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Ela pagou R$ 400 mil para trapacear no concurso e foi pega pela PF: entenda esquema de fraude no CNU

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 14/10/2025 às 21:12
A Polícia Federal investiga uma quadrilha envolvida em fraude no CNU, com venda de gabaritos e manipulação de concurso público federal.
A Polícia Federal investiga uma quadrilha envolvida em fraude no CNU, com venda de gabaritos e manipulação de concurso público federal.
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Investigação da Polícia Federal revela fraude no CNU envolvendo quadrilha familiar, venda de gabaritos e valores que ultrapassam R$ 400 mil por vaga em concursos públicos federais

Uma operação da Polícia Federal revelou um esquema de fraude no CNU (Concurso Nacional Unificado) que envolvia a venda de gabaritos e a participação de uma quadrilha com laços familiares. O caso mais recente expôs uma mulher que teria pago R$ 400 mil para garantir uma vaga de auditora fiscal, uma das mais disputadas do certame.

Segundo as investigações, a candidata trabalhava como agente penitenciária em São Paulo, e o valor foi levantado pela própria família, que chegou a vender bens pessoais para realizar o pagamento. O esquema, identificado a partir de provas idênticas entre candidatos, indica uma estrutura organizada de corrupção e vazamento de informações sigilosas dentro de um concurso que havia sido apresentado pelo governo federal como o “Enem dos concursos”.

Esquema de fraude no CNU e atuação da quadrilha

As apurações mostram que a quadrilha responsável pela fraude no CNU era chefiada por um ex-policial militar, tio da candidata flagrada.

O grupo, já conhecido pelas autoridades, possuía um histórico de crimes que incluíam fraudes anteriores, corrupção e até homicídio.

A PF investiga como os envolvidos obtiveram acesso antecipado aos gabaritos oficiais das provas, que teriam sido distribuídos a clientes mediante altos pagamentos.

De acordo com o inquérito, os criminosos repassavam o conteúdo das provas com antecedência a candidatos que pagavam valores que variavam entre R$ 300 mil e R$ 500 mil, dependendo do cargo desejado.

As evidências mostram que pelo menos dez gabaritos idênticos foram identificados em provas aplicadas na cidade de Patos, em Pernambuco, o que tornou evidente o padrão de respostas impossível de ocorrer por coincidência estatística.

Método de operação: gabaritos, professores e “clientes” do esquema

O funcionamento do grupo seguia uma lógica sofisticada.

Os criminosos contavam com “professores especialistas” contratados para resolver rapidamente as questões das provas obtidas de forma ilegal.

Em seguida, os gabaritos eram repassados a um número restrito de candidatos.

Em casos específicos, os próprios membros da quadrilha se passavam por candidatos para preencher os gabaritos nas salas de prova.

Esse modelo já havia sido observado em outras fraudes de concursos públicos e exigia uma estrutura de comunicação e logística eficiente para escapar da fiscalização.

O CNU, por sua abrangência nacional, acabou se tornando um alvo de alto valor para esse tipo de crime organizado.

O perfil da candidata e os detalhes inusitados da investigação

A mulher flagrada pela PF pretendia assumir uma vaga de auditora fiscal do trabalho, cargo com remuneração inicial de R$ 22 mil mensais.

Segundo as investigações, após obter o gabarito fraudado, ela ingressou no curso de formação em Brasília, onde passou a trocar mensagens com o próprio pai — também servidor público — para negociar anabolizantes.

O caso chamou atenção pela mistura de elementos insólitos: a candidata sequer havia lido o edital completo e se assustou ao descobrir novas etapas do processo.

A quadrilha, para evitar que ela fosse eliminada, chegou a providenciar uma apostila de 600 páginas para auxiliá-la nos exames do curso de formação.

As mensagens interceptadas pela PF mostram um comportamento de descuido e confiança excessiva na proteção oferecida pelo grupo criminoso.

Contexto do CNU e impacto institucional da fraude

Criado pelo governo federal com o objetivo de centralizar os concursos públicos federais, o CNU foi anunciado como uma política de modernização e eficiência no acesso ao serviço público.

A ideia era permitir que, em um único processo, os candidatos concorressem a diversas carreiras de diferentes órgãos.

Entretanto, o caso de fraude descoberto pela Polícia Federal abala a credibilidade do modelo unificado.

A investigação ainda está em andamento, mas autoridades envolvidas reconhecem que o episódio pode comprometer a confiança do público no sistema, especialmente após a grande mobilização nacional para realização das provas em múltiplas cidades.

Fraudes recorrentes e risco de novas manipulações

Embora a investigação atual se refira à primeira fase do CNU de 2024, há temor de que outros grupos criminosos tenham tentado replicar o mesmo método em novas edições.

A PF mantém sob sigilo parte das informações para não prejudicar operações em andamento, mas já confirmou o envolvimento de policiais civis e servidores públicos em funções de apoio ao esquema.

Os investigadores ressaltam que a complexidade da fraude exigirá mudanças de segurança nas próximas provas, incluindo controle mais rígido de acesso aos materiais e monitoramento eletrônico de bancas examinadoras.

Caso não haja uma resposta rápida, o CNU poderá enfrentar o mesmo desafio histórico de outros concursos nacionais: o descrédito público e a judicialização em massa dos resultados.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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