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Eles marcaram toda uma geração e sumiram sem explicação: por que os Tazos da Elma Chips desapareceram dos salgadinhos do Brasil?

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 10/07/2025 às 15:17
Eles marcaram toda uma geração e sumiram sem explicação: por que os Tazos da Elma Chips desapareceram dos salgadinhos do Brasil?
Foto: Tazos
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Sucesso absoluto nos anos 90, os Tazos Elma Chips conquistaram uma geração e desapareceram dos salgadinhos sem aviso. Entenda os verdadeiros motivos por trás do fim dos brindes, o impacto das mudanças na publicidade infantil e como a febre dos Tazos ainda vive na memória dos brasileiros

Durante a infância de milhões de brasileiros nos anos 90 e 2000, poucos itens causaram tanto alvoroço quanto os Tazos Elma Chips. Presentes nos pacotes de salgadinhos como Cheetos, Fandangos e Ruffles, eles se tornaram um verdadeiro fenômeno cultural e social. A febre dos Tazos movimentava escolas, reunia amigos em rodas de troca e despertava colecionadores em todas as idades.

Mas, de forma quase repentina, os Tazos sumiram das prateleiras e dos salgadinhos do Brasil, sem qualquer explicação clara. Neste artigo, exploramos por que esses itens tão marcantes desapareceram, quais foram os fatores que contribuíram para o fim da era dos brindes Elma Chips e o que ainda mantém viva a nostalgia desses brinquedos dos anos 90.

A origem dos Tazos e o sucesso no Brasil

Os Tazos surgiram originalmente no México em 1994, como uma estratégia da Sabritas, subsidiária da PepsiCo, inspirada nos POGs — pequenos discos colecionáveis populares nos Estados Unidos. No Brasil, os Tazos chegaram em março de 1997, através da Elma Chips, também do grupo PepsiCo.

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A primeira coleção, chamada Tazo Mania, trazia personagens da série Looney Tunes e logo se tornou um sucesso estrondoso. A ideia era simples: cada salgadinho vinha com um disco plástico que podia ser colecionado e usado em jogos. O apelo era imediato — barato, divertido e com apelo visual forte. Os consumidores foram à loucura.

Ao longo dos anos, mais de 20 coleções foram lançadas no país, incluindo temas como Pokémon, Dragon Ball Z, Naruto, Animaniacs, Tiny Toon, Digimon, Yu-Gi-Oh!, entre outros.

A febre dos Tazos: brinquedos dos anos 90 que marcaram gerações

A febre dos Tazos foi um reflexo da criatividade do marketing da época, que usava os brindes Elma Chips como ferramentas de fidelização. A promoção era simples: quanto mais salgadinhos você comprava, mais chances tinha de completar a coleção — e isso transformava as prateleiras do mercado em um verdadeiro campo de caça ao próximo disco raro.

As crianças trocavam, jogavam e até duelavam Tazos nos intervalos escolares. Além do apelo lúdico, os Tazos funcionavam como um passaporte social: ter muitos, ou os mais difíceis, rendia prestígio entre os colegas.

O efeito psicológico e comercial era potente — em 1995, a Elma Chips foi a terceira maior operação da PepsiCo Foods International no mundo, com um faturamento estimado em US$ 400 milhões, o que demonstra a força da marca no Brasil durante o auge das promoções como os Tazos.

Por que os Tazos sumiram dos salgadinhos?

Apesar do sucesso massivo, os Tazos sumiram dos salgadinhos por uma combinação de fatores econômicos, legais e culturais. O declínio começou a ser sentido a partir da segunda metade dos anos 2000, com o encerramento completo das coleções regulares por volta de 2013.

Restrições legais e mudanças na publicidade infantil

A principal razão para o fim da distribuição de brindes como os Tazos foi a mudança nas normas de publicidade infantil. Em 2014, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) publicou uma resolução que considerava abusiva qualquer publicidade voltada ao público infantil que estimulasse o consumo de produtos por meio de brindes.

