Viagem de 2.500 km revela comparação real entre carros elétricos e veículos a diesel no custo-benefício
Eles percorreram 2.500 km com um carro elétrico e descobriram uma verdade surpreendente: diesel ainda é mais vantajoso no custo-benefício
Em maio de 2025, uma equipe de jornalistas espanhóis realizou uma viagem de 2.500 quilômetros de Berlim a Madri, conduzindo dois modelos de Tesla elétricos em suas versões Long Range: o Model Y Long Range RWD e o Model 3 Highland.
O trajeto foi planejado para avaliar a experiência prática, a eficiência e o custo de uso dos carros elétricos em uma rota extensa, comparando-os indiretamente com veículos a combustão, especialmente a diesel, tradicionalmente considerados mais econômicos em longas distâncias.
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Antes de iniciar a viagem, o grupo teve acesso privilegiado à Gigafactory da Tesla em Berlim, uma das maiores fábricas de carros elétricos do mundo, dirigida por Elon Musk.
O local produz o Tesla Model Y, que está entre os veículos elétricos mais vendidos globalmente.
A visita permitiu entender melhor a tecnologia aplicada nesses veículos e a infraestrutura montada para produção em larga escala.
Estrutura e planejamento da viagem com carros elétricos
Durante o percurso, as paradas para recarga dos Tesla foram estratégicas, programadas a cada 200 ou 300 quilômetros para garantir conforto aos motoristas, que aproveitavam para esticar as pernas, usar o banheiro ou fazer uma pausa para café.
Curiosamente, em muitas ocasiões, o veículo já estava completamente recarregado antes do término dessas paradas, demonstrando a eficiência dos supercarregadores da Tesla e a praticidade para quem viaja com carros elétricos.
Comparação dos custos de energia e combustíveis
Um dos pontos centrais da análise foi avaliar se a economia na hora de abastecer ou recarregar compensaria o custo e o tempo gastos.
Para isso, os jornalistas recorreram ao boletim oficial da União Europeia, que apresenta o custo médio dos combustíveis — gasolina e diesel — em cada país do trajeto.
Os valores considerados são médias regionais, o que ajuda a contextualizar a comparação, embora reconheçam que os preços reais podem variar conforme a localidade e o momento.
Para a comparação, adotaram-se dois parâmetros padrão de consumo para veículos a combustão: 7 litros de gasolina para cada 100 quilômetros rodados e 5,5 litros de diesel para o mesmo percurso.
Esses dados permitiram simular os custos totais de combustível para os 2.500 km, e confrontá-los com o gasto energético dos Tesla ao longo da viagem.
Resultado da comparação entre diesel e carros elétricos
O resultado surpreendeu: a diferença entre o custo de recarregar um Tesla utilizando os supercarregadores da própria fabricante e abastecer um carro a diesel foi de 53,62 euros (cerca de R$ 346).
Ao ampliar a comparação para um veículo a gasolina com consumo médio, a diferença ficou ainda mais evidente, com uma economia de 136,61 euros (aproximadamente R$ 878) para quem optasse pelo carro elétrico.
Porém, essa análise revela que o diesel ainda mantém seu lugar como a opção mais vantajosa para quem busca custo-benefício em viagens longas por estrada.
Isso porque, além do valor do combustível, o tempo necessário para recarregar o carro elétrico, mesmo usando supercarregadores rápidos, é maior do que o tempo gasto para abastecer um tanque de diesel.
Para motoristas que priorizam rapidez e eficiência, essa diferença pode ser determinante.
Fatores que influenciam a escolha entre veículos
Ainda assim, os jornalistas alertam que essa conclusão deve ser interpretada com cautela, pois diversos fatores interferem no resultado final.
Um deles é o tipo de estação de recarga utilizada.
Na viagem, a equipe usou apenas os supercarregadores Tesla, que são os mais rápidos e eficientes da rede.
Caso optassem por pontos de recarga mais lentos — comuns em hotéis, restaurantes ou postos durante a noite — a economia no custo de energia elétrica poderia ser maior, ainda que o tempo de parada aumentasse.
Além disso, a combinação de diferentes tipos de recarga durante um trajeto permite ao motorista ajustar a velocidade do carregamento conforme as necessidades da viagem, como pausas para refeições ou descanso prolongado, o que pode reduzir o impacto do tempo gasto com recarga.
Custos de manutenção e impacto financeiro a longo prazo
Outro aspecto importante refere-se aos custos de manutenção.
Veículos a diesel demandam revisões e manutenções mais frequentes e geralmente mais caras do que os carros elétricos, cujo sistema é menos complexo e requer menos intervenções técnicas ao longo do tempo.
Essa diferença pode compensar, em parte, o custo inicial mais alto dos veículos elétricos e o gasto com energia, ampliando a vantagem econômica a médio e longo prazo.
Variedade de opções e decisões no mercado automotivo atual
No cenário atual, o mercado automotivo oferece uma ampla variedade de opções tecnológicas, desde veículos tradicionais a combustão, passando pelos híbridos, até os totalmente elétricos.
Cada escolha deve considerar não apenas o custo direto com combustível ou energia, mas também as condições de uso, preferências pessoais, disponibilidade de infraestrutura de recarga e questões ambientais.
O estudo dos jornalistas espanhóis destaca que, apesar do avanço e da popularização dos carros elétricos, o diesel ainda prevalece como a alternativa mais econômica para longas viagens rodoviárias, especialmente para quem valoriza o tempo gasto no percurso.
Por outro lado, para quem pode planejar pausas mais longas ou prioriza a redução de custos operacionais a longo prazo, os carros elétricos apresentam vantagens claras.
A pesquisa contribui para um debate mais amplo sobre a viabilidade dos veículos elétricos em viagens extensas, colocando em evidência a importância de ampliar a rede de infraestrutura de recarga e otimizar o tempo de recarga para aumentar a competitividade desses veículos frente aos modelos a combustão.
Com as mudanças constantes no mercado de combustíveis, os avanços tecnológicos nas baterias e a expansão das estações de recarga pelo mundo, como será a relação custo-benefício entre carros elétricos e a diesel nos próximos anos?
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