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Eletrobras conclui venda de 13 usinas térmicas para empresa dos irmãos Batista por R$ 3,6 bilhões e encerra portfólio de energia fóssil

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 10/10/2025 às 08:54
A Eletrobras concluiu a venda de usinas térmicas ao Grupo J&F por R$ 3,6 bilhões, encerrando o ciclo de energia fóssil e reforçando sua estratégia voltada à energia renovável, em linha com metas sustentáveis e de descarbonização.
A Eletrobras concluiu a venda de usinas térmicas ao Grupo J&F por R$ 3,6 bilhões, encerrando o ciclo de energia fóssil e reforçando sua estratégia voltada à energia renovável, em linha com metas sustentáveis e de descarbonização.
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A Eletrobras concluiu a venda de 13 usinas térmicas para o grupo dos irmãos Batista por R$ 3,6 bilhões, marcando o fim de sua atuação em energia fóssil e consolidando um portfólio 100% renovável, com meta de se tornar Net Zero até 2030.

A Eletrobras encerrou um ciclo histórico ao concluir a venda de suas últimas 13 usinas térmicas, totalizando R$ 3,6 bilhões em transações. A operação marca o fim do portfólio de energia fóssil da companhia, que agora concentra seus esforços exclusivamente em fontes renováveis como hidrelétrica, eólica e solar.

O fechamento do negócio ocorreu com a venda da usina termelétrica Santa Cruz, localizada no Rio de Janeiro, para o Grupo J&F, dos irmãos Batista, por R$ 703,5 milhões. Essa era a última unidade de um pacote que inclui outras 12 térmicas no Amazonas, também transferidas para o grupo controlador da Âmbar Energia.

O impacto da operação e o foco em energia limpa

Segundo comunicado oficial, a Eletrobras destacou que o desinvestimento reforça sua estratégia de otimizar o portfólio e redirecionar capital para projetos sustentáveis, em linha com sua meta de se tornar Net Zero até 2030.

Com o encerramento da etapa fóssil, a empresa passa a operar 100% com fontes renováveis, fortalecendo sua posição no mercado global de energia verde.

Além dos R$ 3,6 bilhões já recebidos, a empresa mantém direito a um earn-out de R$ 1,2 bilhão, um valor adicional que poderá ser pago conforme o desempenho futuro das usinas negociadas.

A Eletrobras também receberá o caixa gerado entre a assinatura do contrato e o fechamento da operação, aumentando o impacto financeiro da transação.

Reestruturação e negociações com aval da Aneel

Para viabilizar a venda, a Eletrobras precisou reestruturar suas subsidiárias e isolar os ativos térmicos em novas companhias, permitindo a aprovação regulatória pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Essa reestruturação garantiu que os compradores não herdassem passivos da Eletronorte, antiga controlada da estatal.

A operação ocorre em paralelo à aprovação da transferência do controle da Amazonas Energia para a Âmbar, também ligada ao Grupo J&F.

Especialistas do setor apontam que as duas transações estão estrategicamente conectadas, criando uma integração vertical na região Norte: o grupo Batista passa a controlar tanto a geração quanto a distribuição de energia, especialmente no Amazonas, onde as térmicas são fundamentais para o abastecimento.

A capacidade de geração e o fortalecimento do Grupo J&F

As 13 usinas vendidas pela Eletrobras somam 2,1 gigawatts (GW) de capacidade instalada, ampliando o portfólio energético da Âmbar para 4,6 GW.

Esse avanço posiciona o Grupo J&F como um dos principais players privados do setor elétrico nacional, com presença crescente em regiões estratégicas do país.

O Ministério de Minas e Energia prorrogou, em agosto, a outorga da usina Santa Cruz até 2035, garantindo estabilidade regulatória para a nova controladora.

O movimento reforça a expansão da Âmbar e a política da Eletrobras de descarbonização e simplificação corporativa.

Polêmicas e desafios anteriores à venda

A negociação foi alvo de controvérsia em 2024, quando a Cigás, distribuidora de gás do Amazonas, questionou a operação junto à Aneel.

A empresa alegava a existência de passivos bilionários com a Petrobras e a própria Cigás, que poderiam comprometer o negócio.

A agência, porém, negou os recursos e manteve o aval para a transação, confirmando a regularidade da operação.

A reestruturação societária promovida pela Eletrobras permitiu separar obrigações antigas e garantir segurança jurídica tanto para os credores quanto para o comprador.

Esse movimento foi visto pelo mercado como um sinal de maturidade da empresa pós-privatização, que busca foco em rentabilidade e sustentabilidade.

O reposicionamento da Eletrobras no setor energético

Com o encerramento de seu portfólio térmico, a Eletrobras dá um passo decisivo em direção ao modelo de negócios alinhado à transição energética global.

A companhia pretende concentrar investimentos em energia solar, eólica e hidrelétrica, além de tecnologias voltadas à eficiência e à descarbonização.

Segundo o comunicado oficial, a operação “reforça o compromisso de otimização de portfólio e alocação eficiente de capital, com foco na geração de valor e simplificação da estrutura corporativa”.

A venda das térmicas também reduz riscos financeiros e ambientais, consolidando a Eletrobras como uma empresa preparada para o cenário de energia limpa e competitiva.

A Eletrobras fecha um capítulo que durou décadas e inaugura outro, voltado à energia renovável e à sustentabilidade.

A venda das 13 térmicas por R$ 3,6 bilhões não apenas reforça a estratégia ambiental da empresa, mas também redefine sua presença no setor elétrico brasileiro, agora totalmente limpa.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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