaturas, 40 blindados e 9 helicópteros. Palavras-chave: Operação Atlas 2025; Forças Armadas; Amazônia; Roraima; Amapá.
NAM “Atlântico” em Belém: reforço logístico e apoio à COP30
A Marinha mobilizou o Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) “Atlântico”, que atracou em Belém (PA) na quinta-feira, 25/09. Segundo o Ministério da Defesa, o navio partiu do Rio em 13/09 com 1.044 militares e cerca de 700 toneladas de equipamentos, incluindo 80 viaturas e aeronaves, parte para a Atlas e parte para apoiar a COP30.
O “Atlântico” é o maior navio de guerra da América Latina e serve como nó logístico para deslocar pessoal e meios pesados em uma região de acesso difícil por terra, aumentando a capacidade de comando e controle e de apoio aéreo.
A presença do navio também permite operações anfíbias e ensaios de sustentação para missões de maior duração na Foz do Amazonas, além de deixar meios em Belém para a segurança e a infraestrutura da COP30.
EUA x Venezuela: flotilha, ataques a barcos e simulados em Caracas
No Caribe, os EUA deslocaram sete navios e um submarino de ataque com cerca de 4.500 militares, incluindo 2.200 fuzileiros navais, segundo a Reuters. Outras estimativas da AP falam em oito navios e mais de 5.000 efetivos, além de F-35 na região.
O governo Trump afirmou ter realizado três ataques contra embarcações alegadamente ligadas ao narcotráfico, com mortes confirmadas, e endureceu o discurso na ONU: “blow you out of existence”, disse o presidente ao advertir traficantes. Especialistas e parlamentares nos EUA questionam base legal e risco de escalada.
Em resposta, a Venezuela intensificou exercícios militares e promoveu simulação nacional de defesa civil, com treinamentos para eventuais conflitos e desastres, mobilizando militares, milícia e população em vários estados e áreas costeiras como Isla de Patos.
Impactos estratégicos para a Amazônia e a fronteira norte do Brasil
Para especialistas, a coincidência de calendários não implica vínculo operacional entre a Atlas e o quadro EUA–Venezuela, mas eleva a sensibilidade no entorno estratégico brasileiro, em especial nas fronteiras com Venezuela e Guiana.
A Amazônia segue como teatro prioritário de defesa, com desafios logísticos, ambientais e de crime transnacional. Exercícios como a Atlas aferem prontidão, cadeias de suprimento e a integração de sensores e meios em terreno complexo.
A atuação brasileira ocorre em território nacional e com propósito declaradamente defensivo. Já no Caribe, o emprego letal contra barcos por parte dos EUA e o ativismo militar venezuelano aumentam a incerteza regional.
Na sua opinião, a operação Atlas reforça a defesa da Amazônia ou agrava a tensão regional ao coincidir com o cerco naval dos EUA à Venezuela? Deixe seu comentário e diga se o Brasil deve ampliar exercícios na fronteira como dissuasão ou reduzir a exposição diante do risco de incidentes no Caribe?