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Em fevereiro, a Vale comprou por R$ 135 milhões a mina de ferro chinesa no Brasil e encerrou uma parceria de 20 anos

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 28/06/2025 às 12:44
A Vale Retoma o Controle: A História da Compra da "Mina de Ferro Chinesa" por R$ 135 Milhões
A Vale Retoma o Controle: A História da Compra da “Mina de Ferro Chinesa” por R$ 135 Milhões
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Em fevereiro de 2025, a gigante brasileira comprou a participação de 50% da chinesa Baosteel, consolidando 100% do controle da antiga mina de ferro chinesa em parceria, localizada em Minas Gerais.

Em um movimento estratégico que simplificava suas operações, a mineradora Vale anunciava a retomada do controle total da Baovale Mineração, uma empresa que mantinha em parceria com a gigante chinesa Baosteel. A transação envolvia a compra da participação de 50% da sócia chinesa na joint venture que operava a mina de ferro chinesa de Água Limpa, em Minas Gerais.

O negócio, que tinha como valor de referência R$ 135 milhões, representava o fim de uma parceria de mais de duas décadas e consolidava um ativo que, na prática, já era operado pela gigante brasileira. A compra da fatia era um passo lógico na estratégia da Vale de otimizar seu portfólio.

A origem da parceria: como a joint venture Baovale nascia em 2001

A história da Baovale começava em 2001. Naquela época, a então Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e a siderúrgica chinesa Baosteel criavam uma joint venture, com participação igualitária de 50% para cada uma, com o objetivo de explorar a mina de minério de ferro de Água Limpa, em Minas Gerais.

O acordo original, no entanto, já plantava a semente para o negócio atual. O contrato incluía uma cláusula de “opção de compra”, que dava à Vale o direito de adquirir a participação da Baosteel após 20 anos, um prazo que era posteriormente estendido por mais três anos.

O negócio de 2025: os detalhes da aquisição de R$ 135 milhões

Vale compra por R$ 135 milhões mina de ferro chinesa no Brasil e encerra uma parceria de 20 anos

Em 2024, a Vale comunicava à sua parceira a intenção de exercer seu direito de compra. O contrato definitivo era assinado em janeiro de 2025, e o anúncio público da transação que dissolvia a parceria na mina de ferro chinesa era feito em 6 de fevereiro de 2025.

O valor do negócio não era oficialmente divulgado pelas empresas, mas o mercado adotava como referência a cifra de R$ 135 milhões. Esse valor correspondia à avaliação que a própria Vale fazia de sua participação de 50% no ativo em seu balanço do terceiro trimestre de 2024. Por ser considerado um valor imaterial para a escala da Vale, a empresa não precisava comunicar os detalhes financeiros à CVM.

Uma mudança no papel, não na prática: por que a Vale já operava a mina?

Um fato crucial para entender o negócio era que a Vale já era a operadora integral da mina de Água Limpa desde 2001. Isso era garantido por um contrato de arrendamento assinado na mesma época da criação da joint venture.

Isso significava que a aquisição não tinha nenhum impacto imediato na produção, na logística ou na força de trabalho da mina. A mudança era puramente societária e financeira. A Vale deixava de ser a operadora de uma mina em parceria para se tornar a operadora e única dona.

A estratégia da Vale: simplificação e foco nos negócios principais

Vale compra por R$ 135 milhões mina de ferro chinesa no Brasil e encerra uma parceria de 20 anos

A decisão de comprar a parte da Baosteel está alinhada à estratégia da Vale de simplificar sua estrutura e focar em seus ativos principais. Ao consolidar 100% do controle da Baovale, a empresa reduz a burocracia e os custos administrativos associados a uma parceria.

Além disso, a consolidação dá à Vale total autonomia para decidir o futuro da mina de Água Limpa, que está integrada ao seu Complexo de Minas Centrais, sem a necessidade de negociar com um sócio.

O futuro da mina de ferro chinesa sob o controle total da Vale

Com o acordo assinado, o negócio agora aguarda a aprovação final do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), o órgão antitruste do Brasil. A expectativa é que a aprovação ocorra sem problemas, já que a formação da parceria em 2001 também foi aprovada sem restrições.

Para a Vale, a compra da fatia que pertencia à Baosteel na antiga mina de ferro chinesa (em parceria) é um movimento de “arrumação da casa”. É a consolidação de um ativo que, na prática, já estava sob seu total controle operacional, representando um passo lógico na otimização de seu vasto portfólio.

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Kelver
Kelver
02/07/2025 18:41

A Mitsui e a blackrock rindo atoa….

OH, COITADO!
OH, COITADO!
01/07/2025 08:07

Os chineses fazem a festa no Brasil!
Para a RPC, somos apenas uma colônia a ser explorada.

Edivaldo
Edivaldo
30/06/2025 14:18

Está mina de Água Limpa seria a mina de Rio Piracicaba MG

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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