Economista defende reformas sem ideologia, critica concentração de poder em Brasília e aponta desperdícios em funcionalismo e dívida pública
Em entrevista recente, o ex-ministro da Economia Paulo Guedes afirmou que o Brasil está 30 anos atrasado em relação a reformas estruturais. Para ele, o problema não é de ideologia, mas de um Estado disfuncional que consome recursos próximos a 40% do Produto Interno Bruto (PIB) e oferece pouco em retorno social.
Segundo Guedes, o governo brasileiro “gasta muito e gasta mal”, mantendo privilégios e desperdícios enquanto falha em garantir serviços básicos como saúde, educação, segurança e saneamento. Ele resume o dilema em uma frase: o país precisa de “mais Brasil e menos Brasília”.
O que Guedes chama de Estado disfuncional
Na avaliação do ex-ministro, o Estado brasileiro se tornou grande para sustentar sua própria máquina e pequeno para atender às necessidades da população. Ele aponta que as principais despesas se concentram em juros da dívida pública, salários do funcionalismo e aposentadorias de servidores, deixando pouco espaço para investimentos em áreas sociais essenciais.
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Guedes afirma que essa distorção levou a décadas de juros altos, endividamento e baixo crescimento econômico. Para ele, a abertura política que ocorreu nas últimas décadas não foi acompanhada por uma abertura econômica equivalente, o que manteve o país preso a um modelo ineficiente.
Reformas sem ideologia como saída
O economista defende a necessidade de reformas pragmáticas, sem viés ideológico. Entre as propostas, ele cita a descentralização de recursos, a desestatização de áreas ineficientes e a reorientação do gasto público para setores estratégicos.
Para Guedes, investir em capital humano é a verdadeira forma de inclusão social. Ele destaca que empregos e concorrência são mecanismos mais eficazes de distribuição de renda do que políticas de subsídios generalizados. A crítica se estende ao que chama de “paraíso dos rentistas” e “inferno dos empreendedores”, em referência a um sistema que favorece quem vive de juros em detrimento de quem produz.
Histórico de escolhas ruins e comparação com o passado
Na entrevista, Guedes relembrou episódios como a hiperinflação dos anos 1980, a moratória da dívida e casos de corrupção em estatais como Petrobras e Correios. Segundo ele, esses exemplos mostram como más decisões políticas e econômicas deterioraram a confiança no país.
Ele lembra ainda que, no passado, o Brasil já foi capaz de crescer 7,4% ao ano durante 75 anos seguidos, mas perdeu essa trajetória por insistir em modelos que elevaram a carga tributária e desincentivaram a competitividade.
A crítica à carga tributária elevada
Um dos pontos mais reforçados por Guedes é a crítica ao nível de impostos próximo a 40% do PIB. Para ele, esse peso financeiro sustenta um Estado centralizador que pouco devolve em serviços públicos de qualidade. Em sua visão, reduzir impostos e simplificar regras seriam passos fundamentais para liberar investimento privado e destravar o crescimento.
A proposta central é transformar o Brasil em um “jogo cooperativo”, no qual governo, empresas e sociedade se beneficiem mutuamente de políticas que reduzam custos, aumentem a produtividade e atraiam investimentos.
E você, concorda com a visão do ex-ministro da Economia Paulo Guedes de que o Brasil está 30 anos atrasado? Acha que as reformas sem ideologia são o caminho ou vê outros obstáculos prioritários? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem acompanha esse debate de perto.