Leis similares surgiram também em algumas cidades, como São Paulo e Santa Catarina, restringindo ações promocionais com produtos industrializados voltados a crianças. Isso tornou as campanhas com brindes, como os Tazos, inviáveis do ponto de vista legal e econômico.

Mudança nos hábitos e digitalização do entretenimento

Além da legislação, o comportamento do consumidor também mudou. A infância passou a ser mais digital: jogos mobile, redes sociais e plataformas como YouTube e TikTok tomaram o espaço que antes era preenchido por brinquedos físicos.

A Elma Chips, acompanhando essas transformações, direcionou seu foco para outras estratégias de marketing, muitas vezes voltadas ao público adulto — como edições limitadas e ações nostálgicas, mas com menor apelo de massa.

Tazos voltam em edições especiais e resgatam a nostalgia dos salgadinhos

Apesar do desaparecimento regular dos Tazos, a marca tentou ressuscitar o sucesso com coleções pontuais. Em 2020, por exemplo, foram lançadas edições especiais da Champions League e de Pac-Man, disponíveis em pacotes de Doritos, Ruffles e Cheetos. A ação, claramente voltada ao público nostálgico, visava resgatar memórias afetivas da infância dos anos 90.

Segundo a PepsiCo, a ideia era unir o físico ao digital, com aplicativos e experiências em realidade aumentada integrando a brincadeira. Apesar de não terem alcançado o mesmo sucesso dos anos 90, essas ações mostraram que o interesse pelo produto ainda existe — especialmente entre adultos que cresceram colecionando Tazos.

A força dos Tazos Elma Chips e seu impacto cultural

Mais do que simples pedaços de plástico, os Tazos representaram uma era em que o ato de comprar um salgadinho vinha carregado de expectativa e emoção. Os brindes Elma Chips, incluindo Mini Craques, Spinnerz e outros colecionáveis, fizeram parte da infância de milhões.

Culturalmente, os Tazos consolidaram a Elma Chips como referência em promoções criativas, influenciaram comportamentos de consumo e ajudaram a moldar a relação das marcas com o público infantil.

A mecânica simples de colecionar, trocar e jogar gerava engajamento, vínculo emocional e fidelidade — algo raro nas ações promocionais atuais, mais impessoais e digitais.

O que o fim dos Tazos diz sobre o mercado e a infância atual

O desaparecimento dos Tazos da Elma Chips revela muito mais do que uma mudança de estratégia empresarial. Ele mostra como o universo infantil foi transformado nos últimos 20 anos: hoje, o espaço das brincadeiras presenciais e físicas foi substituído por telas, plataformas digitais e jogos online.

Além disso, a preocupação com a saúde alimentar, o excesso de sódio e gordura nos salgadinhos e a legislação mais rígida sobre publicidade tornaram inviável a continuidade de promoções como essa. Marcas que antes apostavam em brindes físicos para se diferenciar agora investem em experiências digitais, gamificação e influenciadores.

Mas a nostalgia dos salgadinhos e a memória dos brinquedos dos anos 90 ainda permanecem vivos em comunidades online, grupos de colecionadores e em edições limitadas que tentam, mesmo que por pouco tempo, reviver uma época que marcou gerações.

Muito mais que discos: Tazos sumiram, mas não foram esquecidos

Hoje, mesmo que os Tazos tenham sumido das prateleiras, eles continuam sendo lembrados com carinho. Seja em vídeos nostálgicos no YouTube, em comunidades de colecionadores no Facebook ou em marketplaces onde edições raras são vendidas por preços altos, o legado permanece.

Os Tazos da Elma Chips foram, sem dúvida, uma das ações promocionais mais bem-sucedidas do Brasil. Seu desaparecimento é resultado de um mundo em transformação — mas sua lembrança segue firme na memória afetiva de quem viveu essa época.

Para uma nova geração de consumidores que busca conexão emocional com as marcas, talvez a chave esteja justamente em resgatar o que os Tazos tinham de mais valioso: simplicidade, interação e afeto.

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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